Capítulo 14. Revelações de ódio (parte 1)

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Durante os anos deste então sigiloso relacionamento, Harry, além de um namorado preocupado com a felicidade dela, tem sido "o caro Watson" de sua Suzy enquanto ela esteve se empenhando, feito "Sherlock Holmes", nas incansáveis buscas pelo paradeiro de sua mãe. Essas foram algumas das qualidades que a fez se apaixonar por ele logo nos primeiros meses do namoro.

Um dos fatos que fez com que Harry se identificasse a Suzy rapidamente, foi o notório amor que ela expressa por sua Michelle; Harry é muito apegado a mãe, não somente pelos vínculos maternos, também, devido ao seu pai passar a maior parte de seu tempo em busca de estar avançado nas oportunidades que surgem nos negócios, e assim, estar à frente dos Williams no ramo agropecuário.

Evelyn tem noção da gravidade que é ter seu filho num romance com a filha de John William. Tenta se preparar para o dia que Jonathan descobrirá, mas, sabe que não há preparação para tal momento.
De certo que esse namoro vai abalar as estruturas dessas duas famílias.

...

O jovem homem está sem saída ao questionamento direto de seu pai e, devido aos tantos acontecimentos das últimas 24h, seu cérebro está afadigado ao extremo, Harry não está em condições de desenvolver qualquer evasão eficaz e pertinente à pressão do momento. Se manteve em silêncio a olhar para os olhos furiosos de Jonathan. Entretanto, esses olhos não deixam sombra de dúvidas que escondem algo.

Evelyn compreende que algo aconteceu naquela manhã enquanto ele esteve fora. Harry está desolado.

Como o gongo favorecendo o lutador a ser nocauteado, a onomatopeia do telefone  residêncial surgiu, na mesinha ao fundo do cômodo.

Harry sabia que seu pai não o deixaria sair daquela sala sem uma resposta.

O telefone continua a tocar até que a governanta da casa surge, através porta da cozinha. Se surpreendeu com a presença dos três patrões que pareciam cochichar próximos à porta que ela acabara de abrir. - Me desculpem, não sabia que estavam em casa - disse passando por eles em direção ao aparelho persistente.

- Eu não sei o diabos aconteceu lá na cerca oeste na madrugada de ontem - continuou Jonathan -, mas você vai me dizer o que diabos o nome da filha dos Willians...

- Senhor Jonathan! - chamou a mulher em voz alteada abafando o telefone com à mão - É a mãe de Dominic! Ela quer falar com o senhor.

Jonathan encheu os pulmões, fechou fortemente os olhos e deixou a tensão sair pelo ar que expeliu das narinas ao imaginar o martírio que será ouvir a mãe do jovem morto à noite passada.

- Vai para o seu quarto! - disse Evelyn a Harry.

Harry não esperou meio segundo e obedeceu a ordem. Meteu-se a subir às escadas.

- Vou falar com ele - indagou ao marido. - Você sabe que ele se abre muito melhor comigo! Depois eu te digo algo.

Jonathan, sem se manifestar, virou-se e foi ao seu "encontro" pelo telefone.

- Dona Evelyn - disse a governanta passando de volta à cozinha. - O almoço já está quase pronto, a senhora quer que eu fique para servir?

- Não precisa Liz - disse-lhe pousando a mão sobre seu ombro. - Você já fez muito em vir fazer o almoço na sua folga. Pode ir para casa assim que acabar.

- Acho que vamos ao centro - indagou a mulher com certo ânimo. - A chuva já passou e o sol está saindo.

- Aproveite seu dia com a família e mais uma vez, obrigada.

O sorriso falso que Evelyn lançou para Liz, fora revelador: o ambiente está mesmo muito pesado por ali.

- Disponha, a senhora merece! No que a senhora precisar é só bater à minha porta ou me ligar.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora