Nego, este meu apego é foda, eu sei
Mas, quiçá, talvez, eu possa te entender
Cego, não te nego toda vez que vens
Mas é tão doído depois do prazerE tudo fica pra depois
E que há uma névoa entre nós doisPreciso, meu narciso, de você
Mas você é tolo, por vezes cruel
Tem medo do fogo, mas não vai pro céu
A tua sorte é eu te querer
Pois que tua língua é meu lazerTarcísio, meu narciso é você
( Tarcísio – Marsa)
JISUNG
A minha cabeça nunca foi tão fodida e afundada na mercê de um grande nada. Possivelmente anestesiado por um certo sentimento que me inebriou de sentir meus pés adormecerem e minhas pernas cederem pelo cansaço, frio ou o que quer que seja. Os tolos chamariam de amor.
Mas confesso, acho que me tornei louco.
Quando desembarcamos, aquele putão e eu, da estação de trem com destino a não sei onde, em proposito de sobreviver, eu me poupei de questionar-me de meu estado de sanidade. Até porque, não havia tempo, ou talvez nunca houvesse de tê-lo, o tempo.
Para onde vamos? O que caralho vai acontecer agora? Porque iriamos, porque começamos? Que faço eu com essa porra de vida? eu deixei tudo passar. Senti que se por um minuto me desse o luxo de pensar, eu entraria em absoluto pânico.
Durante a viagem, dormi e pude sonhar erroneamente com um mundo melhor, de onde eu poderia amar, eu poderia respirar sem pagar, poderia pensar no meu futuro sem andar lado-a-lado com a morte. Um mundo de onde Minho também poderia sonhar.
Da estação, quando saímos, já sendo tarde da noite, eu acompanhei seus passos vendo seus olhos distantes, ele parecia pensar.
— Sabe... Podemos ficar numa lanchonete, até o dia amanhecer. Sei lá — Comentei baixo, mas ciente que ele me escutou.
Que horas são? Que dia é hoje? Pra' onde vamos?
Ele não me olhou, mas logo me respondeu fixando sua vista em algum ponto distante das ruas iluminadas de Alma.
— Não. — Ele respondeu firme e tomou ar, e eu bem reconheci esse tom. — Você vai pra casa. Pegue um buzber, e me aguarde lá. Vou pegar Meli ainda hoje e depois entro em contato contigo.
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ROBOCOP PAN | minsung A̶☭
FanfictionMINHO é um cyborg forense que passou a ser designado para investigar situações do Narcotráfico da parte suburbana da metrópole da cidade Alma, onde o caos é disfarçado de utopia social. E por consequência de um acidente, ele acaba por conhecer JISUN...