Os encontros

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Ainda era bem cedo quando Anitta despertou ao lado de Juliette em meio aos lençóis bagunçados. Assim que se deu conta de onde estava e do que tinham feito na noite anterior, Anitta sorriu. Era ótimo acordar depois de um sexo maravilhoso, mas acordar depois de um sexo maravilhoso com Juliette era bom em níveis extraordinários.

Sem querer acordar a jovem que dormia profundamente, Anitta se levantou e desceu até a cozinha para pedir que o café fosse preparado. Como em todas as manhãs, pegou uma garrafa d'água e foi correr os quilômetros que era acostumada. Além de manter a forma, gostava de usar esse tempo para poder pensar nas coisas sem pressão alguma, e precisava muito pensar.

Talvez se fosse menos racional naquele momento, as coisas não dariam totalmente errado. Ou será que estava sendo inocente demais em acreditar em contos de fadas? Não era um monstro, sabia disso, só tinha uma conduta um pouco atravessada que Juliette com toda certeza condenaria, afinal, seus pais eram a personificação da justiça. Precisava deixar de pensar naquilo ou enlouqueceria e estragaria todo o restante do dia, e elas não precisavam daquilo. Há uma distância considerável da casa, Anitta resolveu voltar, temendo que Juliette já tivesse acordado e se assustasse em estar sozinha.

No entanto, parecia que Juliette tinha um sono profundo, pois assim que voltou da corrida de um pouco mais de uma hora, a jovem ainda dormia profundamente, coberta até a cintura. Tirando o tênis de corrida, a executiva sentou na cama e passou a deslizar as unhas pelas costas nuas de Juliette. Aos poucos, a morena começou a despertar, sorrindo ao sentir os beijos de Anitta por suas costas.

— Bom dia, coisa linda.

Foi impossível não sorrir ainda mais com aquele carinho em palavras que recebia da executiva. Quem poderia imaginar que a mulher fosse tão surpreendente até aquele ponto?

— Que horas são?

Ainda de olhos fechados, a estudante questionou, buscando a mão de Anitta para fazer carinho.

— Pergunta errada, tente outra.

— Por que já levantou? Deita aqui comigo.

O pedido manhoso quase foi atendido se não fosse pela necessidade de um banho graças a corrida matinal. Dando o último beijo nas costas nuas, Anitta se levantou, começando a se despir ainda no quarto.

— Prometo que volto pra cama depois que tomar um banho, acabei de vir de uma corrida.

— Deus, Anitta, quem corre no domingo de manhã?

— Eu, ué. Acha que eu mantenho esse corpo gostoso como?

Juliette se virou no colchão, apoiando o corpo com o cotovelo enquanto analisava Anitta se despindo. Era uma grande verdade o que disse anteriormente, aquela mulher era gostosa em proporções nunca vistas.

— Eu sou gostosa sem correr por aí, ainda mais domingo de manhã.

— Isso só Deus explica. Pode ter certeza que quando eu me encontrar com ele farei questão de perguntar como isso é possível.

— E que droga tu andou usando pra acreditar que vai pro céu?

Rindo com o comentário ácido da jovem, Anitta entrou no banheiro para tomar seu banho, deixando Juliette sozinha. Ainda meio sem saber o que estava acontecendo, a universitária se sentou, buscando o celular por entre as roupas no chão. Como haviam sido tão bagunceiras na noite anterior? Iria arrumar aquilo, mas não naquele momento.

Checou as mensagens de Giulianna e sem grandes novidades bloqueou o celular, deixando-o sobre a mesa lateral à cama. Ao lado de onde deixou o aparelho, havia um controle que ao analisar melhor entendeu que se tratava do controle das cortinas. Sem receios, apertou um dos botões e assim as cortinas grossas se abriram, dando a visão privilegiada da praia e do mar. Não parecia estar muito próxima, talvez uns dez minutos andando.

Fortuito - JunittaOnde histórias criam vida. Descubra agora