Capítulo 23. A audácia de Suzy William.

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- Eu vou chegar a casa antes das nove para jantar - explicou Paul à senhora Becker pelo telefone.

Está claro, pela fisionomia dele, que a esposa está impaciente do outro lado da ligação.

- Sim, eu já disse que volto antes das nove para jantar.

Voltou a ouví-la.

- Pode deixar, eu faço o mais rápido possível.

- Tenha calma senhora Becker - disse Suzy com a voz alteada - já, já ele vai para casa.

- Okay, eu lhe digo - falou John antes de desligar.

- Ela disse que, caso você venha jantar a casa, ela fez a comida que você adora!

Suzy sentiu o remorso lhe alfinetar a consciência. Ela sabe do carinho que a senhora tem em fazer as comidas que ela gosta, e também, lhe tocou na angústia por saber que não há previsão que quando ela vai comer em sua casa novamente.

Paul achou estranha a fisionomia que a face da jovem ao seu lado se montou de repente.

- Está tudo bem? - perguntou ele com seu jeito todo meio frio de ser.

- Sim, estou aqui pensando. Tadinha - disfarçou a jovem William, ela está chateada!

- Sim e com razão, passei o dia de domingo quase todo, fora de casa!

- Verdade - consentiu Suzy. - Ela é um amor, mas, quando se inerva, ela...

O portão engradado à frente do veículo começou a abrir-se deslizando para o lado; parou antes de chegar a meio-aberto.

Thompson saiu das demências do departamento e caminhou com um olhar curioso pata o lado direito do carro onde está o motorista. Ao ver de quem se trata, teve seu senso policial a lhe dizer: está à procura de John William.

- Boa noite, senhor Paul! - disse cortesmente. - Em que posso ajudá-lo?

- Boa, senhor Thompson. Na verdade não sou eu, é ela quem quer lhe falar - apontou para o carona.

Thompson curvou seu corpo a ver quem está do outro lado e viu a filha de seu suspeito a monstro na outra poltrona com olhos fixos em si e numa postura intimidadora, de braços cruzados.

Seu senso voltou a alertar sua subconsciência que a visita será, no mínimo, perturbadora à calmaria que a noite deveria ter.

- Olá, Suzy - disse-lhe após refletir por uns segundos. - Perdeu seu voo para visitar sua irmã?

Suzy, depois de um tempo fechada em seus pensamentos, optou por não adentrar naquilo que está incerto de onde veio: ou veio da mente do experiente policial que tem seu olhar nela, ou veio de alguma artimanha de seu pai.

Suzy saiu do veículo e caminhou até sua frente, a uns cinco metros do capô, e se pôs a esperar que o chefe venha ao seu encontro.

- Então - persistiu o chefe ao se aproximar - você não estava de viagem para visitar sua irmã?

Os dois seguranças da portaria do departamento, um pela janela por dentro da guarita e o outro na porta, e, também Paul, de dentro do carro, estão assistindo curiosos. Como uma moça tão jovem tem a atenção do chefe de polícia ao ponto de falaram aos cochichos?!

- "Então" digo eu, senhor, onde está o meu pai?

Thompson pensou antes de responder.

- Estamos conversando.

- Porque meu pai está preso?

- Ele não está preso.

- Bom, senhor, com todo respeito, eu nunca o vi como amigo de meu pai para saírem para conversar e, mesmo se fosse, o senhor o trouxe para conversar dentro do departamento de polícia? E num domingo à noite?

- Assuntos muito particulares.

- Okay. Já que ele não está preso, eu gostaria de falar com ele.

Thompson ficou a refletir sobre toda a situação.
Deu uma olhada para Paul dentro do carro a sua frente e uma vista de olhos nos seus subordinados.
Refletiu um pouco mais.

- O que você quer falar com seu pai?

Suzy lhe ironizou a pergunta num olhar revelador que deixou claro: Isso é particular.

Thompson levou seu olhar para o céu e viu que a claridade já não se faz presente e decidiu não prolongar uma discursão que não teria um fim rápido. Preferiu arriscar no acaso das informações fantásticas do sobre o lobisomem se transformar nas proximidades da meia noite serem verdadeiras, além disso, ele não acredita que John seja mesmo um lobisomem.

- Olha, menina, você deve saber mais do que eu sobre muita coisa que está acontecendo entre a fazenda de seu pai e a dos Smiths.

Ele respirou profundamente antes de se virar e ir até o segurança na guarita e falar-lhe por uns poucos segundos.

Suzy aproveitou para ir falar com Paul.

- Eu vou com ele lá dentro e não demoro. Depois podemos ir direto para onde meu pai mandou.

- Suzy, eu não vou...

Suzy saiu sem deixar o homem terminar a frase.

Thompson voltou.

- Vou deixar você vê-lo, no entanto, não importa o que possa parecer, seu pai não é um prisioneiro. Se ele quiser te explicar o que se passa, aí será com ele.

Voltou a olhar para Paul dentro do carro.

- Só vem você - afirmou.

- Sim. Ele fica à minha espera.

Ela e Thompson passaram pelo portão e adentraram na propriedade da polícia e seguiram em direção ao grandioso prédio principal.

Ela e Thompson passaram pelo portão e adentraram na propriedade da polícia e seguiram em direção ao grandioso prédio principal

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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora