Capítulo 38. Empatia à mesa.

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Harry decidiu de se relaxar num banho. Se despiu, amarrou seus longos cabelos e no momento que entraria no duche, recebeu uma mensagem num aplicativo. A esperança que fosse Suzy lhe fez pegar no parelho subitamente, porém o alarme foi falso, é alguém da faculdade perguntando algo sobre do curso. Após responder, enviou mais algumas mensagens para Suzy na esperança de que ela encontre algum ponto na casa onde a rede chegue a seu celular. Nada.

Lembrou-se de quando ela se transformou em sua frente e também do momento em que ele a impediu, em monstra, dela fazer mais uma vítima após matar Dominic, o afortunado Anthony, empregado de seu pai.

Apesar de a cena ter sido lastimável e assustadora, o amor que Harry sente por Suzy lhe afronta certeiramente a noção que lhe faria enxergar claramente a periculosidade em tê-la a mercê de si mesma, quando ela já demonstrara certa irresponsabilidade ao "deixar" mais uma vítima na noite anterior.

Maximizou a foto do aplicativo de conversa, esta que Suzy expõe num sorriso angelical. Sentiu a fúria da saudade ascender à tristeza.

Ofuscando lhe a atual realidade macabra, numa velocidade surpreendente, seu subconsciente vasculhou seu cérebro e retirou alguns bons momentos das trincheiras de suas memórias em guerra. Este feito resulta numa elevação de sua carência ao máximo pela presença de seu grande amor.
Harry nunca passou tanto tempo sem sentir os sutis toques das delicadas mãos de Suzy em sua pele nua.
Momentos nos quais os ensejos eram fomentados de desejos a arderem na quentura dos calorosos momentos que antecedem o ato de amor, quando conectavam seus corpos intensamente. Esta mesma intensidade que quase os faz se converterem em um só corpo pela paixão flamejante ao deixar a sexualidade conduzir o momento lascivo dentre eles.

Harry está tão conectado as recordações de tais momentos que há tempos não deleita com sua amada, ao ponto de lhe aflorar o desejo que lhe desperta vontades que a natureza deu a sua então masculinidade solitariamente recém acesa em seu banheiro.

Ele entrou na ducha mantendo Suzy fortemente presente em sua mente, enquanto sente o toque aquecido da água lhe acender ainda mais o desejo em seu ato particular em atenuar a tensão da subitânea fantasia elaborada por sua traiçoeira e fértil mente.

...

Após o banho, Harry recebeu uma ligação que o deixou entranhado em seus pensamentos. Perturbou sua mente de forma evasiva.

Bateram na sua porta.

Caminhou lentamente até lá e se pôs em silêncio. Voltaram a dar três ligeiros toques acompanhados da frase, "Abre, sou eu", lançado pela voz de sua mãe.

- Vamos almoçar antes de irmos - disse ela ao ver seu filho. - Eu tenho que ir ao tribunal para adiar algumas audiências que tenho para essa semana. Nem sei como vou fazer isso, mas, não tenho cabeça para processos e a corte.

Harry viu explícita no semblate de sua mãe, uma dolente angustia que, como uma doença fatal num íntimo de um indivíduo, está a lhe corroer aos poucos.

- Vamos almoçar aqui, seu pai não está em casa.

- Eu sei - afirmou Harry elevando o ranso em sua voz -, ele me ligou ainda pouco.

Evelyn se surpreendeu.

- E o quê ele queria?

- Disse que vai destruir Suzy antes mesmo de eu pensar em ficar com ela. E também falou que sabe de tudo. Ele estava calmo e muito tranquilo quando falou. Acho que estava dirigindo.

Os dois se mantiveram em silêncio por alguns poucos segundos.
Harry consultou o relógio em seu celular.

- Vamos comer, o tempo passa muito rápido e eu preciso ir ao mercado.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora