T2- 16

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- Yoon? - eu perguntei com a voz trêmula.

- Any, temos que conversar - Josh segurou em meu braço e eu me soltei com brutalidade.

- O que está acontecendo? Onde estava Yoon? Por que não me ligaram? Eu viria correndo.

Novamente senti as mãos de Josh em meu corpo e o olhei com fogo saltando pelos olhos.

- Por favor, vamos conversar Gaby - me tirou do quarto e me levou a outro, chutei ser o dele por ter seu perfume impregnado no lençol da cama, a qual acabei de sentar.

- Que merda tá acontecendo Josh? - respirei fundo  cravei minhas unhas no pulso. - Me fala.

Josh andou até mim calmamente e se agachou,como se fosse conversar com uma criança extremamente baixa. Passou a mão pela meu rosto e limpou uma lágrima quente que escorria pela minha bochecha.

- Bom - se sentou ao meu lado - de acordo com o que Hina disse, ela a sequestrou.

- Ahn? - eu estava mais confusa do que nunca.

- Seu avô, ele odeia Hina com todas as forças, na verdade, ele odeia todas as lésbicas em geral.   - ele mergulhou sua mão em meu cabelo e fez um carinho lá - deita aqui Any - apontou para seu colo e mesmo relutante o fiz.

Suas mãos grandes acariciavam meu cabelo e eu me acalmava com seu toque, me sentindo segura, de alguma forma.

- Por vingança, seu avô queria fazer mau a Hina, ou pelo menos a afetar de alguma forma. Nada melhor do que fazer isso sequestrando sua afilhada.

- Espera! Hina é a madrinha da Heyoon? - ele assentiu cansado - continue, por favor.

- A mais velha ouviu conversas no corredor do hospital e viu o seu amiguinho Bryan fazendo um acordo de retirada, e assim Hina a pegou o mais rápido possível e a tirou de lá.

- Yoon ainda está assustada, afinal, as duas tiveram que ficar em um tipo de cativeiro escondidas, e a cada novo barulho ficavam tensas que poderia ser uma ameaça. Aproveitando que as duas eram lésbicas, tudo aumentou a raiva dele e o mesmo jurou vingança, por isso desapareceu do mapa por um tempo.

- E onde o..meu vô, digo Marcus está agora? - era extremamente nojento se referir ao meu atual representante de paternidade como "avô".

- Morto - parei de respirar - Heyoon o matou.

- Como ela fez isso? - sussurrei um pouco atordoada e com a vista embaçada.

- Uma faca - ele parou o carinho no meu cabelo e levantei para encara-lo - não queríamos te dar uma notícia dessa tão cedo, entende?

- Sim, acho que sim. 

De certa forma eles esconderam isso de mim, assim como esconderam meu transtorno, mas agora, com a minha visão atual, não acho que nenhuma das ocasiões tenham sido por mal, e começo a pensar se deveria conversar com as pessoas que me traíram.

- Será que eu posso ver a Yoon? 

- Ela ainda está assustada - assenti - Yoon acha que você está brava com ela.

- Por que eu estaria?

- Porque de acordo com ela, você perdeu seu parente, e, a causa da perda foi ela.

- Josh, não importa se Marcus tinha meu sangue. Família é aquela que te faz sentir em casa, aquela que te apoia e te protege de todo mau. 

Ele ficou quieto e me encarou com um olhar intenso.

- Desculpe por ter surtado no baile. - comecei e ele me encarou confuso - vocês só queriam me proteger, agora eu entendo isso...

- Any...

- Não, nada de Any. Eu também estava errada. Me perdoe.

Ele sorriu fraca e segurou na minha mão, me dando apoio para levantar e seguimos de encontro com Heyoon.

A abracei e disse o tanto que senti sua falta. Ela chorava em meus ombros e aos poucos foi se acalmando, voltando a ser aquela amiga incrível de sempre.

- Ainda quero ver o quadro em minha homenagem - ela piscou e corei.

- Todos queremos - Josh disse segurando firme em minha cintura.

- Pintei um hoje, na aula de artes...

- Mesmo? - Josh me encarou surpreso e com um brilho indecifrável nos olhos.

- Mesmo, mas ele ainda não-

Nem tive tempo de terminar de falar, ele correu para a sala procurando a minha obra. Dei risada do seu desespero.

Logo apareceu com um sorriso de orelha a orelha com o quadro grudado em sua camiseta, tentando fazer suspense.

- Josh...

- Quieta. - o encarei surpresa - nada que diga vai me fazer soltar esse quadro.

- Mas Josh.. - tentei avisa-lo sobre a tinta fresca mas ele apenas me ignorou.

- Prontos? - perguntou ansioso, parecendo uma criancinha e eu segurei a risada. - 1,2,3 e..

Virou o quadro e todos olharam com os olhos arregalados.

Minha pintura tinha borrado um pouco, mas esse simples desleixe deixou tudo ainda mais realista.

- Que foi gente? - Josh perguntou e virou o quadro para si, vendo tudo pela primeira vez. - O que significa?

- Quem disse que tem significado?

- Suas pinturas sempre tem significado Any - revirou os olhos sorrindo.

- Perdeu sua camisa garotão. - mudei de assunto e ele olhou para baixo, deixando seus cachinhos suspensos no ar e sorri boba.

- Poxa, eu gostava tanto dela - murmurou triste e fiquei com dó, mas a vontade de rir foi maior - valeu a pena tá Bad woman.

O encarei com olhos arregalados e ele sorriu malicioso.

- Explica tia, por favor.. - Brenda pediu manhosa e fazendo cara de cachorro pidão, sendo acompanhada por todos da sala, menos Hina que permanecia séria no lugar.

 - Brenda pediu manhosa e fazendo cara de cachorro pidão, sendo acompanhada por todos da sala, menos Hina que permanecia séria no lugar

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- Vocês podem perceber que a pessoa retratada está triste, mas ainda assim tem uma esperança, as cores demonstram a esperança, a vontade de continuar, de continuar...lutando.

 Todos se entre olhavam e não dirigiam nenhuma palavra sequer. Será que eles estão me achando ridícula por ter feito isso? Será que ficou feio?

Com certeza ficou feio, eu não pinto nada a 15 anos. Any burra, burra,burra.

- Ficou ótimo Any - me surpreendi ao escutador a voz de Hina. - Continua muito talentosa.

- Caralho! 

- BRENDA! - Sina e Heyoon gritaram e Brenda se encolheu envergonhada.

- Parabéns - Josh sussurrou em meu ouvido e meus pelos se arrepiaram, droga, ele percebeu.

- Err, que bom que gostaram. - sorri falsa e saí de lá mais vermelha que a própria cor vermelha.

notas finais

bad girl está chegando ao fim galera.

meu coração tá doendo k


𝕭𝖆𝖉 𝖌𝖎𝖗𝖑Onde histórias criam vida. Descubra agora