Capítulo 7. Suzy e Harry / Revelações surpreendentes.

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Assim como no sítio dos Williams, os Smiths amanheceram com uma anormalidade em sua propriedade: três ovelhas estão destroçadas num certo local fora do curral e um de seus cavalos está muito ferido.

Só se falam nisso entre a criadagem nos quatro cantos do lugar.

Evelyn entra no quarto de seu filho trazendo uma bandeja com torradas dois copos de suco de laranja e algumas frutas. Encontra Harry sentado numa poltrona ao lado de sua cama, onde Suzy está deitada inconsciente desde seu desmaio.

Harry limpara o sangue de seu rosto e braços com uma toalha molhada, não quer que ela volte a se assustar quando acordar.

- Harry? - revelou-se Evelyn chegando por detrás do rapaz preocupado com sua amada.

Ele virou-se.

- Mãe - sussurrou ele -, a senhora tem certeza que não é melhor levá-la num hospital, ou pedir o doutor Wood para vir aqui.

- Ela está dormindo! Já te disse. Não podemos sair com ela daqui, todos estão acordados a comentar sobre os animais mortos! Outra coisa: o doutor Wood é muito amigo de seu pai e ele não vai ficar calado quando souber que a filha de John William está aqui dentro desta casa.

A consciência de Harry deu razão a sua mãe.

- Você tem que comer alguma coisa. Trouxe lanche para vocês dois.

- Não estou com fome mãe!

Evelyn pousou a bandeira na mesinha da cama e o encarou firmemente.

O rapaz entendeu o "dito" de seu olhar e pegou no copo de suco.

Acompanhou sua mãe até à janela que dá vista a todo lado oeste do sítio e ficaram a olhar a floresta ao longe.

Evelyn, assim como Harry, mantém suas indiscrições em estarem sedentos para saber o que houve com Suzy.
A única pista revelada pela jovem foi de ter sido atacada por uma águia.
São raros os casos de ataques de águias aos humanos, no entanto, o que mais os inquietava era o fator mais incomum: porque Suzy estava completamente nua e como ela conseguiu entrar por aquela janela no segundo andar do casarão do Smiths?

"Será que ela foi atacada pelo mesmo animal que matou as ovelhas?" Inquietou-se Evelyn em seus pensamentos martirizando uma possível mentira contada antes do desmaio.

- Mãe, ela vai ter mesmo que passar o dia aqui! De mandrigada a gente dá o jeito de fugir.

- A família dela vai começar a procurá-la quando notar sua ausência, Harry!

- Vou ligar para senhora Becker e conversar com ela. Ela vai nos ajudar, como sempre.

De repente, destruindo o silêncio, Suzy, num surpreendente grito, acorda bradando "mãããããeeeee!".

Harry correu até ela e a acolheu em seus braços. Ao se aperceber onde está e quem são aquelas pessoas, Suzy afrontou a realidade que estava sonhando com sua mãe e que, estar naquele quarto,  é uma prova de que a noite passada fora real,  entregou-se ao desespero.

- Suzy, meu amor, - disse Harry. - fique calma, está tudo bem!

Ela encontra, no abraço de Harry, um significativo alivio aos tantos acontecimentos que ronda a realidade de sua mente naquele momento.

- Beba, minha queria! - Evelyn ofereceu-lhe um copo de suco.

Suzy levou seu olhar ao dela. Evelyn sofreu ao ver claramente que aquela moça está, realmente, em algum tipo de conflito interno.

- Beba, e tente se acalmar. É o melhor a se fazer.

Evelyn voltou à janela e se manteve a olhar ao exterior.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora