Ibiza

808 47 36
                                    

Anitta não estava contente por ter protagonizado uma cena daquelas na sala do apartamento de Juliette, mas se a mulher dissesse que não estava contente pelo desenrolar, ela estaria mentindo. Trocando beijos lentos, aproveitando o momento da forma mais gostosa que tinha, ela deslizou as mãos pela coxa da jovem em seu colo, alcançando o cós do short jeans para se desfazer o quanto antes dele. Entendendo o que a outra desejava, Juliette quebrou o beijo só para se levantar e assim se despir sob o olhar carregado da carioca.

— Se eu soubesse que eu precisava fazer cena de ciúme pra gente transar, eu teria feito muito antes.

Ignorando o comentário da noiva, Juliette voltou a se sentar, dessa vez usando a boca para beijar o pescoço atrativo. Deslizando a língua sobre a pele macia, a jovem sentiu o aperto em sua cintura se intensificar e aproveitando o sinal, passou a rebolar.

— Juliette... Se você não quer, por favor, pare agora.

— Se eu quiser tu vai fazer o quê?

Apertando a bunda da estudante com força, Anitta aproximou a boca da orelha de Juliette, deixando uma mordida no lóbulo.

— Vou descontar toda a saudade e o tesão que eu guardei nesses três meses, em você. E acredite, é muita saudade e tesão.

Sorrindo maliciosa e completamente arrepiada com aquela confissão, a garota puxou o rosto de Anitta contra o seu, atacando os lábios que tanto desejava.

O resultado disso, uma visita à emergência com os pontos da cirurgia de Anitta abertos.

Enquanto o médico plantonista analisava o estrago feito pelas duas, Juliette queria se socar por ter sido tão idiota ao ponto de se esquecer da saúde da noiva. Não acreditava que tinha feito uma idiotice daquelas, ainda mais quando estavam indo tão bem com o período sem sexo.

— Me diz, Anitta, como você fez isso?

Terminando de analisar o ferimento, e buscando os instrumentos necessários para refazer o curativo, o jovem médico questionou a mulher, que apenas deu de ombros encarando o teto branco.

— Ah, como as pessoas fazem isso? Foi assim que eu fiz.

— Entendo que a euforia pode ser grande, mas é importante respeitar o momento de resguardo. Vocês são jovens, podem lidar com os desejos depois que Anitta estiver completamente bem.

Juliette quase grunhiu em vergonha pelo o apelo do médico. Se já era ruim ter que levar Anitta à emergência por ter aberto os pontos da mulher, ouvir o médico lhe dar um sermão era muito pior. Mas Juliette sabia que merecia, afinal tinha sido ela a começar com aquela ideia estúpida só para não ter uma discussão com a carioca. Tinha aprendido a não usar mais desse artifício.

— Doutor, precisamos do senhor na emergência!

Antes que o médico pudesse começar a fazer a sutura novamente, uma enfermeira abriu a porta do ambulatório com um semblante preocupado.

— Eu já estou cuidando de uma paciente.

— É urgente, senhor.

Respirando profundamente, o médico abandonou o instrumento que tinha em mãos, se levantando com frustração. Olhou para o casal, antes de pedir licença para ver o que estava acontecendo, prometendo voltar o quanto antes para resolver o problema de Anitta.

Após serem deixadas a sós na sala, Anitta sentiu a língua coçar para perguntar algo à Juliette. A mulher guardava a vontade de questionar a noiva sobre algo fútil e até mesmo desnecessário, mas sendo a pessoa orgulhosa e arrogante de sempre, aquela informação era indispensável para sua saúde mental.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora