- Eu vou chegar a casa antes das nove para jantar - explicou Paul à senhora Becker pelo telefone.
Está claro, pela fisionomia dele, que a esposa está impaciente do outro lado da ligação.
- Sim, eu já disse que volto antes das nove para jantar.
Voltou a ouví-la.
- Pode deixar, eu faço o mais rápido possível.
- Tenha calma senhora Becker - disse Suzy com a voz alteada - já, já ele vai para casa.
- Okay, eu lhe digo - falou John antes de desligar.
- Ela disse que, caso você venha jantar a casa, ela fez a comida que você adora!
Suzy sentiu o remorso lhe alfinetar a consciência. Ela sabe do carinho que a senhora tem em fazer as comidas que ela gosta, e também, lhe tocou na angústia por saber que não há previsão que quando ela vai comer em sua casa novamente.
Paul achou estranha a fisionomia que a face da jovem ao seu lado se montou de repente.
- Está tudo bem? - perguntou ele com seu jeito todo meio frio de ser.
- Sim, estou aqui pensando. Tadinha - disfarçou a jovem William, ela está chateada!
- Sim e com razão, passei o dia de domingo quase todo, fora de casa!
- Verdade - consentiu Suzy. - Ela é um amor, mas, quando se inerva, ela...
O portão engradado à frente do veículo começou a abrir-se deslizando para o lado; parou antes de chegar a meio-aberto.
Thompson saiu das demências do departamento e caminhou com um olhar curioso pata o lado direito do carro onde está o motorista. Ao ver de quem se trata, teve seu senso policial a lhe dizer: está à procura de John William.
- Boa noite, senhor Paul! - disse cortesmente. - Em que posso ajudá-lo?
- Boa, senhor Thompson. Na verdade não sou eu, é ela quem quer lhe falar - apontou para o carona.
Thompson curvou seu corpo a ver quem está do outro lado e viu a filha de seu suspeito a monstro na outra poltrona com olhos fixos em si e numa postura intimidadora, de braços cruzados.
Seu senso voltou a alertar sua subconsciência que a visita será, no mínimo, perturbadora à calmaria que a noite deveria ter.
- Olá, Suzy - disse-lhe após refletir por uns segundos. - Perdeu seu voo para visitar sua irmã?
Suzy, depois de um tempo fechada em seus pensamentos, optou por não adentrar naquilo que está incerto de onde veio: ou veio da mente do experiente policial que tem seu olhar nela, ou veio de alguma artimanha de seu pai.
Suzy saiu do veículo e caminhou até sua frente, a uns cinco metros do capô, e se pôs a esperar que o chefe venha ao seu encontro.
- Então - persistiu o chefe ao se aproximar - você não estava de viagem para visitar sua irmã?
Os dois seguranças da portaria do departamento, um pela janela por dentro da guarita e o outro na porta, e, também Paul, de dentro do carro, estão assistindo curiosos. Como uma moça tão jovem tem a atenção do chefe de polícia ao ponto de falaram aos cochichos?!
- "Então" digo eu, senhor, onde está o meu pai?
Thompson pensou antes de responder.
- Estamos conversando.
- Porque meu pai está preso?
- Ele não está preso.
- Bom, senhor, com todo respeito, eu nunca o vi como amigo de meu pai para saírem para conversar e, mesmo se fosse, o senhor o trouxe para conversar dentro do departamento de polícia? E num domingo à noite?
- Assuntos muito particulares.
- Okay. Já que ele não está preso, eu gostaria de falar com ele.
Thompson ficou a refletir sobre toda a situação.
Deu uma olhada para Paul dentro do carro a sua frente e uma vista de olhos nos seus subordinados.
Refletiu um pouco mais.- O que você quer falar com seu pai?
Suzy lhe ironizou a pergunta num olhar revelador que deixou claro: Isso é particular.
Thompson levou seu olhar para o céu e viu que a claridade já não se faz presente e decidiu não prolongar uma discursão que não teria um fim rápido. Preferiu arriscar no acaso das informações fantásticas do sobre o lobisomem se transformar nas proximidades da meia noite serem verdadeiras, além disso, ele não acredita que John seja mesmo um lobisomem.
- Olha, menina, você deve saber mais do que eu sobre muita coisa que está acontecendo entre a fazenda de seu pai e a dos Smiths.
Ele respirou profundamente antes de se virar e ir até o segurança na guarita e falar-lhe por uns poucos segundos.
Suzy aproveitou para ir falar com Paul.
- Eu vou com ele lá dentro e não demoro. Depois podemos ir direto para onde meu pai mandou.
- Suzy, eu não vou...
Suzy saiu sem deixar o homem terminar a frase.
Thompson voltou.
- Vou deixar você vê-lo, no entanto, não importa o que possa parecer, seu pai não é um prisioneiro. Se ele quiser te explicar o que se passa, aí será com ele.
Voltou a olhar para Paul dentro do carro.
- Só vem você - afirmou.
- Sim. Ele fica à minha espera.
Ela e Thompson passaram pelo portão e adentraram na propriedade da polícia e seguiram em direção ao grandioso prédio principal.
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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》
Manusia Serigala🏅Esta obra foi selecionada, pela plataforma, para participar do Prêmio Watt 2022 na categoria MISTÉRIO/SUSPENSE.🏅 ✨️AGRADEÇO A PLATAFORMA POR ESTA OPORTUNIDADE. ◇ A família William ainda vive perturbada em busca do p...