Ethan olhou para o GPS expressando uma feição interrogativa, achou estranho o lugar que o aparelho os levou.
- O que foi? - perguntou Suzy desatando o cinto de segurança de sua cintura.
- É aqui? - perguntou ele.
- Sim, é aqui.
Ethan notou através do foco dos faróis iluminando o pequeno espaço à frente do veículo, algumas marcas de pneus deixadas no chão de terra ainda umedecido; as copas das árvores não deixou o sol adentrar durante o dia.
Suzy certificou que sua bateria do celular está 100%. Desconectou do carregar do carro, saiu e tirou a mala, claramente pesada, do banco de trás da picape de cabine dupla.
Ethan saiu do veículo e deu a volta ao seu encontro.
- Você já pode ir - disse ela.
- Mas você vai ficar aqui, menina, no meio do nada dentro dessa floresta?
- Sim, uma pessoa vem me buscar.
- Uma pessoa?
- Sim. Não precisa esperar. Não se esqueça de que a senhora Becker está à sua espera para jantar.
Ethan ficou calado e deu uma vista de olhos na mata a volta deles.
De repente, Suzy começou a sentir-se aflita e agoniada em seu interior. Um calafrio e uma sensação de inquietude está a tomar força dentro de si.
- Vá embora - disse ela suavizando o máximo a voz tentando esconder o caos de sensações que afloram em seu interno.
Ethan acha estranho a situação e ficou em silêncio a olhar o cenário no qual Suzy lhe está quase ordenando de abandoná-la.
Senhor Ethan - disse ela o puxando pelo braço e o conduzindo ao lado direito do carro -, meu pai lhe disse para me trazeres aqui, mas não mandou você ficar, então, você pode ir embora!
O sentou no banco do motorista e fechou a porta.
- Eu estou com meu telefone - disse ela dando a volta e pegando em sua mão. - Qualquer coisa eu te ligo.
Ethan olhou para ela por uns instantes até que decidiu seguir os argumentos de Suzy: ligou o carro e deixou o lugar.
Suzy ligou a lanterna do seu telefone e iniciou a subida arrastando a mala em direção da casa escondida mais acima.
Ethan vai chacoalhando na estrada de terra esburacada em direção da estrada principal.
Ele está muito confuso e descrente se o lugar seria mesmo aquele e se fez certo em deixá-la no meio de uma floresta em "torno de nada".Pegou em seu telefone e fez uma ligação para John. Nada, o sinal está cortado.
Sua consciência está pesada e perdida.
Freou bruscamente a picape e com muita dificuldade, pela estrada estreita, fez a volta e retornou ao lugar onde deixara Suzy à pouco menos de cinco minutos.
Nada, o lugar está vazio.
Ele saiu do carro e buscou por ela. Nada!
Sentiu-se aflito quando notou que não há como sair ou entrar naquele pequeno espaço sem ter passado por si e ele não viu ninguém.
Olhou para o chão e não viu nenhuma marca recente de pneu a não ser aquela deixada por sua picape à pouco.Voltou para a o veículo e ficou uns minutos a tentar achar para onde Suzy poderia ter ido. Consultou o relógio, 21h49. Lembrou-se de sua esposa.
Ligou o carro e saiu dali.
...
Suzy chegou suando à residência. Não está cansada, mas sua e o calor começou a fazer-se presente nas suas entranhas.
A imagem de seu pai atrás das grades persiste em sua mente. "Tem alguém aqui?" Gritou adentrando na sala. Jogou a mala no chão. Seu coração está disparado. Lembrou-se da tal caverna, porém, seus planos não é ir para lá nesta noite.Saiu da casa a cambalear, já perdendo o controle de seus movimentos. Deixou o peso de seu corpo lhe jogar na relva e olhou para o céu.
Seus olhos se encantaram com a lua cheia que clareia suavemente o lugar.Sentiu a dor de seus ossos começarem evoluir e a estralar por todo seu corpo, porém, desta vez, a dor não está tão intensa quanto nas duas primeiras vezes, não há questões do que esteja acontecendo, não há medo, não há martírio, porque desta vez intenções estão traçadas para esta madrugada.
Suzy mantém seus olhos focados na grandiosa lua cheia enquanto a pele de seu corpo começa a se esconder por detrás dos milhares de pelos que emergem de cada poro.
Olhou suas unhas a se transformarem em garras. No entanto, antes de seu corpo tomar por completo a forma monstrenga, e até mesmo antes de sua mente ser tomada pela mente animália da lobismulher, Suzy deixa escapar por sua garganta numa voz distorcida, rouca e monstruosa: "Vamos ver se ele vai continuar achando que meu pai é o assassino"!A transformação foi chegando ao ápice monstruoso e gigantesco.
A criatura de quase três metros está transformada.
Meteu-se em quatro patas e saiu a toda velocidade rasgando floresta adentro.
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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》
Manusia Serigala🏅Esta obra foi selecionada, pela plataforma, para participar do Prêmio Watt 2022 na categoria MISTÉRIO/SUSPENSE.🏅 ✨️AGRADEÇO A PLATAFORMA POR ESTA OPORTUNIDADE. ◇ A família William ainda vive perturbada em busca do p...