Guiados pelo GPS, John e Suzy rumam em direção ao norte de Inverness ao encontro da possível única ajuda para a situação: Agatha Boyman. Pouco menos de uma hora até destino.
A chuva, apesar de sucinta, fora forte o bastante para excitar a natureza que acompanha a estrada, fazendo-a exalar um aroma agradável da vida verde a invadir o veículo - John preferiu não fechar as janelas e aproveitar o ar ainda aprazível. Não tardará para o sol voltar a secar o clima de Inverness.
Olhos na estrada enquanto os pensamentos de John estão preechidos com imagens de Michele. "Este clima é tudo o que ela gostava". Pensou ele. "Onde ela estiver, estará respirando profundamente este ar com cheiro de vida". Emendou com o sorriso no canto da boca.
Suzy, mesmo que seu olhar esteja focado no vazio, tem sua atenção para fora do carro enquanto conversa com sua irmã, numa ligação. Alguns gestos que ela faz com as mãos, chamou a atenção de John. "Ela é uma cópia da mãe; principiante, mas é!". Voltou à sorrir gingelamente. Lembrou-se de algumas das vezes em que Michele esteve naquela mesma poutrona a falar pelo telefone a gesticular. "Como pode se parecer tanto com a mãe!?".Suzy ouve sua irmã a falar do namorado; do período das provas; e, mesmo que já morando a certo tempo na Alemanha, do quanto ainda se sente uma estranha.
Não quis prejudicá-la com seus martírios fantásticos, sendo assim, preferiu omitir sua situação atual sobre o lobisomem; ainda assim, Amy, sendo uma conhecedora nata da irmã e seus comportamentos, notou que há algo de estranho no tom de sua voz e na então não evolução do assunto por parte de Suzy. Foi então que, no meio de sua fala, ela absteve-se dando uma reviravolta no enredo da conversa:
- Está tudo bem com você?
Suzy levou uns segundos para se conectar à repentina pergunta, mas...
- Sim, porquê?
- Não sei, você me parece estranha!
- Não, estou... bem. - Respondeu forçando certo entusiasmo no tom da voz.
Amy se manteve em silêncio por uns segundos.
- Como está o Harry?
Suzy arregalou os olhos.
- Bem! - disse-lhe olhando, de canto de olhos, para o pai, verificando se ele não ouvira a então pergunta um tanto quanto sugestiva.
A calada voltou a se fazer presente entre as duas.
- É domingo - refletiu Amy - e normalmente, a essa hora, você estão juntos.
Suzy manteve-se calada.
- Bem - disse Amy em tom de decepção -, eu sei que você não pode falar porque está com o pai aí do seu lado. Eu te ligo mais tarde.
Reforçando seu caráter ambíguo, Amy desligou sem delongas. Suzy, de certa forma, já é acostumada com algumas atitudes egocêntricas que surgem sempre que algo não lhe agrada. Apesar de sua irmã ter acertado no "você me parece estranha", errou no alvo da adversidade. O assunto flue com leveza a cada vez que o enredo é concordante ao que Amy aceita. Por essas e outras que Suzy não mais falou em visitá-la na Alemanha. Ela sente que a irmã não lhe quer por lá e o motivo ainda é uma incógnita perturbadora para Suzy, já que elas são muito amigas.
"Ñ ligue, deixa que eu me comunico. É melhor". Informou Suzy numa mensagem digitada.
"Okay. Quero saber o ke ta acontecendo, e ñ quero que me escondas nada, vc sabe que eu te conheço! Kiss.
Suzy aumentou, singelamente, o volume do rádio e a música de John Mayer, Half of My Heart, se misturou ao zunido do vento entrando pela janela.
Esta foi a canção que ela cantou para Harry quando descobriu que o amava.
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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》
Hombres Lobo🏅Esta obra foi selecionada, pela plataforma, para participar do Prêmio Watt 2022 na categoria MISTÉRIO/SUSPENSE.🏅 ✨️AGRADEÇO A PLATAFORMA POR ESTA OPORTUNIDADE. ◇ A família William ainda vive perturbada em busca do p...