Oportunidades únicas

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Durante o trabalho, na segunda de manhã, Anitta mal viu o tempo passar com tantos problemas para resolver. Fez uma pausa durante o almoço, comendo no próprio escritório enquanto lia alguns e-mails recebidos. No meio da tarde, foi que a bomba estourou.

Irritada com o que havia lido, Anitta imprimiu as diversas páginas do e-mail que tinha recebido e saiu da sala pisando duro.

— Isso aqui é verdade, Hana? Esse tapado fez isso?

— Acabei de ler o e-mail, não sei muita coisa quanto você.

As duas andavam a passos largos em direção ao elevador, Ohana praticamente corria para alcançar a chefe devido a sua altura.

— Eu não tenho paz nesse caralho, é isso, Hana.

— Seria mais fácil se você...

— Não seria. Seria dezenas de vezes pior. Conheço o Michael, é tão frouxo quanto o Renan.

Assim que entraram no elevador, Anitta voltou a ler a comunicação recebida por e-mail, aumentando o seu estresse ainda mais. O combinado era que nenhum negócio seria fechado sem o seu aval, mas Michael tinha quebrado o acordo e a vontade que Anitta tinha era de quebrar a cara do homem.

— Isso prejudica até que ponto?

— Eles não vão ficar felizes com isso. Acho que teremos que adiantar a reunião do próximo mês.

— Certo, vou providenciar isso.

— Providencie isso, por favor. Agora vou dar uma surra nesse idiota, que ele vai desejar entrar no quarto e não sair nunca mais.

Anitta desceu no andar da sala do marido, invadindo-a sem nem bater na porta. A assistente de Michael se assustou com aquela invasão, mas todos sabiam que se tratava de um casal, ela que não se intrometeria.

Sabendo que aquela briga duraria boas horas, Ohana voltou ao andar da sala da executiva, desejando que durante o dia recebessem alguma notícia boa. Era como se tudo tivesse virado um caos desde o envolvimento de Anitta com a universitária, mas conhecendo a amiga como conhecia, jamais insinuaria aquilo, pois sabia que seria repreendida.

(...)

Anitta não saiu nada feliz da sala de Michael. Depois da discussão de quase uma hora, a executiva voltou ao seu andar, esbarrando com Juliette no caminho. Aquilo foi o suficiente para a mulher mudar da água pro vinho ao ver a estudante andar distraída no celular. Se aproximou, olhando para os lados afim de checar se tinha alguém próximo e para sua sorte não tinha.

— Oi.

Juliette quase derrubou o celular no chão com aquela voz do além lhe chamando atenção. Levantou os olhos do celular, dando de cara com Anitta a poucos passos de distância.

Depois do porre que tomou, a jovem acordou no dia seguinte querendo se esconder do mundo, morta de vergonha. As vagas lembranças já eram o suficiente para se encolher em tamanho constrangimento, mas os detalhes dado por Giulianna só fizeram o sentimento triplicar. Nunca mais beberia na frente da executiva.

— Ei, tudo bem?

Se antes Anitta sentia que podia ter um AVC de tamanha raiva gerada pelo erro do marido, agora era como se toda sua ira se dissipasse em poucos segundos. Estar na presença de Juliette era o suficiente para seu humor melhorar infinitas vezes.

— Estou ótima. Está se sentindo melhor? Me preocupei com você na noite de sábado, parecia estar mal de verdade.

— Por favor, não falaremos sobre isso! Eu tô morta de vergonha, não sei nem como agradecer pela carona. Meu Deus! O seu carro! Eu vomitei nele, me desculpa, Ani.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora