Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》

Capítulo 58. O confronto e o desespero!

Dentro da caverna na colina há dois lobisomens acorrentados. As criaturas de temperamentos ácidos demonstram a contrariedade que sentem em estarem pressas.

Antes da transformação se iniciar, Harry, sabendo que viria a se transformar numa criatura mais forte, acorrentou uma de suas pernas, um dos braços e meteu em si a argola do pescoço. Suzy está nas mesmas condições, porém, seu pescoço está livre por haver só uma coleira de ferro.

A monotonia deles começou a ser interrompida quando suas narinas farejaram um odor peculiar.
O lobisomem se meteu em estado de alerta, seguido pela lobismulher de olhos atentos. Ouviu-se um movimento vindo pela entrada da caverna, até que, caminhando lentamente a em quatro patas a evitar o alarde, surge um outro lobisomem que a tocha inimiga da escuridão o revela nitidamente.

Enfurecido, o lobisomem acorrentado dá um bote num ataque sem premeditação, no entanto, pela força em que se lançou em direção do intruso, seu corpo foi travado pelas correntes tão violentamente que o lançou no solo rochoso.
A lobismulher rosna ferozmente encarando aquele que marcha em círculos visando como vai atacará os dois em desvantagem pela situação em que se encontram. Caminha em quatro patas de um lado para o outro tendo seus olhos fixos em suas presas até que decide avançar na lobismulher num avido ataque. A mordida no braço da besta acorrentada foi certeira.
O lobisomem acorrentado se jogou na luta de caninos e garras dando-lhe uma abocanhada nas costas seguida de uma fincada eficaz de suas unhas na costela do agressor que voltou a se distanciar deixando a lobismulher ferida. Quando estava para voltar a dar um ataque covarde pelas condições na dupla, as narinas dos três sentiram um novo cheiro invadindo o lugar.
O lobisomem invasor marchou de ré para o canto oposta da entrada se distanciando da mesma e de sua caça.

Os três estão de olhos atentos a quem ou o quê está para entrar por ali, foi então que, muito tranquila Boyman surge caminhando sem muita presa envolvida numa espécie de manto que cobre todo o seu corpo como uma capa protetora.

- Achavas mesmo que eu deixaria você concluir seu ato covarde, senhor Smith - disse ela trazendo uma pequena garrafa em suas mãos. Minhas duas últimas semanas foram todas me concentrando no que aconteceria com a jovem William. Não posso mudar o destino de ninguém, nem mesmo o meu, mas, eu posso fazer parte do destino destas pessoas.

Ao notar que a criatura está a se prepara para ataca-la, Boyman abriu a garrafa e jogou quase a metade do conteúdo em cima do lobisomem astuto. A fera sentiu-se a arder como se aquilo fosse ácido a escorrer sobre sua couraça fazendo-a se contorcer numa lamentável cena de notória dor.
O lobisomem voltou a se recompor e focou na garrafa a mão da velha mulher, visto que pela metade está, recuou e se meteu mais ao canto possível dentre a parede rochosa.

- Por ironia do destino - voltou a falar Boyman -, seu filho lhe mordeu metendo dentro de ti, está besta que vejo a minha frente.

Os olhos avermelhados do lobisomem enfurecido acompanham a Boyman se aproximar dos outros dois acorrentados.

A velha senhora procurou onde estaria a chave que abre as correntes que prendem os monstros Suzy e Harry. Seus olhos ateiam pela semiescuridão em busca da peça libertadora; ela perdeu a atenção no traiçoeiro lobo a espreitar. O bicho, em mais um ato astuto, aproveitou-se da situação para avançar nela novamente, porém, demonstrando não estar,  de um todo desfocada; ela virou-se a esvaziar a garrafa voltando a fazê-lo sentir o arder em sua pele.

Recuou furiosa para seu canto.

Boyman viu que o olhar agressivo do lobisomem acuado percebeu que a garrafa está vazia.

- Criatura inocente! - disse-lhe deixando um sorriso maquiavélico acompanhar sua fala. - Você não passa de um híbrido que precisou ser contaminado por alguém, mas, eu... - Boyman deixou seu manto escorregar por sua pele a desposar no solo deixando-a desnuda. - Sou uma insólita de espécie nascida do ventre de uma lobismulher...