Capítulo 52. Conhecendo o lobisomem.

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Já haviam passados quase cinco horas de idas e voltas nos quatro cantos de seu sítio iluminado unicamente pela lua cheia, quando Jonathan sente o cansaço lhe pesar a mente. - Tu também deve estar cansado, não é meu amigo?! - Deus uns tapas no pescoço do cavalo que cavalga tranquilamente evitando ao máximo destruir o silêncio sombrio da madrugada. Alguns pequenos animais noturnos a se movimentar em alguns locais isolados dão-lhe a impressão de estar sendo observado a todo instante; porém sua consciência já se acostumou com a inquietude depois de horas de aflição a qualquer movimento suspeito pela noite que se aproxima do fim.

O cavalheiro e seu animal chegaram à cerca que divide sua propriedade dos Williams, no mesmo local onde houve o primeiro ataque no qual levou a vida de um de seus empregados.

Consultou o relógio "5:28".

Repentinamente seu cavalo se monstra inquieto a bufar várias vezes pelos enormes buracos de suas narinas. Jonathan pega na lanterna e aponta o foco de luz para alguns pontos, nada. Foi então que o bicho, num ato descontrolado, atirou suas patas dianteiras ao ar numa demonstração clara um pânico. Surpreendido pelo feito, Jonathan foi lançado ao chão e viu seu cavalo correr para longe dali levando sua espingarda.

Os olhos de Jonathan seguiram o bicho se distanciar o deixando só e desprotegido na escuridão. Um barulho estranho surgiu e num ato de reflexão o solitário homem levou seu olhar para um monte de árvores reunidas pouco mais ao longe, do outro lado da cerca. Foi então que seus olhos avistaram um gigantesco animal se revelar em precisas marchas em duas patas a sair misteriosamente do arvoredo.

Pasmo, Jonathan não acredita nas imagens que seus olhos enviam para seu cérebro em colapso. Pegou a lanterna caída há poucos passos de onde ele foi lançado, e levou o foco até a besta que já está há uns vinte metros de si. A luz forte na direção da criatura incomodou sua visão, foi então que ela se meteu em quatro patas e se apressou para chegar até sua vítima amedrontada. Jonathan meteu-se de pé e começou a correr o mais rápido que pôde. Não deu mais que cinco passos largos e sentiu o peso do lobisomem lhe lançar novamente a relva. Caído, ele virou-se desesperado e assistiu a besta andar em círculos a sua volta. A respiração de Jonathan está no maior êxtase jamais vivido! Seus batimentos estão fora de controle enquanto o medo está a devorar suas entranhas como nunca antes. Ver aquela criatura de quase três metros a circular como um lobo a analisar sua caça a espera do momento ideal para abatê-la, estava fora de qualquer realidade deste homem que havia se armado para o momento. Jonathan notou que toda a cara do lobisomem está ensanguentada. Pela quantidade de sangue, que imunda sua pelugem em vários pontos de seu corpo, dá para se prever que sua vítima anterior já deve se encontrar em cadáver.

- Desgraçada! - Lançou a vítima numa voz enraivecidada, quase a gritar. - Vai, Suzy, acabe logo com isso!

De repente, num bote direto e certeiro, a criatura pulou e parou em cima de Jonathan o deixando sem saída pelo gigante tamanho de seu corpo. Manteve-se de quatro a olhar sua vítima a tremer de ponta-cabeça demonstrando não apresentar nenhuma resistência pelo pavor que esboça. Uns segundos de olhos nos olhos até que a arcada do lobisomem se fechou numa bocada precisa no bíceps do braço direito de Jonathan. Sacodindo de um lado para o outro ferozmente, a criatura parece tentar arrancar o membro de seu corpo. O acatado tenta se defender com alguns golpes de socos, com o outro braço e alguns chutes onde seus joelhos e pés podem acertar, mas, nada se mostra capaz de ferir a couraça da besta.

Jonathan vomitou um grito alto e estrondoso pela dor que a bocada lhe causa. A luta está em total desvantagem para o Smith, até que voluntariamente, a criatura solta o braço dele, sai de cima e se mete a distância sem tirar o foco do desesperado a sua frente.

O pânico é tanto no interior de Jonathan que seu corpo está estagnado sem reação enquanto seu cérebro se encontra incapaz de achar qualquer refúgio; entretanto, uma cena estranha e bizarra toma início: o lobisomem parece perder suas forças. E sua face feroz perde a ferocidade transformando-se em moribunda e desfocada. Caiu no gramado a se debater e contorcer como se um espírito maligno estivesse tomando pose de seu corpo, ou até mesmo tendo um ataque epilético em alto grau. Jonathan se arrastou para metros da cena macabra. Tateou os bolsos em busca de seu telefone, não encontrou. Lembrou-se de que o havia colocado na jaqueta levada pelo cavalo. Avistou uma pedra a beirar-se da cerca ali perto. Foi até lá e pegou o pedregulho tão grande quanto um melão. Apesar da dificuldade, devido seu doloroso ferimento, sentiu-se armado pelo do objeto maciço em sua posse. Seus olhos assistem o bicho num notório martírio interno no qual o mantém a se bater no solo feito uma cobra a arder em chamas. "A desgraçada está morrendo!". Pensou. Os pelos que cobrem sua couraça começam soltar de sua pele enquanto o volume de seu corpo, aos poucos, perde sua grandeza. As pupilas do observador estão exercendo ao máximo de suas funções, pois mesmo o dia estando para raiar, o breu da noite ainda se mantém, já que o local está clareado unicamente pela luz lunar. Nem mesmo o medo está sendo mais forte do que a característica mais absoluta de um ser humano: a curiosidade. Continuou de longe a observar a transmutação da besta-fera em humano.

Finalmente o macabro processo terminou, deixando o corpo desnudo que, aparentemente, num ato de proteção, se meteu em posição fetal, de costas para Jonathan. A vítima viu a posição de poder mudar drasticamente ao ver o corpo fragilidazado de desprovido de qualquer proteção. O corpo estremece como se o frio fosse glacial.
Jonathan olhou o ferimento que já não escorre sangue e se enraiveceu diante à tentativa de assassinato. "Desgraçada!" Pensou ele. "Agora eu acabo com sua raça".

Aproximou-se.

Ergueu ao máximo a rocha em suas mãos e achegou-se bem perto de seu caçador. Porém, Jonathan juntou as sobrancelhas ao ver que aquilo não se parece nada com um corpo feminino. Os cabelos longos ajudam a esconder o rosto. Jonathan calcou seu pé no ombro daquele misterioso corpo e num forte solavanco e o empurrou rolando de barriga para cima.

- Filho da puta! - sussurrou enquanto sente suas entranhas se rasgarem no momento que a surpresa se misturou ao ódio quando seus olhos atestaram que o monstro que acabara de atentar contra sua vida é Harry, seu próprio filho!

- Filho da puta! - sussurrou enquanto sente suas entranhas se rasgarem no momento que a surpresa se misturou ao ódio quando seus olhos atestaram que o monstro que acabara de atentar contra sua vida é Harry, seu próprio filho!

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Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora