T2- 10

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Por Joshua Beauchamp

Olhei nos olhos de Any quando a mesma dirigiu aquelas palavras a mim, doeu.

Talvez toda essa história de acidente tivesse sido algum tipo de brincadeira de mal gosto do destino, qual é, justo a Any?

É diferente olhar para ela, é como se eu me sentisse impuro, talvez eu devesse fazer algo para que ela me perdoasse, mas o que?

- Como se conheceram? - a cacheado pergunta me tirando dos meus pensamentos - Diarra, como se conheceram?

- pensei que não tinha perguntas - sorri divertido e ela revirou os olhos.

- É verdade, não tenho, foi apenas uma curiosidade momentânea - fechou a cara.

- Não faz assim Gabrielly...

Ela se aproximou de mim e suavemente tirou o colar de junto do meu e o colocou calmamente na escrivaninha.

- Me desculpe - me olhou - seu que errei em não ter te contado.

- Já fazem muitos anos, não tem importância - sua voz falhou nas últimas palavras.

- Tem sim - segurei em suas mãos geladas e trêmulas - por que está tremendo?

- Tive uma crise hoje cedo - fechou os olhos com força e afastou sua mão da minha - quando me ligou, eu ia me matar

Minha vista embaça um pouco e passo minhas mãos pelo rosto.

- Como tem passado a vida nesses 15 anos Any? - perguntei calmo - devo dizer, suas crises melhoraram ou pioraram?

- Praticamente a mesma coisa - apertou a palma da mão com as unhas fazendo um machucado fundo.

- Me dá a sua mão - nem se moveu e então eu mesmo o fiz.

Passei o dedo em todas as cicatrizes do local, me perguntei se ela já tinha passado uma faca por ali.

- O que te dá gatilhos? - me senti um burro por perguntar isso a ela.

- Está se chamando de burro mentalmente não é? - a olhei com a boca aberta, chocado - você sempre morde o lábio inferior quando pensa em algo negativo sobre si mesmo - deu de ombros - e também no sexo.

Assim que percebeu o que falou tampou a boca e corou, me fazendo rir da sua face avermelhada.

- Hum, safadinha.

- Joshua! pare com isso! - ordenou brava mas logo começou a rir.

Me peguei sorrindo ao vê-la "feliz" e parei no mesmo instante, sou um homem comprometido, droga.

- Droga!

- o que foi?

- Deixei os bicudos lá em baixo - me encarou - sozinhos - saltou da cama.

- Dois bicudos não se bicam.

Saímos do quarto em silêncio para poder observar atentamente tudo que acontecia.

" E se ela acordar?" - ouvi alguém sussurrando mas não consegui identificar.

" Ela não vai, e se for só vai ter você" 

- Do que eles estão falando? - Any perguntou sem nem menos tirar a atenção das escadas.

- Quem acordar?

No mesmo instante recebo uma ligação do hospital, merda!

Não pude deixar de notar que já eram uma da manhã.

Virei o celular para Any e a mesma ficou tensa.

- Vou pegar a minha bolsa, assim podemos ir.

-Chamamos a Brenda? - Gabrielly a olhei dormindo e respirou fundo 

- Se coloque no lugar dela.. eu não consigo - você ia querer ir?

Como Any disse, se colocar nessa situação é uma coisa muito difícil.

Após discutir sobre o assunto decidimos deixa-la sobre a supervisão dos dois adultos da casa.

Já no primeiro andar, vimos Noah e Diarra em silêncio e estranhei.

- Recebemos uma ligação do hospital. Podem cuidar da Brenda?

Diarra murmurou um: " ela me odeia" e Any devolveu com um; " ela odeia todo mundo".

Estamos a caminho do grande hospital, no carro, só é possível de se ouvir o barulho do ar condicionado.

- Heyoon ou Sina? - a olhei - Só me responde isso, por favor - sussurrou sem forças.

-Se Sina está em coma...

-Yoon...


𝕭𝖆𝖉 𝖌𝖎𝖗𝖑Onde histórias criam vida. Descubra agora