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A escuridão da noite começa a perder força dando espaço ao cinza escuro que, gradativamente, está clareando o céu sobre Inverness.
A aproximação do alvorecer do sol faz a temperatura, já quente, se elevar corroborando com o impiedoso verão inesquecível aos países de todo o velho continente.
Aos poucos a vida diurna se impõe em torno da mata formada com árvores de troncos altos e retos como postes de iluminação pública; parecem estarem numa olimpíada centenária entre si a lutar para levar suas folhagens o mais alto possível; tudo isso cercado pela sinfonia matinal da natureza exuberante da floresta de Great Glen.
Eis que o sol começa a aparecer ao longe deixando a panorâmica invejável. Os corvos já se mostram a dominar o firmamento sobre a floresta cortada pela estrada Island Bank Road, nas imediações do Rio Ness.Em meio aos cantos de pássaros menores ouve-se o expressivo garganteio de uma implacável ave gigantesca, águia-real.
Seus impressionantes quase dois metros e meio de envergadura de suas asas a faz planar tranquilamente a acompanhar o fluxo do Rio Ness seguindo em direção ao tão famoso Lago Ness. Então que seus ávidos olhos foram atraídos por uma anormalidade ao longe: um corpo caído às margens do rio, próximo à floresta. A faminta ave de rapina pôs-se a analisar sobrevoando longinquamente em grandes círculos aquele corpo desnudo que dorme em posição fetal como se fosse um cão encolhido.
O corpo caído é Suzy e está a tremer, involuntariamente, como se houvesse um frio glacial a sua volta, no entanto, ela não sente a presença de nenhum dos sentidos de seu corpo.
Abre os olhos e não consegue enxergar nada a sua frente com clareza. Suas pupilas estão dilatadas tomando quase que por completo o castanho claro de suas íris. Parecia estar acordando após ter sido dopada por um forte anestésico geral. Seu cérebro está desconectado de sua consciência, porém, aos poucos ela começa a sentir uma forte sensação de frio e nota que seu corpo está descontroladamente tremendo.
Aos poucos, seus os sentidos começam a tomar presença; todos ao mesmo tempo. "Meu Deus; será que estou presa numa câmera frigorifica!" Pensou.
A sensação de pânico começar a tomar força em suas entranhas. "Onde estou? O que está acontecendo?".
Vagarosamente, seus ouvidos começaram a capitar um barulho de água corrente em algum lugar não muito longe.
Tentou levanta-se e foi travada pela dor avassaladora que implodiu dentro de seus ossos.
As pálpebras se mantém em total descontrole buscando dar visão ao que se passa em seu entorno.
Os batimentos cardíacos estão num hesitante êxtase dentre lentos e rápidos, fazendo-a sentir a pressão do sangue a fluir tão fortemente como o jato d'água que corre em busca da ponta da mangueira de um bombeiro. Foi então que sua mente lhe começa a lançar alguns flashes da última noite. "Eu não estou em casa!". Concluiu sua coincidência. "Preciso me levantar!".
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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》
Loup-garou🏅Esta obra foi selecionada, pela plataforma, para participar do Prêmio Watt 2022 na categoria MISTÉRIO/SUSPENSE.🏅 ✨️AGRADEÇO A PLATAFORMA POR ESTA OPORTUNIDADE. ◇ A família William ainda vive perturbada em busca do p...