Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》

Capítulo 16. Um confronto à discórdia.

Jonathan atirou um olhar furioso em Evelyn no qual a criticava porque sua reação não emitiu nenhum tipo de surpresa, ao ouvir que Harry está fornicando com uma William.

- Você sabia disso?! - Surpresa e repúdio se misturaram às palavras.

Harry não quer que sua escolha ricocheteie a culpa em sua mãe.
Tolhendo seu pai de transformá-la, injustamente, numa protagonista, ele atira seu olhar ao pai, assim que meteu seu corpo a frente dele, como uma parede protetora:

- Minha mãe não tem nada a ver com isso, pai. Ela tentou me impedir, mas ninguém vai conseguir separar Suzy de mim; nós nos amamos!

A convicção de Harry, em afirmar seus sentimentos pela William, fora recebido como um ato arrogante, quando seu filho se impôs numa postura firme, na qual não denotou nenhum vestígio de recuo ao seu furtivo relacionamento. Sua raiva foi reforçada pelo também ar de afrontamento explícito na firmeza de Harry a então revelação. Não há medo em seu semblante.

- Seu moleque mimado! Você acha que vai meter na minha cara que está...

- Jonathan, tenha...

Evelyn foi calada pela palma da mão de seu marido mostrada numa ordem direta: "não se meta"!

- Pai. Não precisamos fazer disso uma briga. Ela e eu...

- Ela e "eu" o quê? - Vomitou Jonathan alteando a voz quase ao grito. - Ela e você o quê, Harry? Deixa eu adivinhar: Nós nos amamos e vamos construir uma família e viver felizes para sempre! Né isso, grande sonhador imbecil!? E então, você quer que eu te felicite - a voz de Jonathan está cada vez mais alta - e deseje que meu filho seja feliz com a desgraçada filha dos desgraçados que vivem a tentar contra nós há anos!!!???

O tom elevado de cinismo, arrogância e ironia na fala enfurecida de Jonathan atingiu a consciência de Evelyn que se sentiu obrigada a acabar com a discussão, já que o principal já havia sido revelado: o relacionamento.
Jonathan precisa digerir e depois refletir para mais à frente o impossível venha a acontecer: a aceitação.

Porém, a tarefa de acabar com aquele assunto naquele momento, onde a fúria se aproxima de seu ápice, não seria fácil, nem mesmo para a esposa, Evelyn.

- Jonathan, você precisa se acalmar - disse ela forçando um protagonismo. - Eles estão...

- Não ouse completar essa mentira. - cortou dando-lhe um tiro vocal.

- Pai, as coisas aconteceram de forma natural. Foi o destino.

- Destino!!! Escute aqui uma coisa: não me interessa saber como isso começou, eu só sei que isso vai acabar.

Nunca antes houve uma afronta tão acirrada dentre eles dois, alias, nenhum dos filhos de Jonathan nunca lhe olhou com o mínimo de repúdio se quer. Os olhos de Harry enfrentam os de seu pai, porém, ele sente o temor que lhe chacoalhar por dentro a cada passo que aquela discussão se aproxima de uma explosão catastrófica. No entanto, seu amor por Suzy está se sobrepondo ao momento de martírio da cena em si, com isso e acima de tudo, sua amada era digna dessa luta e a vitória tem de ser proferida.

- Pai, Suzy e eu não temos nada a ver com essa briga de vocês.

Os olhos de Evelyn e Harry assistiram a face de Jonathan se enfurecer delineando todas as rugas de expressão que o tempo lhe desenhou no rosto. O homem que raramente ri ou se diverte com as normalidades do cotidiano da vida, está com uma cólera em alto grau a lhe devorar por dentro: sem precisar falar, isto está notório.
Nada mais no mundo lhe tocava nas entranhas no lugar onde ele guarda a raiva que sente pelos Williams do que falar sobre eles em qualquer momento de seu dia.
O nome da família vizinha era evitado por seus filhos, esposa e até mesmo pelos empregados do local.
O patrão de temperamento agressivo, não deveria ser inervado.