Capítulo 17. Um estranho no ninho.

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Suzy ligou para Harry assim que recebeu sua mensagem, e, como um secretário exemplar ao seu trabalho, ele atendeu rapidamente.

- Oi meu amor, meu Deus... Onde você esteve? Estava preocupado. Tudo bem? Eu preciso de te ver!!!

O "tiroteio" de palavras simples, porém importantes, tocam certeiramente no ponto mais sensível de Suzy atualmente: a sensação de solidão.
A preocupação exposta no tom e na euforia expressa nas palavras de Harry, acalentou agradavelmente sua namorada.

- Estive resolvendo coisas que vão me ajudar - respondeu numa voz entristecida e reveladora.

- Você está bem?

O silêncio feito por ela não foi duradouro quando fundadas pelo nariz revelou um pranto camuflado vindo do outro lado da linha: Suzy chora.

- Meu amor, onde você está?

- Em casa - disse-lhe dificultosamente em meios aos golpes de choro -, no meu quarto.

- O que houve?

Harry sentiu o "toque do dedo" pesado em sua consciência pela impertinência da pergunta mediante o caos que se transformou a vida dela nas últimas semanas.
Ele respeitou o tempo que Suzy precisou para se recompor de seu pranto e então lhe acalmar com alguma resposta.

- Meu pai foi levado pelo chefe da polícia do estado. Ele acha que meu pai é o... - a realidade lhe bloqueou a traqueia novamente e o choro voltou a lhe frear suas palavras.

- Suzy, você precisa se acalmar.

- Eu preciso te ver! - disse ela.

Imediatamente Harry tocou no ícone da câmera no topo de sua tela fazendo-lhe uma chamada em vídeo.

Suzy atendeu sem delongas.

O olhar dela transborda sua tristeza pelas lágrimas que persiste em escorrer sobre sua face entristecida.
Ver o semblante de sua amada em total decadência o ferio profundamente.

- Não era por aqui que eu quero te ver - disse ela secando as maçãs do rosto.

Mesmo assim lhe agradou vê-lo com seus cabelos soltos e sua face sempre firme em expressões precisa a ajuda, se preciso for.

- Meu amor, não fique assim - disse ele.

Harry sempre se mostrou forte em inúmeras outras situações. Certo que nada fora tão martirizante quanto ao que se segue em sua vida pessoal, no entanto, não seria nesta que ele deixaria de representar o ombro, a força e o refúgio da mente preocupada de Suzy.

- Mas como a polícia pode desconfiar de seu pai?

- Eu não sei muito bem. Hoje de manhã quando chegamos, o chefe da polícia já estava à nossa espera lá na entrada do sítio. Eles conversaram no escritório por um longo tempo e quando saíram, meu pai foi de livre e espontânea vontade com o tal policial, eu acho.

- Então ele não foi preso?

- Acho que não. Ele tentou me convencer que por enquanto seria bom eles se focarem nele.

- Pelo menos o seu pai é sábio!

Suzy notou uma mudança na feição de Harry.

- O que houve? - perguntou ela.

O semblante de Harry corroborou com a desconfiança de Suzy que algo acontecera.

- Eu contei ao meu pai sobre a gente!

Suzy não esperava por essa.
Harry viu pela câmera os olhos dela se arregalarem demonstrando que o choque fora imenso.

- Mas porque você decidiu de fazer isso?

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora