O Meu Capitão

Capítulo 26

Mia

Quando chego já estão todos lá.

–Atrasada como sempre.

Reviro os olhos para o Jean. Me sento entre o Eren e o Armin. 

Todos pediram cerveja, como eu não tô afim de fazer um show pra eles hoje, eu peço um suco.

–Não vai beber?

O Eren me pergunta olhando para meu copo.

–Você não vai querer ver ela bêbada.

A Sasha responde antes que eu possa falar alguma coisa. Todos começam a rir baixinho da minha cara.

–Até você tá rindo de mim? Poxa Armin.

–Me desculpa. Mas da última vez foi engraçado.

–A Hanje deve ter adorado.

–Tá bom, chega de falar de mim.

Por mais que o Eren parecesse distante, hoje ele parecia ele mesmo.

O palco do karaokê tava aberto ao público hoje. E eu tava várias risadas com o Connie a Sasha cantando.

O Armin aquela altura já tinha ido embora. Eu sabia que toda noite ele ia visitar a Annie mas ninguém falava sobre aquilo.

Nem parecia que amanhã iríamos para o território inimigo. Mas nesse mundo de horror precisávamos de um pouco de distração.

–Eren.

A Mikasa chama ele, observo o Jean olhar para a Mikasa de lado. Ela pergunta meio insegura para o Eren se ele quer cantar com ela. Fico espantada pela iniciativa dela.

–Não, obrigado.

Ele se levanta e vai até o barman pegar outra bebida. Observo o olhar da Mikasa, e aquilo partia o meu coração.

–Eu posso cantar com você.

O Jean se oferece mas ela recusa.

–Não precisa ficar com pena de mim.

–Eu não...

Ele tenta se apressar para responder mas ela se levanta da mesa e vai embora.

–Eu não tenho chance né? Ela só tem olhos para ele.

Ele olha para o Eren, não com ódio dele mas talvez um pouco de inveja.

–Não fique assim...

Ele bebe toda sua bebida de uma vez e se levanta para se juntar com a Sasha e o Connie. Aqueles três em cima de um palco e bêbados não parecia uma combinação muito boa.

Vou até o Eren para pedir outro copo de suco para mim.

–Cadê a Mikasa?

Sério??

–Não precisava ser tão seco com ela.

–É melhor assim.

Aquela expressão que parece que ele tava carregando o mundo nas costas tinha voltado, e aqueles olhos verdes pareciam deprimidos. O que será que ele tava pensando?

–Não sei porque a tratou assim, ou porque tem se isolado... Mas eu confio em você. Sei que se importa com todos aqui.

Ele me encara por um momento, sem nenhuma expressão no rosto.

–Se eu começasse a agir como um louco. Ainda confiaria em mim?

Sorrio para ele e apenas assinto. Ele parece perdido em seus pensamentos.