Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》

Capítulo 19. A imprevisão fortalece a angústia.

Quando o Jeep conduzido por Evelyn estava cruzando o Rio Ness pela ponte "The Ness Bridge", no centro de Inverness, Harry sentiu a emoção lhe acelerar o coração quando ao longe avistou as duas imponentes torres avermelhadas da Catedral de Santo André do outro lado do rio, ao leste. Harry já sabe onde ela estará e a imagem de Suzy sentada naquele banco, com os pés a sentir a natureza do solo nos jardins da catedral lhe veio à mente subitamente.

Um sorriso se formou em seu rosto.

Soltou os cabelos que lhes tocaram os ombros. As mechas lhe decairam sobre a face, as calcou por detrás das orelhas pelo seu penteado partido ao meio de seus cabelos ondulados.

Sentiu-se contente por saber que sua mãe lhe deixaria a sós com Suzy após um telefonema que ela fez a algum conhecido que mora nas proximidades da catedral no qual ela irá visitá-lo.

Não vou demorar; no máximo uma hora. Disse Evelyn ao deixá-lo próximo à estrutura religiosa.

Evelyn saiu com o carro, mas, seus olhos acompanharam, pelo retrovisor, seu filho a sumir enquanto rumou para detrás da igreja.

A preocupação lhe agonizou como nunca antes, em saber que Harry está indo de encontro com Suzy, aquela que além de ser a filha de John William, agora é, também, uma aberração que sua consciência luta para acreditar na então fantasia; entretanto, outro grande problema se formou em sua vida: a agressão e ameaça de seu marido. De imediato, ela ligou para um grande amigo, que é da área jurídica de causas familiares e marcou de ir tomar um chá e lhe ouvir alguns conselhos e talvez movimentar um processo contra Jonathan, já que a sua experiência sempre ter sido em processos empresariais.

Seguiu ao encontro.

...

Harry caminha acompanhando a grande parede em tijolos avermelhados que constituem toda a estrutura da gigantesca catedral.

A movimentação dos inúmeros fiéis que adentram no prédio religioso corrobora com a mais frequentada missa do domingo, essa que está para se iniciar: das dezoito horas.

O ambiente de alegria em torno da igreja fez Harry lembrar-se de sua infância nos domingos que eram rotineiros com sua mãe ali no templo.

Gritos e gargalhadas das crianças de várias idades exercendo a melhor época de suas vidas deslumbram e agregam ao jardim da "casa do senhor" uma paz pela perfeição de suas vidas em viver sem pensar nas consequências de escolhas que um dia terão que proferir no percorrer de um futuro, quando adultos forem.

Harry deixou um riso singelo lhe florir a face quando se lembrou do tombo que levara a correr quando deslocou o braço
O momento no qual ele interrompera a missa ao entrar aos gritos na catedral cheia de fiéis atentos aos ditos do padre fora histórico e até hoje relembrado por muitos dos antigos seguidores de Santo André.

Então que Harry chegou até à coluna que finaliza a lateral direita da catedral e ao virar-se se deparou com sua amada, há poucos vinte metros dele, como ele previra: no mesmo banco palco de seus corriqueiros encontros de momentos agressores contra a saudade que lhes eram martirizantes na longa semana de espera até às quartas-feiras nos jardins da catedral.

Suzy está sentada com os pés descalços a sentir a grama e têm seus cotovelos calcados na altura dos joelhos enquanto mexe em seu telefone; Harry parou e passou um curto tempo a observar ao longe aquela mulher que alcança seus mais profundos e desconhecidos sentimentos de carinho e amor que o ser humano possa sentir por outro.
Seu coração está em puro êxtase atordoado em batimentos arquejantes deixando claro que o amor de ontem é minúsculo perante o de hoje, este que será pequeno comparado ao de amanhã.