Pior pesadelo

812 49 38
                                    

Anitta estava feliz como nunca estivera. O dia estava lindo e Juliette também, apesar de que linda ela era todos dias. Após o sexo matinal na cozinha e do bolo queimado, as duas mulheres se arrumaram e pegaram estrada para a visita em uma cachoeira próxima. A executiva dirigia a 4x4 enquanto ouviam forró no rádio.

— Eu nunca ia imaginar que tu ouvia barões da pisadinha.

Anitta riu do comentário de Juliette, desviando o olhar da estrada por apenas alguns segundos. A estudante estava linda com os óculos escuros.

— Eu gosto desse gênero de música. O que achou que eu ouvia?

— Não faço ideia, na verdade achei que fosse incapaz de ouvir música.

A mulher não conseguiu evitar a risada alta e o olhar descrente à jovem. Era engraçado descobrir as impressões que Juliette tinha antes de desenvolverem aquele romance.

— Eu até achei que tu fosse uma criminosa, sabia?

O sorriso morreu, mas Juliette estava com os olhos presos na estrada para ver a mudança drástica do humor de Anitta. Tentando afundar de vez aquele assunto, a carioca aumentou o volume do som e descansou a mão na coxa nua de Juliette.

— Esse short é lindo, mas prefiro você sem ele.

— Tu nem da conta de tanto sexo assim, Ani.

O olhar descrente não passou despercebido por Juliette dessa vez. Claro que se tratava de uma provocação barata, mas a executiva era pilhada demais e caía em quase todas as brincadeiras que a paraibana começava.

— Pois me testa então, mulher.

— Ah, eu vou.

(...)

O restante da curta viagem foi feita entre o silêncio e algumas tentativas de Anitta cantar as músicas que tocava, e para Juliette, a executiva até que cantava bem. Assim que chegaram no local indicado, a estudante se assustou com a estrutura impecável da trilha até a cachoeira onde passariam a manhã.

— Meu Deus! Que lugar lindo, Ani! Como você não fica aqui pro resto da vida?

A mulher riu do comentário de Juliette, achando fofo o impacto que a estudante sentiu. Realmente era um lugar lindo e de tirar o fôlego de qualquer um, mas apesar de ter tudo aquilo nas suas mãos, não podia se dar ao luxo de ir visitar com frequência.

— Sou uma mulher ocupada, infelizmente não posso vir com frequência. Mas por que ficar só olhando? Vamos entrar, ou tem medo de água?

O sorriso provocador não passou despercebido por Juliette, que mesmo desejando entrar na água, ainda tinha os receios de estar fria.

— Por que não entra primeiro?

— Como você desejar.

Tirando a camiseta e o short jeans, Anitta caminhou até uma pedra, onde saltou e mergulhou em uma entrada perfeita. Claro que ela não deixaria de se exibir em mais uma das coisas que fazia com perfeição.

— Entra logo, Ju. A água está ótima, e se sentir frio, eu tenho um jeito gostoso de te esquentar.

E Juliette entrou. Nadaram juntas, namoraram muito e perderam toda uma manhã naquelas brincadeiras. Seria um momento que a estudante levaria para o resto da vida e pensar que aquilo era temporário deixava o coração de Juliette em pedaços.

— Tá quieta assim por quê? Fiz alguma coisa?

Juliette estava deitada de bruços pegando sol em uma pedra, enquanto Anitta ainda nadava, mas ao ver o semblante sério da estudante, a executiva achou melhor perguntar se tinha algo de errado. Não queria estragar o fim de semana perfeito.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora