Desejo sanado

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— Meu Deus, Ani! Eu... Como... A gente está na Paraíba mesmo?

— Estamos, mas não ficaremos aqui.

— Claro, João Pessoa, tu disse João Pessoa, não disse?

Juliette estava afoita em saber onde estavam. Sentia tanta falta da Paraíba, o lugar onde nasceu, que estar novamente ali era uma explosão de emoções. Não costumava externalizar a falta que sentia dali, mas a saudade existia e era imensa.

— Disse. Tenho uma casa de verão, achei que seria interessante te levar lá.

— Interessante?

— Para de fazer tantas perguntas! Vai estragar toda a surpresa.

— Você que é misteriosa demais, o que custa dar um spoiler pequenininho?

— Custa a sua reação única de quem está sendo surpreendida. Agora temos que ir, ainda não estamos no nosso destino final.

— Onde estamos exatamente?

— Campina Grande, há quarenta minutos de João Pessoa.

Juliette franziu as sobrancelhas com as informações dadas por Anitta. Já tinha feito aquele percurso diversas vezes de carro e nunca conseguiram chegar em João Pessoa em quarenta minutos.

— Esse trajeto não se faz em quarenta minutos, Anitta.

— Faz, claro que faz, se você usar outro veículo que não seja um carro, e nós usaremos. Vamos de helicóptero.

— Enlouqueceu, foi?

O desespero no rosto da jovem chegava a ser cômico para Anitta. Esperava uma reação parecida com aquela, mas ver pessoalmente era muito melhor.

— Claro que não, mulher de pouca fé, precisa confiar em mim. Sou uma ótima pilota assim como sou ótima em tudo que eu faço.

— Tu quem vai pilotar?!

O surto breve da universitária só era motivo de graça para Anitta. Era normal as pessoas não confiarem em suas habilidades, mas de fato era uma ótima pilota. Havia aprendido a pilotar ainda na adolescência com o pai e desde então nunca mais parou. Gostava de comandar um helicóptero, mas quase não tinha tempo para isso.

— Sabe mesmo pilotar essa coisa, né? Pode fazer viagens de noite? Meu Deus, por favor não me mate hoje.

— Sei, Juliette, não ia te colocar em risco. Eu piloto até monomotor e a Paraíba permite viagens curtas de helicóptero à noite. Pode ficar tranquila. Próxima parada: casa em João Pessoa.

(...)

A viagem curta até chegarem à propriedade foi rápida e sem grandes emoções. Anitta a todo momento tentava deixar Juliette à vontade, para tirar um pouco da tensão que ela sentia. Não a julgava, afinal, Juliette nem a conhecia direito para ter certeza que era seguro entrar em um helicóptero sob seus comandos, mas a viagem terminou muito bem. Pousando no heliponto da casa, Anitta ajudou a estudante a descer do veículo ainda mais afetada pela sua beleza.

Iluminada pela luz da lua, a universitária conseguia ser ainda mais linda, o que Anitta achava ser impossível.

— Mulher, você tem um avião, tem um helicóptero, o que mais?

— O jatinho é da minha família e o helicóptero é alugado. Sua pergunta é muito ampla, o que exatamente quer saber?

— Você tem uma ilha?

Anitta gargalhou alto, negando com um aceno de cabeça. Direcionando o caminho, a executiva guiou Juliette até a entrada da casa, que graças ao planejamento estava em perfeitas condições para a chegada das mulheres.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora