Capítulo 04

3.7K 389 15
                                    

Minha vontade extrema é depois desse longo dia extressante tomar um merecido banho, deitar na minha cama e relaxar. Talvez usar meu queridinho vibrador ou chamar o carinha de ontem que sei que toparia... bem, quem sabe.

No momento a única coisa que está em meu alcance é uma cerveja enquanto revsiso alguns documentos em meu escritório.

Daqui tenho acesso as câmeras da área social e da entrada, as deixo conectada na tela do computador enquanto estou a maioria das vezes usando o notebook.

Ian coordena mais a parte real do bar, ele é bem mais entendido e persuasivo nesse quesito, seguindo o pagamento, mercadoria e coordenando a todos. Já eu fixo meu tempo nos clientes, é um trabalho ficar de vigia nas pessoas aqui dentro, nem sempre quem tem acesso as nossas dependências significa que terá isso para sempre, aqui não funciona a história do pagou usou. Na verdade estou pouco me lixando pra grande quantia de dinheiro que alguns queiram dar, se for pra pagar que procure uma acompanhante de luxo ou uma prostituta, aqui se a pessoa não quiser meu caro seu dinheiro vai fazer miséria.

Finalizo um último relatório do detetive particular que sempre trabalha conosco antes de pegar minha bolsa, fechar minha sala e sair pelo corredor. Essa área fica afastada até mesmo dos outros funcionários sendo somente eu, Ian e Jack tendo acesso livre, isso evita problemas.

Assim que chego na parte social atrai certos olhares, nem todos me conhecem por aqui sabendo mais sobre Ian, mas meu rosto passa a ser familiarizado para quem frequenta constantemente.

Ah droga, hoje é segunda.

Dou uma olhada no relógio de relance fazendo um careta ao notar ter passado mais de vinte minutos do nosso horário combinado.

Merda , odeio esquecer compromissos.

- Um martine. - Peço antes de me sentar ao seu lado o vendo na direção das pessoas onde não deixa de olhar algum ponto fixo, provável que esteja a caça.

- Estava torcendo pra não aparecer. - É quase impossível não deixar o sorriso sarcástico escapar.

- Não conseguiu não foi? - Ele assente. - Eu sabia.

Falo mais alto agora gargalhando da sua cara, oh meu Deus, eu amo ganhar apostas.

- Sério, eu não sei o que fiz de errado. Só pode que sou gostoso demais.

- Ah Benjamin. - Limpo uma lágrima que queria sair de tanto rir e tomo um gole grande da bebida para me recuperar. - O que você fez? - Isso trouxe sua atenção pra mim.

- Fiz o que falou, não disse meu sobrenome, ela nem chegou a ver meu carro, avisei que seria apenas uma vez e antes de sair ela já estava toda melosa. Juro que não sei como mas ela conseguiu me achar no dia seguinte.

- Você tem um sério problema em falar demais.

- Como? - Não perco sua expressão confusa.

- Quando está nervoso você fala muito que nem percebe, isso que deve ter acontecido. - Um sorriso ladino apareceu em segundos nos seus lábios.

- Reparando em mim baby? - Reviro os olhos pra sua fala.

- Não se ache demais, afinal sou uma advogada, é meio automático reparar mas nas pessoas a minha volta.

- Então me conhece bem?

- Nem um pouco.

- Nós conhecemos a quase dois anos Dafne, é claro que me conhece. - Nego vendo seu cenho franzido.

- Não, nos temos o mesmo grupo de amigos Ben mas quase nunca conversamos, o mais perto disso foi quando Mel e Jay começaram a sair que foi inevitável nos encontrarmos então não, não nos conhecemos direito.

Não disse nenhuma mentira, temos facilidade em puxar assunto e conversar no geral mas nada pessoal, se não fosse pelos nossos amigos é provável que nunca teríamos intimidade alguma.

Todas as vezes que nos vemos geralmente é na casa de algum deles ou em algum lugar onde eles também estejam. Nos últimos meses me aproximei muito se Melani, então com ela morando na mesma casa de Jacey que é muito amigo de Benjamin acabava que nos víamos com certa frequência.

As raridades ocorrem quando ele vem a Open Life que o vejo flertando com alguém, bebendo acompanhado ou sozinho, não passamos de um cumprimento e as vezes implicava indo lhe dar um abraço rápido ou um beijo no rosto deixando as mulheres ao seu lado confusas ou enraivecidas me fazendo sair rindo da situação e alegrava minha noite na certa.

- Caramba... você está certa. - Seu semblante é como se notasse isso somente agora.

- Eu sempre estou certa baby. - Rebati irônica com o mesmo apelido tosco que o mesmo tinha dito anteriormente.

Termino minha bebida levantando-me notando que realmente estou com zero clima de encontrar um cara bom de foda hoje e se duvidar do jeito que estou acabaria escolhendo alguém que no fim me deixaria frustrada em vez de satisfeita.

- Essa é por sua conta já que ganhei a aposta. - Ele ri negando mas nem rebate. - Estou indo.

- Precisa de carona?

- Moro aqui perto Ben, mas obrigada e boa caça.

- Quem me derá, hoje não estou no clima sem contar o trabalho que me espera em casa.

- Então somos dois. - Lhe dou um daqueles abraços rápidos antes de me afastar. - Boa noite Ben.

- Boa noite baby. - O deixo ver que revirei os olhos só para escutar sua risada divertida que contagia qualquer um até em seu pior dia.

Estava demorando para o rei dos apelidos encontrar um pra mim.

Passei quase um ano depois de inauguramos a Open Life a procura de um apartamento na mesma quadra ou próximo disso. Primeiro pela facilidade de morar próximo do lugar em que estou por várias noites seguidas sem precisar ficar correndo de um lado para o outro contando que ainda tenho meu trabalho no escritório, e segundo por que gosto do local em si.

Tem um mercadinho próximo que sempre fica aberto até mais tarde, uma lanchonete na esquina que é maravilhosa pra quando bate aquela fome depois de uma noitada e várias opções noturnas pela redondeza. Sem contar a proximidade da NYU, o bairro é recheado de estudantes na flor da idade loucos para aproveitar a vida.

Meu apartamento não é grande por que não entendo a lógica de gente rica que mora sozinha e arranja um lugar grande pra morar, não entendo mesmo. Por isso consegui um espaço perfeito pra mim, com uma cozinha separada por que não sou adepta a modernidade do conceito totalmente aberto com minha bagunça exposta para quem quiser ver. Uma sala de jantar com mesa redonda de quatro cadeiras que raramente é utilizada, porém ao lado possui uma sala de estar consideravelmente espaçosa.

A única parte desse apartamento que não compreendo foi o motivo do proprietário resolver colocar uma banheira no quarto.

Isso mesmo.

Uma banheira... no quarto.

Não tem a mínima lógica sendo que o banheiro mesmo teria espaço suficiente pra isso, mas não, na cabeça dele colocar no quarto seria mais divertido, só pode.

Morando sozinha até que funciona, porém se tivesse mais alguém aqui isso seria totalmente estranho por que a banheira vira apenas um momento de relaxamento mesmo que você submerge e descansa sem movimentos bruscos já que estamos afinal no meio do quarto.

Querido Cafajeste - Série Poderosos e Irresistíveis 4Onde histórias criam vida. Descubra agora