Capítulo 01

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| D A F N E    P A R K E R |

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As vezes, ou melhor, muitas vezes a vida nos surpreende. Pode ser algo bom, ruim, inusitado, apavorante, inimaginável, pode ser um pesadelo a surpresa que aparece a nossa frente, mas as vezes, só as vezes vem algo sem você esperar e que mesmo sabendo que é o certo você não consegue se manter longe, não consegue se afastar por que ali tem algo de bom que te atraí, que te puxa como um imã, como uma corrente elétrica invisível.

Aprendi a ser forte com a vida, essa cadela me colocou lá em cima antes de me jogar no mais profundo abismo e ainda lutou antes de me deixar reerguer, garanto que não foi fácil.

Vejo Ian numa mesa reservada de canto onde ele sempre deixa separada pra Jéssica, sua esposa e minha querida chefe. Meu primo se tornou um bobo apaixonado que come na mão na advogada, mas essa mulher é o diabo em forma de gente.

Sim, eu gosto dela e não é pouco, a partir do momento em que ela entrou de verdade pra essa família passou a saber os segredos que carregamos também pra sua própria segurança.

Jéssica é o tipo de mulher forte e empoderada, meu tipo preferido e queria que ao menos a metade de nós fôssemos assim, o mundo seria melhor. Ela me fez passar o pão que o diabo amassou durante meu estágio, me fez desenterrar casos para usar de respaldo e ficar noites e mais noites estudando, me fez virar a advogada que sou hoje, no escritório sou conhecida como a filha do diabo, vulgo Jéssica que viu potencial e me fez ser como ela.

Quando percebo que meu primo está me olhando jogo uma piscadela na sua direção antes de mexer sugestivamente as sobrancelhas abrindo um sorriso malicioso que o faz rir e negar com a cabeça mas sei que no final da noite os dois estarão se comendo no escritório dele.

Ian é o que eu posso chamar de melhor amigo, me conhece como ninguém e apesar da sua cara de cachorro e de ser dono de um lugar como a Open Life ele é um amorzinho de pessoa quando quer e quando não quer o cão encarnado.

Por isso deu certo com a diaba, o casal perfeito, porém no início foi engraçado de ver ele babando nela de longe por um tempo antes de tomar coragem e a chamar para sair, ela mesmo relutante se deixou levar pelo charme e cantadas baratas que a faziam rir e hoje vejam só, recém casados vivendo em uma constante lua de mel.

Eles e todos a minha volta tem o que eu quando criança sonhava, uma pessoa que está contigo pro que der e vier, sendo amado mesmo em meio aos defeitos, com os altos e baixos e os problemas que surgem eles não se deixam levar e os superam.

Reprimo um suspiro infeliz quando meu subcociente alerta que isso não é pra mim, que no meu futuro não tem uma cama com um homem ao meu lado e crianças batendo na porta nos chamando no meio da noite, ele me alerta que minha vida jamais poderá ser assim, jamais poderá ter esse final nem mesmo se eu quisesse.

- Por que essa cara de pensativa? - Hayley pergunta baixinho e solto um risinho baixo e mentiroso porém convincente.

- Pensando na próxima vítima. - Ela ri alto e nega com a cabeça.

- Já estamos indo. - Levanta mostrando sua barriga acentuada e pousando a mão ali, não demora muito pra David aparecer atrás dela todo atencioso.

- Cansada amor? - Pergunta beijando sua bochecha colocando a mão por cima da dela em sua barriga.

Olho encantada e feliz por eles, os conheci num momento complicado e me lembro bem de meses antes ver um David bêbado e desleixado sentado no bar falando mais que tudo da mulher que ele amava e que perdeu. Não foram nem uma e nem duas vezes onde chamaram alguém para o levar pra casa e depois tenho certeza que ele não se lembrava nem de como chegou lá.

- Mas já? - Olívia pergunta.

- Estou cansando mais rápido, Benitto ou vai vim dorminhoco ou um espuleta de mão cheia.

- Tem a quem puxar. - Ben implica com o irmão que mostra o dedo pra ele, bem maduros.

- Preciso contar algo antes então.

- Está grávida. - Jacey fala rindo mas para quando viu que ela não retrucou.

- Está grávida sim. - Lucca fala com o sorriso mais bobo que já vi no rosto dele, maior ainda do que no dia em que eles de casaram e ele não parava de olhar pra ela durante todo o jantar.

- Vou ser a madrinha. - Hayley grita levantando a mão pronta pra uma disputa e ninguém ousa rebater a grávida com olhar assassino.

Depois disso foi pura festa e comemoração lembrando que precisamos fazer uma despedida digna já que nas próximas semanas eles estão de partida.

Como muitas das vezes desde que nos conhecemos passava o olhar por todas aquelas pessoas e ainda não entendia em que momento me deixei apegar tanto assim a elas.

Isso era errado, eu não sou assim. Eu não me apego, não tenho sentimentos, luto a anos pra não criar isso pelas pessoas no geral, não somente na parte romântica da vida que ocasionalmente não tenho.

Mas então chegou uma, depois outra, depois a outra e a cada hora eu me apegava mais e mais, a cada minuto elas me faziam criar sentimentos que não deveriam estar ali, que deveriam ser inexistentes.

Minha vida é uma confusão sem fundo, eu estou aqui hoje, estou vivendo bem, tenho um emprego, uma família, amigos, mas isso pode não durar, e tenho consciência de que não vai durar muito por que as informações que tem chegado até mim ultimamente não estão me mostrando que poderei viver assim por mais tempo.

Eu sou a desapegada, a louca, a solta, a desinibida, eu gosto de ser assim, eu precisei ser assim, pra esconder tudo eu precisei deixar meu lado divertido vir a tona mais vezes e hoje ele faz parte de mim, é quem eu sou.

A louca divertida que pega quem quiser quando estiver com vontade sem nenhum sentimento além do tesão.

Querido Cafajeste - Série Poderosos e Irresistíveis 4Onde histórias criam vida. Descubra agora