Vexame de bêbado

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Quando Anitta sugeriu diversão à Juliette, não passou por sua cabeça em nenhum momento que o jogo viraria daquela forma. O que era para ser divertido, tinha virado uma tortura.

Juliette dançava colada em seu corpo, balançando os quadris de acordo com as batidas das músicas. A executiva até tentava espantar os pensamentos pecaminosos que começou a ter, mas toda vez que sentia a bunda da universitária em contato com o seu quadril era uma chuva de ideias do que fazer com Juliette em um lugar isolado. Seu autocontrole era de dar inveja em qualquer um.

 — Essa boate é bem meia boca, as festas das repúblicas dão de dez a zero nisso aqui. Não toca um funk, eu estou doida pra rebolar minha bunda.

 — Mais?

Anitta tentava visualizar Juliette dançando ainda mais, mas assim que pensou, decidiu não prolongar aquela visão torturante. Apesar do autocontrole ser impecável, ela não era de ferro.

 — Tá achando que essa musiquinha mediana tem potencial pra me fazer dançar? Ai, Anitta, precisa sair comigo qualquer dia desses.

 — Ah, mas eu vou sem nem pensar.

Juliette riu do desespero nítido da mulher, achando fofo a resposta. Naquela altura, levemente alterada, a estudante não conseguia achar um motivo bom o suficiente para não se deixar levar por Anitta. Ela era linda, era inteligente, e mesmo duvidando no início, agora sabia que ela também era divertida, e desde que haviam descido para a pista de dança a mulher tinha se mostrado muito respeitosa, até demais. Não faria mal a ninguém se Anitta usasse uma mão boba ou outra.

Não estava nos planos da universitária provocar a executiva daquela forma, ainda mais quando nem queria nada com ela, mas as oportunidades foram surgindo e Juliette não era mulher que dispensava as oportunidades. Quando se deu conta, já dançava colada em Anitta, aproveitando sempre que possível para provocar a mulher. Quem diria que ela se sujeitaria a uma atitude tão infantil.

 — Eu quero beber uns shots, me acompanha?

 — Não, estou dirigindo.

 — Está mesmo? Ou só quer me embebedar para tirar proveito?

 — Agora você foi longe demais.

Anitta mudou completamente o semblante, ficando com uma postura rígida e fechada. Se xingando por ter feito um comentário idiota, Juliette passou um dos braços pelo ombro da mais velha, ficando próxima de seu rosto, uma tática pensada para desfazer a carranca que Anitta carregava.

 — Foi uma brincadeira, não pilha não. Vamos no bar pra tu me pagar uma bebida.

 — Agora você quer que eu te pague uma bebida?

 — Uma não, várias!

Pegando a executiva desprevenida, Juliette selou os lábios em um selinho rápido, saindo logo em seguida e deixando Anitta surpresa pela atitude. Sem esperar mais que alguns segundos, a mais velha a alcançou no bar, pedindo algumas doses que Juliette havia mencionado. Se a estudante queria beber, Anitta iria providenciar isso.

 — Tá bem obediente, né?!

A universitária encostou as costas no balcão do bar, direcionando um olhar cheio de segundas intenções para Anitta. Aquele sorriso safado por um momento quase impulsionou uma atitude da executiva, mas ela preferiu manter o respeito ao não de Juliette.

 — Só não abusa.

 — Por quê? Vai fazer o que comigo?

Juliette abraçou a mulher pelos ombros, acariciando o rosto de Anitta com uma das mãos. Não era um carinho inocente, longe disso. As unhas arranhavam a mandíbula sexy, segundo a própria estudante, e os olhares se conectaram imediatamente.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora