Capítulo 38

2.7K 374 33
                                    

Descobri uma coisa que me irrita profundamente nesses últimos tempos.

Não fechar as portas e tampas!

Benjamin Connor também conhecido como meu marido tem a extrema dificuldade de fechar portas de armários ou tampas de qualquer vasilha que ele pegue. Isso eu digo sobre absolutamente tudo, as únicas que se salvam são as portas de casa e carro por que o resto estão sempre meio abertas.

No casamento de Melani e Jacey a alguns meses atrás esse seu defeito quase rendeu uma briga por que na semana anterior nos juntamos na Open para aproveitarmos com os noivos, o problema todo foi que Jay viu antes da hora o véu e dois minis pênis de borracha fixos na mesma tiara deduzindo logo que teria alguma gracinha.

Quem esqueceu a porra da minha bolsa aberta? O homem que eu amo mas que no dia levou algumas tiaradas de pênis nas costas.

Nenhum de nós teve uma despedida de solteiro de verdade então no de Mel e Jay decidimos - eu e Ben que somos os mais animados do role - contratar alguns dançarinos. Pensamos em strepper mas não ia dar certo e nem nós queríamos isso por pensar que se fosse conosco não iria dar certo também.

Por isso contratamos um grupo de dançarinos mesclados que vieram fantasiados de todos os tipos diferentes de roupas e animaram a festa completamente, inclusive ensinando danças aos noivos.

Ver Mel entrando com seu pai na igreja foi lindo, apesar de que eu fiquei vermelha de tanto prender o riso depois de Alessandro - filho de Olívia e nosso afilhado depois de feito uma barganha com Hayley e Donna - ter arrotado literalmente na cara de Benjamin no meio da cerimônia.

●●●

Fazem quase dois anos daquela bendita aposta que mudou tudo, nós comemoramos a data do mesmo jeito que nosso aniversário de casamento por que gostamos de uma desculpa para nos divertir. Então temos duas datas especiais por ano, como está próximo estou pensando no que fazer e a idéia de ir a Chicago e mostrar a ele o lugar onde eu cresci é tentadora, sem contar que faz muitos anos que não coloco os pés na minha cidade e acho que hoje, depois de tanto tempo estou finalmente pronta pra isso.

Resmungo mais uma vez encarando Benjamin sentado no sofá atento a um infeliz jogo de hóquei que eu não entendo absolutamente nada.

Estou estressada ao extremo e ficar sentada olhando para sua cara hoje vai me enlouquecer. Subo as escadas rapidinho indo direto ao closet onde pego a primeira roupa que eu lembro de já ter usado e ficado legal consistindo em uma calça jeans mais escura justinha, camisa frente única numa estampa clara e sandália baixa nude só de encaixar o pé para facilitar por que a merda do meu pé está um pouco inchado e isso é mais um item na lista de pequenas coisas que me estressaram hoje.

- Onde vai? - Questiona quando aponto na sala pegando meu celular.

- Da uma volta, passar na Melani, na Open, parar na Time Square ou nenhuma dessas opções, ainda não me decidi.

- Oi? - Ele está confuso e talvez achando meu estresse divertido o que me deixa mais estressada.

- Argh, vou sair Benjamin. - Antes de passar pela porta ele me para com un maldito sorrisinho no rosto.

- Quer que vá com você?

- Seu rosto está me estressando hoje Benjamin. - Quase rosno e nem me reconheço

- Baby... - Me chama cauteloso.

Por que ele ainda está com essa bendito sorrisinho no rosto? Que ódio, deixa de ser feliz por dois minutos homem.

- Você não acha que anda mais estressada ultimamente não? - Dou de ombros não ligando.

- E daí?

- Sabe, semana passada você reclamou que estava com os seios sensíveis, antes de ontem me fez dar a volta de onde viemos para ir numa pizzaria específica por que o cheiro chamou sua atenção. E como sou um conhecedor exímio do seu corpo essa barriguinha aqui não é a mesma de quando você está para menstruar e fica mais inchada. - Levanto uma sobrancelha na sua direção vendo até onde ele vai ficar falando de mim assim.

Tudo bem que tenho tido algumas atitudes um pouco diferentes e por conta delas que estou mais estressada, porém peguei um caso que está me levando tempo e muito trabalho, então pra mim é normal ficar um pouco diferente nesse meio tempo.

Mas para Benjamin eu estou doente, essa é a única lógica já que o homem também está com algumas atitudes suspeitas não ligando muito para meu estresse e me tratando quase como uma maldita princesa na torre.

- Na minha humilde opinião você está grávida. - Solto uma gargalhada automaticamente chegando a lacrimejar e quando começo a me recuperar após um tempinho vejo o homem de braços cruzados sobre o peito.

- Ah Ben, eu sei que quer ser pai mas não tem chance alguma.

- É mesmo? Que eu me lembre quando você trocou o DIY nós não nos prevenimos todas as vezes e nem esperamos o tempo certo - Ok, isso é verdade.

Benjamin, esse filho de uma linda mãe, me instigou tanto que não me aguentei e fechei os olhos para isso deixando lá dentro da caixinha no meu cérebro que tenta esquecer tudo.

Oh merda, não, eu não estou grávida.

- Eu não estou grávida. - Afirmo por que eu saberia se estivesse.

- Está sim.

- Não estou Benjamin Connor.

- Se eu estiver certo eu escolho o nome. - Dou de ombros por que eu tenho certeza que não estou.

- Ótimo, não estou grávida mesmo.

- Maravilhoso. - Sua fala sai empolgada.

Ele corre para algum canto da casa enquanto eu volto a me sentar no sofá desistindo de sair.

- Aqui. - O homem me estende uma sacola que deve ter no mínimo uns dez testes de gravidez dentro.

- O que é isso? - Pergunto me levantando e seguindo para o banheiro que tem próximo a entrada.

- Estava na dúvida desde semana passada então me preveni.

- Já falei como você é muito emocionado? - Ele revira os olhos me seguindo e nem ligando para minha fala. - O que está fazendo?

- Entrando. - Diz como se fosse óbvio e eu nego tentando o colocar para fora. - Eu já te vi fazendo xixi antes Dafne.

- Por pura coincidência e por dividirmos o mesmo banheiro, não significa que eu goste, agora sai.

Consigo entrar sozinha escutando ele reclamar do lado de fora enquanto eu faço o tal xixi no palitinho rindo das suas falas.

Porém a minha surpresa total chegou a exatamente quatro minutos e meio depois que eu sai do banheiro e acalma-lo.

- Eu sabia! - Grita empolgado enquanto estou em total choque.

Não era pra isso acontecer agora, eu não sei se consigo ser mãe depois de tudo. Droga, eu estou grávida, tem literalmente um bebê crescendo dentro de mim.

- Ei, respira baby.

- Eu... - Engulo em seco tentando pensar melhor. - Eu acho que preciso de um tempo Ben.

- Não vou falar pra ninguém. - Responde de imediato. - Mas vamos marcar uma consulta está bem, precisamos disso.

- Tudo bem, uma consulta. - Afirmo ainda meio enevoada sentindo ele me abraçar e sei que está imensamente feliz.

Porra, não é que eu não gostei por que estou feliz também apesar de não externizar. Mas foram tantos anos sem ao menos pensar numa casa com marido e filho que as vezes é muito difícil eu ver a minha atual realidade livre.

Eu estou grávida!

Querido Cafajeste - Série Poderosos e Irresistíveis 4Onde histórias criam vida. Descubra agora