Pegar no pulo

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Após uma despedida calorosa vinda da professora, Anitta e Juliette saíram finalmente da sala da mulher. Do lado de fora, Giulianna esperava ansiosa pela amiga. Depois de uma conversa com um dos colegas da turma de Juliette, se sentiu nervosa com aquela visita.

 — Que merda é essa, Anitta?

 — Como assim? 

Se encararam em silêncio, enquanto a uma distância considerável Giulianna assistia a cena se desenrolar. 

 — Trabalho? Por que diabos me quer trabalhando pra você? 

 — Porque você é competente, inteligente e uma ótima estudante. Vejo potencial em você, Juliette.

 — Eu não sou a doida da Ana para acreditar em uma só de suas palavras bem articuladas.

 — Pois então fique perdendo seu tempo criando teorias da conspiração. Essa é a verdade. Mesmo quando você foi um pouco grosseira...

 — Eu fui grosseira? Eu fiz foi pouco.

Anitta suspirou passando a mão pelo rosto. Juliette era um osso duro de roer. Talvez tão difícil quanto ela mesma. 

 — Pedi seu e-mail, e a essa altura minha assistente já deve ter mandado anexo com uma cópia do nosso contrato.  

Juliette olhava Anitta com ódio nos olhos. Não era cabível o tamanho da arrogância e prepotência daquela mulher. Como podia se achar a dona do mundo só porque tinha dinheiro? 

 — Perdeu seu tempo. Não vou trabalhar para você! 

Anitta trincou o maxilar com a resposta negativa. Se concentrando num futuro onde Juliette estaria dividindo o mesmo prédio que ela, colocou os óculos escuros e decidiu por fim naquela conversa. 

 — Te vejo em breve, Juliette.

E saiu com o andar pomposo, que antes admirado, agora era odiado pela paraibana.

Giulianna se aproximou da amiga, com a intenção de lhe confortar pelo o que tinha acontecido dentro da sala. Na mente da estudante, após ver a cena de Juliette e Anitta minutos antes, só se passava a linha tênue que a amiga podia perigosamente se envolver. Amor e ódio andam muito próximos, e Giu não queria ver juliette se machucando mais uma vez por amar demais alguém. Ainda mais alguém como Anitta.

 — Como foi lá, amiga? 

 — Mulher, nem te conto!

(...)

Era um pouco mais de sete da noite quando Giulianna chegou ao apartamento que dividia com Juliette. Depois das horas trabalhadas em um órgão estadual, decidiu treinar na academia que havia se matriculado anteriormente. Giulianna estava ansiosa para dividir com Juliette o encontro que teve com a mulher que estava levemente interessada, e assim que abriu a porta de casa chamou pela amiga.

 — Cozinha, Giu!

 — Vixe, hoje o dia tá esquisito. Tu cozinhando?

Mas Giu acabou falando cedo demais. Assim que entrou na cozinha, viu a amiga preparando um brigadeiro de panela. O cheiro estava maravilhoso, apesar de nada saudável.

 — Você precisa ir ao médico para ver essa alimentação aí.  

 — Que nada, Giu, eu como super bem.  

 — O que você almoçou hoje? 

Com os braços cruzados e encostada na parede do cômodo, Giulianna via a amiga desligar o fogo, terminando de preparar o doce. 

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora