O OUTRO EGO |
Três encarnações
de célebres malandros
De cérebros brilhantes
Reuniram-se no céu
O destino de um fiel,
se é o céu o que Deus quer
Consumado, é o que é,
assim foi escrito_________________________
MINHO (?)A minha vida é o fundo do mar, o topo de um penhasco.
Meus olhos pesados teimam em não se erguerem mais. Da dobra dos meus dedos, meus ossos, meu sangue, meu fôlego, é tudo descompassado, é uma bagunça, de dentro para fora. Tudo me dói tanto, mas não é físico, porqueê não sinto dor. A dor ainda é uma palavra muito pequena comparada a toda a minha existência. Tudo me dói, mas não é exatamente dor.
Às vezes, gostaria de me conhecer melhor, saber porquê tudo vai embora, e porque a vida é feita de rasgos, seja simbólicos ou literais. Sinto que... Estou andando por um túnel escuro..
Completamente sozinho.
E eu preciso ser. Existem algumas coisas que eu preciso fazer.
Manter-me são é minha única chance de sobrevivência, e eu preciso sobreviver. Eles precisam que eu viva para me violarem, para roubam minhas lembranças, me torturar, e me fazer um alguém perdido. É estranho racionalizar isso.
A minha cabeça como dói.
Mas eu não sinto dor?
Eu não deveria sentir, toda vez que repito isso, repito as palavras de meu pai, "Você não sente como eu sinto, você nunca sentirá dor." Procuro me convencer de que é verdade, mas não se passa de mentiras de amor, ou talvez isso não seja amor, só ignorância. O amor não dói. Aquelas palavras também não deveriam doer.
Os dias são cruéis e assustadores.
Sinto falta dos olhos dele, da prepotência, da risada, do cheiro, do seu saber. Eu sinto falta de amar sem preocupações, sem ter medo de morrer ou alguma coisa acontecer, sem ter medo de amar. Sinto falta dos dedos dela, às vezes, dos cílios que batiam nos meus, da risada, do cheiro, do seu saber. Sinto falta de ouvir seu coração, e sentir seu movimento, de ouvir o seu choro, de segurar sua mão, de vê-la, de abraçá-la, tê-la e falar "olha, o papai tá aqui!". De tirá-la do chão e rodear os braços sobre ela como se o mundo estivesse acabando. Como se o mundo estivesse nos meus braços. Como se Maria fosse meu mundo.
Estou suportando sozinho.
Lágrimas descem pelos meus olhos, pingam sob a mão roxa, dançam no sangue seco, caem no chão alvo, sem cor. O cômodo é azul, porque o branco me incomoda, por isso mesmo diante de tantos sentimentos conturbados, no meio de tudo eu sinto um pequeno alívio, alguém pensar nisso é pensar em 1% de um alívio pra' mim. As paredes tem buracos e rachaduras que se encaixam na moldura dos meus punhos, e há pedaços de concreto. Eu não os fiz então não sei quantas horas estou aqui e por quanto tempo permaneci em silêncio, só sentindo. Passaram-se muitos de outros egos até que o próprio eu conseguisse o controle, e agora não sei onde estou, com quem estou, se estou seguro ou em grande perigo, em que ano estamos, se estou com fome, se fui ao banheiro, se estou hidratado, se já não parti e não me dei conta.
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ROBOCOP PAN | minsung A̶☭
FanfictionMINHO é um cyborg forense que passou a ser designado para investigar situações do Narcotráfico da parte suburbana da metrópole da cidade Alma, onde o caos é disfarçado de utopia social. E por consequência de um acidente, ele acaba por conhecer JISUN...