Capítulo 26

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Já passa do meio dia e eu continuo pensando se é uma boa pedir comida ou o sorvete no meu congelador será minha opção já que não estou com tanta fome.

Sorrio abertamente ligando o foda-se e decido tomar sorvete mesmo e ainda por cima com uma calda de morango que comprei junto e fica divino.

Nada mal para um almoço de sábado.

Se meus tios vissem isso estariam arrancando minhas orelhas, eles já estão reclamando que não tenho tempo para eles e toda essa coisa melosa que com eles eu deixo passar por que me amam e não posso ser desnaturada ao ponto de não os visitar, lembrando disso penso que na segunda vou jantar na casa deles e como odeio as segundas algo nesse dia me fará feliz.

Com o pote em mãos e sentada no sofá me acabo no sorvete enquanto assisto Suits pela trilionessima vez e fico debatendo com a televisão todos os casos como uma lunática.

Quando a campainha toca pela terceira vez levanto bufando por que não esperava por ninguém mas minha expressão deve ter ficado impassiva quando abri a porta.

- O que você está fazendo aqui? - Questiono na defensiva por que na última "conversa" ele me atacou gratuitamente dizendo que eu não amava ninguém e tem fugido de mim como o diabo foge da cruz.

- Podemos conversar? - Pergunta tranquilo.

Não vou fazer a cadela imatura na altura do campeonato e se prestar atenção nós realmente precisamos de uma conversa como adultos.

- Entra. - Lhe dou espaço para entrar o que faz suspirando.

Percebo que Benjamin não está no seu modo costumeiro se jogando em meu sofá e começando a falar qualquer besteira, então decido tomar a frente por que se não nada se resolve.

- Vem aqui Benjamin. - Dou um tapinha do meu lado do sofá depois de desligar a televisão.

- Não sei como começar. - Assume e foi impossível não rir baixo achando graça.

- Você quer saber minha história? - Pergunto trazendo seu olhar atento para o meu.

- Por favor, seria ótimo. - Suspiro aconchegante as costas no estofado antes de iniciar olhando o ponto fixo da foto dos dois que tenho na sala me perdendo em lembranças.

- Sou nascida e criada na grande Chicago, meus pais eram agentes da CIA que se conheceram no trabalho quando acabaram na mesma equipe e ainda demoraram para engatar um relacionamento, nas palavras deles meu pai se achava demais e minha mãe tinha um temperamento forte. Apesar do trabalho fazer eles ficarem de tempos em tempos longe isso nunca foi impecilio para me dar amor e carinho. Minha avó por parte de mãe morava na casa ao lado então revesava de acordo com o tempo deles mas sempre que estávamos juntos era maravilhoso...

" Eu tive minha fase de chamar atenção mas era só eles estarem em casa que eu voltava a ser somente a Lara com os cabelos castanhos e enormes que minha mãe amava pentear ou os olhos azuis que meu pai adorava se gabar por serem iguais aos dele. "

Alguns sorrisos discretos em meio a lembranças boas são inevitáveis assim como a falta deles de acordo com o tempo que descrevo minha história.

- Eles foram os comandantes de uma ação durante mais de um ano para acabar com toda uma gangue, hoje entendo que deve ter sido um trabalho enorme e ficaram mais de dois meses fora direto por isso, mas depois voltaram a rotina normal e o tempo passou...

" Logo que fiz quatorze anos estava na escola tendo mais um dia normal, minha vó estava no clube das senhoras como toda terça a tarde então fui pra casa. Quando eu cheguei já estava com carros e desconhecidos na minha porta. Me lembro de conseguir correr e entrar com alguém atrás de mim mas cheguei a tempo de ver muito sangue e uma mão com unhas pintadas pra fora do tecido grosso e preto. "

Querido Cafajeste - Série Poderosos e Irresistíveis 4Onde histórias criam vida. Descubra agora