Fortuito - Junitta

Primeiro beijo

tomem mais um :)

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A confusão da noite não se encerrou com o soco que Juliette deu em Anitta. Na saída da festa, para explicar que as chaves do carro não estava consigo, a carioca teve que puxar Ohana de canto e contar que deixou a chave do Mercedes na mão de um daqueles jovens. E para pegar a chave de volta também não foi nada fácil. Depois de muita argumentação e uma Anitta irritada fazendo um pix, as quatro mulheres puderam finalmente sair da casa noturna e se encaminharem para um hospital.

Anitta e Juliette dividiam o banco traseiro enquanto um clima tenso se estendia até ali. Já com Giulianna e Ohana a coisa era diferente, parecia que as duas não haviam compartilhado daquela noite terrível com o pseudo casal.

— Então aquele idiota é seu namorado?

A pergunta de Anitta fez com que Juliette a encarasse sentindo ainda mais culpa pelo que havia feito. Como pôde desferir um soco naquele rosto que só queria dar beijinhos?

— É. E foi por culpa dele que a traíra da minha amiga te ligou. Ainda estou inconformada com isso.

E estava. A estudante não gostou da atitude de Giulianna mesmo sabendo que não estava tão errada assim, mas sua teimosia não deixava ela raciocinar de forma clara e objetiva. Estava irritada, mas muito mais preocupada.

— Ela só me ligou porque se preocupou contigo. E eu também. Sua mão não está doendo?

No calor do momento, junto de toda aquela adrenalina, Juliette não teve tempo nem para pensar nos ferimentos da mão que usou para bater em Fernando e Anitta. Agora, com a pergunta da executiva, a estudante passou a olhar para as juntas vermelhas no dorso da mão.

— Agora que você falou, está.

— A gente vai dar um jeito, já estamos chegando.

— Ani... Me desculpa. Eu fui muito surtada e eu nem sei dizer o porque, só soquei a sua cara e percebi isso quando já estava feito.

Anitta riu, mas assim que sentiu uma dor latejante no rosto, o riso cessou. Juliette, olhando de soslaio para Giulianna no banco do carona, se aproximou da executiva, acariciando com as pontas dos dedos a nuca de Anitta. Giu e Hana fingiram não ver aquela interação, dando a privacidade que era possível para as duas.

— Eu juro que nunca mais te ameaço de nada.

— Você não conseguiria cumprir essa promessa, Ju.

A estudante grunhiu irritada, pois sabia que era verdade.

— Eu nunca mais vou cumprir uma ameaça.

— Acho que isso você consegue sim.

— Me desculpa, mesmo...

— Não precisa, está tudo bem. Só me ouve depois, por favor. Eu sei que devia ter dito algumas coisas ontem, a Jéssica acabou se excedendo e chateou você.

— Ani, não precisa disso, eu fui...

— Escuta caralho! Você não é e nunca foi um objeto pra mim. Você é... Especial, Ju. E é por isso que a Jéssica se excedeu daquela forma. Ela estava acostumada a ser única e inalcançável. Saber que ela não estava mais nessa posição, fez com que ela fosse desagradável com você. Pra você entender algumas coisas da minha vida, você primeiro tem que entender que eu não sou a pessoa mais moral do mundo.

— Ninguém é, Anitta.

— Eu sei, Juliette, todo mundo tem um preço.

— Tá lindo a reconciliação aí atrás, mas a gente chegou e precisamos cuidar desse nariz torto.