11 🔗 AMOR MERCÚRIO

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𝐋𝐄𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎 —

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𝐋𝐄𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎 —

"ᴺᵒ ˡᶦ́ᑫᵘᶦᵈᵒ ᶜᵉⁿᵃ́ʳᶦᵒ ᵈᵃ ᵛᶦᵈᵃ ᵐᵒᵈᵉʳⁿᵃ, ᵒˢ ʳᵉˡᵃᶜᶦᵒⁿᵃᵐᵉⁿᵗᵒˢ ᵗᵃˡᵛᵉᶻ ˢᵉʲᵃᵐ ᵒˢ ʳᵉᵖʳᵉˢᵉⁿᵗᵃⁿᵗᵉˢ ᵐᵃᶦˢ ᶜᵒᵐᵘⁿˢ, ᵃᵍᵘᵈᵒˢ, ᵖᵉʳᵗᵘʳᵇᵃᵈᵒʳᵉˢ ᵉ ᵖʳᵒᶠᵘⁿᵈᵃᵐᵉⁿᵗᵉ ˢᵉⁿᵗᶦᵈᵒˢ ᵈᵃ ᵃᵐᵇᶦᵛᵃˡᵉ̂ⁿᶜᶦᵃ."
(zygmunt bauman)
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A voz ara abafada, tão distante. O som agonizante se apresentava, um chiar infernal, como um canal televisivo sem sinal, com chuviscos acizentados horripilantes, eu mal enxergava, mal compreendia, até levar as mãos à testa, massageando a área e enfim escutar à voz próxima;  — Você sabe que não gosto quando fica desse jeito, não precisa se estressar por algo tão pequeno! Esqueça esse assunto de trabalho.

Talvez aquele fosse um quarto, o ambiente era irreconhecível à mim, mas me movi com palavras sem o controle próprio, aparentemente se tratava de uma memória — O narcotráfico determina as vias econômicas desse país de merda', tal como muito favorece o sistema financeiro mundial. Como, eu te pergunto, um esquema desses não tem menção das supremacias? Da polícia? Do estado? Acorde amor! As divisas só existem pra' que exista quem culpar. Nós trabalhamos com isso! Você e eu somos cientes, não há segurança! Lidamos com cadetes despreparados cometendo erros todos os dias.

  — É o sistema, Minho! É assim que funciona, sempre funcionou, não é apontando as falhas que vamos mudá-lo do dia pra' noite.

— Nunca funcionou. — Eu falava de costas, apoiado na mesa branca do que parecia ao cômodo. E me deparei com quem discutia, os olhos eram tristes.

Você, você... você acha que eu me sinto bem? Te vendo arriscar à própria vida, o cargo? Desafiando nossos comandantes, por Deus' Minho! É um absurdo, você acabar sendo pego, e você... sabe o que acontece. — Seus dedos seguravam os meus, transmitia calor, e o meu peito se contorcia, eu também tinha medo.

  — Por ainda haver tortura e desvio de dinheiro de dentro do nosso sistema que eu preciso lutar, meu amor. Nós não estamos salvando vidas como em desenhos animados de merda, estamos tirando-as! Matamos pessoas, trazendo paz pra' quem já tem onde dormir. Eu e você temos onde abrigar em um frio denso como este, é menos 5 graus lá fora, e o jornal noticia a morte de inúmeras pessoas em situação de rua. Como consegue dormir ciente disso?

A mão então tocou o meu rosto, para ditar com sinceridade — A gente se acostuma.

Assistia à longa metragem nostálgica, do jantar à luz da burguesia, talvez mergulhado na intriga.

Assistia o silêncio de ambos perdurar pelo resto da noite, tirei as roupas pesadas do serviço, pelos simples tecidos e me deito ao lado de outro homem. Igualmente robusto, feito um soldado, seu corpo dormia tenso. Eu me movi para circunda-lo em um abraço, para lhe dar algum amparo, até notar que não o possuo. Não havia o braço direito.

ROBOCOP PAN | minsung A̶☭Onde histórias criam vida. Descubra agora