Capítulo 09

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- Eu gosto do apartamento mas acho que daqui um tempo quero outro lugar.

- Casa? - Pergunto bebericando minha cerveja enquanto a vejo cortar algo.

Eu aprendi a me virar na cozinha mas isso não quer dizer que eu goste ou seja a melhor nisso, em compensação Melani faz tudo muito bem feito e quando posso me aproveito disso, como hoje.

É uma sexta tarde da noite e por obra do destino nos encontramos por que entrei como uma louca correndo na sua loja - que por sinal sou apaixonada naquelas roupas - atrás de um vestido novo pra usar no coquetel que eu esqueci completamente que teria que comparecer em nome do escritório.

Geralmente não reclamo disso mas sendo sincera comigo mesma muitas das vezes acabava saindo acompanhada de algum advogado que estava de passagem pela cidade e saber que não poderia fazer isso já me desanima. Nem se pudesse poderia burlar essa aposta por que Benjamin me liga em momentos que poderiam ser inoportunos e ainda por vídeo chamada para ter certeza e como não sou boba faço o mesmo, até quando sei que ele está no escritório, afinal nunca tem hora para transar.

- Não, gosto de apartamento nessa cidade pela vista. Mas daqui um tempo precisaremos de um lugar maior agora que Jacey assumiu seus negócios mas também não deixou a fotografia e eu abri a boutique, precisamos de pelo menos mais um escritório.

- Nisso eu concordo, morar aqui tem suas vantagens. - Me lembro de algo num estalo arregalando os olhos. - Puta que pariu, os Ricci moram numa cobertura com a melhor vista do mundo, Jesus.

Pego meu celular do bolso iniciando a chamada rápido pelo vivo a voz me debruçando como uma criança sobre o balcão recebendo a testa franzida de Mel.

- O que está fazendo?

- Tirando um... - O barulho do outro lado me faz interromper a fala.

- Olá, não me fala que alguém foi preso pra me ligar uma hora dessas. - Solto uma gargalhada involuntária.

- Ainda não, apenas preciso tirar uma dúvida.

- Pode falar.

- Você e Lucca já transaram naquele vidro enorme de frente pra vista do Central Park do seu quarto? - Pergunto imaginando que seria um lugar excitante pra caramba.

Primeiro vem o engasgo de Melani que chega ao ponto de eu sair correndo para dar batidinhas em suas costas enquanto em segundo plano escuto um risada estrondosa e longa do outro lado da chamada.

- Melani quase morreu de susto agora.

- Meu Deus... Dafne.

- Que foi? Estávamos falando de apartamento, vista da cidade, foi inevitável não ter esse questionamento.

- Por Deus... sim Dafne, já fizemos isso.

- Sabia! - Grito vendo Melani mais que envergonhada. - Lucca e Olivia Ricci só tem cara de santo.

- Para com isso. - Ralha atacando-me com o pano que estava em suas mãos.

- Aí mulher, era apenas uma curiosidade. - Ela revira os olhos voltando a cortar a peça do queijo enquanto foco no celular.

- Dúvida sanada agora eu preciso ver se Aurora não pintou até as unhas do pai.

- Ela faz Lucca de gato e sapato e ele finge que está no controle de tudo.

- Eu finjo junto deixando ele feliz por mais alguns anos antes da puberdade chegar. - Solto uma risada imaginando os cabelos brancos surgindo e sabendo que por uma conversa/discussão de alguns meses atrás Aurora não estará no escuro sobre o assunto.

- Vai lá mamãe, boa noite. - Mel acaba se despedindo também fingindo que a conversa anterior não aconteceu e apenas mandando um beijo para a pequena criança.

Retornamos a mesa de jantar a tempo de ver Jacey ganhar uma partida no baralho, apenas não reconheci qual jogo é enquanto apoiamos duas tábuas de frios e petiscos que eu pra dizer a verdade ajudei bem mais ou menos por que o trabalho maior foi da morena que logo é puxada para sentar na perna do esposo.

- Irritada baby? - Semicerro os olhos tentando esconder a irritação e pensando nas próximas milhões de piadas que posso fazer sobre ele.

Só de olhar para Benjamin fico com raiva tendo noção que são duas porra de semanas em que estou usando apenas os dedos por que não posso transar com ninguém pela maldita aposta estúpida.

- Nunca, gozar da vida é uma arte.

- Deve estar gozando muto então... da vida é claro.

- Não tanto quanto você baby. - Rio cínica no final arrancando o sorriso de seu rosto.

- O que está acontecendo com vocês que passaram a noite toda com essas implicações?

- Sempre fomos assim.

- Mas está fora do normal. - Constata recebendo um dar de ombros do Connor que pegava outro punhado de salgadinho.

- Estamos no meio de uma aposta. - Conta para meu desprazer. - Quem transar primeiro perde.

- Como é? - Jacey quase grita. - Vocês...

- Não entre nós. - Explico. - Estamos na seca e quem se perder primeiro pode pedir o que quiser para o outro.

O casal simplesmente cai na maior gargalhada do mundo e foi impossível não rir também por que fala sério, primeiro dois adultos numa aposta ridícula e outra... quem imagina um de nós dois sem vida sexual ativa?

- Aposto que a Dafne vence.

- Issa aí Mel, fica do meu lado.

- Infelizmente preciso concordar nessa cara, ela tem mais chances de ganhar. - Jay completa encarando Benjamin que se encontra boquiaberto.

- Ei. - Ralha e seguro o riso.

- Eu falei Ben, ninguém acredita que consegue manter o pau dentro das calças.

- Estou conseguindo.

- Por que quando pensa em sexo liga pra me pertubar ou invade minha casa. - Ele dá de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Baby, você me deu passe livre inventando essa merda, agora aguente. - Reviro os olhos sabendo que as provocações não vão parar e que o casal mais novo espalhará a notícia entre risadas.

- Você sempre pode desistir Ben, prometo não pegar pesado. - Pisco os cílios fingindo uma inocência que apenas retirou um sorriso de canto dele.

- Eu sempre pego pesado.

Merda!

Benjamin e suas frases de duplo sentido que sempre me fazem inevitavelmente imaginar mil e uma coisas.

●●●

- Tudo certo pra amanhã? - Seu sorriso grande e nervoso me faz achar graça.

- Estou nervoso pra porra. - Solto uma risada mas tento me controlar para lhe dar apoio.

- Vai dar tudo certo Jack.

- Eu amo aquele garoto Dafne, se ele não... - Suspira em conseguir terminar e coitado, sua ansiedade está consumindo.

- Ele ele te ama então não começa com suas paranóias... vou indo, me dê notícias e se precisar me ligue.

- Obrigado. - Recebo um beijo na bochecha sorrindo antes de sair.

Passo alguns bons minutos com Ian resolvendo um problema de última hora com um cliente e pela graça é coisa fácil de se resolver mas ele sempre prefere me ter por perto em casos assim por ser advogada e entender melhor certas ocasiões o que eu entendo, melhor prevenir do que remediar e não estamos aceitando nenhum processo sobre nossas costas.

Querido Cafajeste - Série Poderosos e Irresistíveis 4Onde histórias criam vida. Descubra agora