Só depois do sim

732 44 13
                                    

Juliette mantinha os olhos fechados enquanto sentia o sol lhe queimar as costas num delicioso final de tarde. O verão europeu tinha motivos para ser tão desejado e a estudante estava descobrindo lentamente junto de Anitta.

Ao se lembrar da mulher, Juliette sorriu. Inferno de mulher gostosa e sexy. Não era nem necessário forçar muito a memória para se recordar das mãos ágeis e fortes lhe pressionando todo o corpo. Da boca deslizando pelas costas enquanto lhe contornava a garganta com a mão.

Para Juliette, o sexo forte e selvagem era uma novidade. Se antes o praticava achando que tinha chegado no auge da promiscuidade, com Anitta ela descobriu que nunca chegou nem próximo daquilo. Deus! Quando imaginaria que ia gostar de levar tapa no rosto?

Aquilo tudo era tão novo e tão gostoso, que se não fosse pelo recente incômodo no meio das pernas, começaria mais outra rodada de sexo.

— Se o mundo pudesse ver a perfeição que é você pelada, a gente alcançaria a paz mundial, amor.

Sentindo a mão da carioca descer pelas costas e repousar sobre a bunda despida, Juliette abriu os olhos, encontrando sob a luz do sol os castanhos brilhantes e claros lhe fitando.

— Oxe, e quem disse que o mundo não pode?

Respondendo com um sorriso de canto na intenção de alfinetar a mais velha, Juliette empinou discretamente o quadril contra a mão de Anitta, ganhando um aperto em resposta.

— Eu.

— Tá se achando mesmo, eim, Anitta.

— Estou. Você me conhece, nem finja surpresa, eu sempre me mostrei a poderosa que sou.

— Anitta Machado, a proprietária do Rio de Janeiro.

— Não mais. Esse título não me pertence mais. Meu amor, gostaria de fazer duas propostas à você.

Notando a seriedade da mulher, Juliette sentou-se na espreguiçadeira, puxando Anitta para se sentar ao seu lado. Era final de tarde, o sol se escondia tímido entre as nuvens, colorindo o céu de um alaranjado poético.

— Eu sei que foi você que me pediu em casamento, lá no hospital, mas eu quero um pedido oficial e um pouco mais memorável. Eu me ajoelhei pra você na primeira vez que transamos, no meu flat, e agora eu me ajoelho de novo, mas pra te perguntar algo importante. Juliette, você quer ser a minha esposa?

Se ajoelhando aos pés da estudante, Anitta abriu uma caixinha de veludo com um anel delicado e tão lindo, que Juliette não soube explicar o motivo, mas os olhos se encheram d'água ao ver o anel de noivado com toda sua imponência na caixa de veludo. A paraibana nem sabia que um anel podia ser tão gracioso e majestoso ao mesmo tempo.

— Esse é só o de noivado, amor, prometo que a nossa aliança você escolhe. Eu não sei nem o que dizer pra expressar tudo que eu sinto por você, mulher. Eu só sei que eu vou fazer o melhor todos os dias pra você nunca, em nenhuma situação, se arrepender de ter aceitado esse pedido. Eu prometo que tudo que você desejar, você vai ter. E não me refiro ao mundo que te prometi outras vezes, porque esse já está garantido, meu amor, estou falando de mim mesma. Tudo que você desejar, é seu, principalmente eu.

— Tu nem precisava pedir, coisa linda, é claro que eu quero. Vem cá.

Puxando a mulher e beijando os lábios numa forma de selar a resposta, Juliette não conteve o sorriso, tamanha sua felicidade. Era bobo, ela sabia que era, mas como podia controlar aquela sensação tão gostosa e reconfortante em seu peito? Ia se casar com a mulher que amava.

— Senhora Machado? Isso soa bem sexy.

Quebrando o beijo com uma mordida, Anitta pegou o anel e deslizou pelo anelar direito de Juliette. Era tudo que faltava na estudante para ficar ainda mais linda.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora