𝕭𝖆𝖉 𝖌𝖎𝖗𝖑

T2- 15

Any Gabrielly

Joshua andava acima da velocidade permitida em direção ao hospital, local onde estou indo quase todos os dias.

Olho para o banco de trás e tenho a visão de Brenda mordendo seus próprios lábios e sua perna esquerda tremendo, indicando que ela está extremamente ansiosa e nervosa. Levo minha mão até sua coxa e a paro lá, sentindo depois de alguns minutos sua perna diminuir toda a intensidade do tremor.

Subimos até o quarto da minha melhor amiga e engulo um seco ao ler o número do  hospital: 239.

Sina está com olheiras e sua boca sem cor, ela está acabada.

Ela está se debatendo contra alguns fios em seu corpo e xinga baixinho a inferneira por "enfiar esse troço na sua veia".

Ela paralisa ao olhar para Brenda que tinha seus olhos marejados e parece surpresa com a reação da garota,já que abre a fecha a boca várias vezes. Minha afilhada corre até ela e a abraça forte, enquanto eu sorrio boba pela cena. Deixo uma lágrima cair mas sou rápida e a seco em segundos.

-Any? Achei que tivesse alucinando quando ouvi a sua voz. Você realmente está aqui..

- Parece que sim - dou um sorriso envergonhado.

- Vem me abraçar rapariga!

- Mãe? - Sina engasga com a própria saliva e Brenda ri - não sabia que tinha esse palavreado mocinha!

- Oh filha, perdão - eu seguro a risada e a loira me encara com um semblante amedrontador, típico de mães.

- Onde Heyoon está?

- A-a Heyoon? Bom, ela, sabe? É que...bom.

- Onde ela está Any? - Sina pergunta com um tom de voz choroso.

- Não sabemos Sina! Ela..ela desapareceu.

Como eu esperava ela caiu no choro e eu me segurei para não cair no chão, mas apenas disse que precisava tomar um ar.

[...]

Um mês depois.

Após meter um belo de um processo no hospital, Sina estava se recuperando da coma. Estava sempre confusa com algo atual e sempre eu a pegava chorando escondida pelos cantos, mas sempre dizia que não precisava me preocupar.

Eu sabia que ela estava sofrendo, e pior, eu tinha medo dela desenvolver depressão e não conseguir se manter forte. Não tenho ideia do que aconteceu com Heyoon ou onde ela está. Aquela mensagem anônima foi a última e por mais que aquilo fosse assustador, me acalmava por ter um pouquinho de noção do estado da baixinha.

- No que tanto pensa? - Josh apareceu ao meu lado e se sentou em uma cadeira qualquer da cozinha.

- Tem muitas coisas rodando em minha mente e não tenho ideia de como organiza-las. isso está me matando lentamente.

- Entendo. Está muito calada. Você está bem?

- Sim - sorri mas era obvio que saiu como uma careta.