Alcançar as estrelas

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Durante a semana, Anitta e Juliette se mantiveram ansiosas para o encontro de sábado. A estudante sentia o peito palpitar toda vez que esbarrava em Anitta propositalmente nos corredores do edifício e trocavam breves olhares. Era como se os olhos castanhos da mulher pudessem expor todos os segredos que guardava consigo. E estranhamente ela adorava aquela sensação. Já a executiva mal podia sustentar a ansiedade pela chegada do dia marcado. Juliette era especial e ela queria que fosse especial. Sempre foi muito boa com encontros românticos e surpresas, mas com a paraibana era diferente, teria de sobressair aos seus altíssimos padrões. E ela conseguiria, tinha confiança em si mesma.

— Então você está apostando que ela vai gostar disso?

Era noite de sexta-feira e Anitta dividia um jantar com as amigas no apartamento de Ohana, ansiosa pela chegada do sábado. As duas amigas viam aquela animação atípica de Anitta torcendo para que nada desse errado. Ohana não queria ter problemas com Juliette, já Viviane só queria Anitta de bom humor, pois assim era mais fácil de trabalhar com ela.

— Ela vai curtir, Hana, eu sei que vai.

— Sendo sincera, eu curtiria e muito. Ser mimada por uma bonitona como você, quem não ia gostar? Vai dar bom sim, Ani, acredita no seu potencial.

Viviane apertou o ombro da amiga em sinal de incentivo, enquanto Ohana via a cena com certa dúvida. Viviane estava certa sobre o seu comentário, mas conhecendo o pouco que conhecia sobre Juliette, ela iria gostar de toda aquela extravagância desenfreada?

— E é perigoso, Ani, faz muito tempo que você não pilota.

— É como andar de bicicleta, não se esquece nunca, além de eu pilotar com excelência. E não é como se eu fosse colocar em risco o bem estar da garota, não sou imprudente assim.

— Relaxa, Haninha, a nossa amiga vai arrasar. Por que cê tá tão tensa?

Viviane e Anitta olharam Ohana do outro lado da mesa. Era estranho o comportamento da mais baixa, uma vez que nunca se importou com quem Anitta dormia, mas no presente momento era como se Hana estivesse apreensiva.

— Não é nada, só estou preocupada. A Juliette é uma garota legal, a Giu é uma garota legal, se você estragar esse encontro, você estraga o meu lance com a Giu, entendeu? E não é só uma coisa sexual como é o seu caso com a Juliette. Eu tô curtindo a Giu e ela tá me curtindo também.

— Entendi. Faz sentido sua preocupação, mas não é necessária. Juliette vai adorar nosso jantar, vou voltar com ela totalmente na minha, vocês vão ver.

— Sonha mais baixo, né, é bom ter confiança, mas você está exagerando.

— Sua crença em mim me comove, Viviane.

— Eu sei que sim, por isso você me ama.

— Se é nisso que você quer acreditar, eu que não vou desmentir.

(...)

Sábado, um pouco antes do escurecer, Juliette já se maquiava no quarto ao som de uma playlist qualquer. Sua preocupação era se estava vestida bem o suficiente para aquela noite. Era provável que Anitta não a levasse em um lugar público, afinal, ela ainda era casada com um cara influente na cidade, mas esse detalhe não tirava a vontade da estudante em estar bem arrumada.

— Ju, ainda são cinco da tarde. Tá se arrumando cedo assim por quê?

— A Ani vai passar aqui às seis e meia, não tô adiantada, tô pontual.

— Nossa, que cedo! Onde será que vocês vão?

— Sei não. ela não quis me contar. Só pediu para eu me vestir como eu quisesse.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora