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Pensei que seria fácil ser honesta com Kakashi mas sua reação me surpreendeu em muitos sentidos, ele decidiu se afastar e eu compreendi que ele precisava de um tempo.

Como se quisesse fugir ele saiu da vila para uma  missão importante  junto com Naruto, Sakura, Sai e Yamato, já eu, estou saindo pra fazer a missão mais dificil de todas, procurar  Jiraya e contar a ele toda a verdade.

Antes de partir permito que a equipe de inteligência  veja as memorias dos treinos que eu tive durante  os anos e repassem as informações  para as equipes de Konoha treinarem, depois eu vou ate o túmulo  de Tobirama e lá  eu rezo para que ele me de forças, me proteja e me ajude a fazer  Jiraya entender a verdade  de forma pacífica.

Parada nos portões  da aldeia eu olho para o céu  a procura  de um corvo mas não encontro nada, com isso  inicio minha jornada em direção  aos limites  do país do fogo. Durante o trajeto paro diante da árvore  que a minha  antiga eu costumava vir com Tobirama. Penso em tudo o que houve, nos meus filhos, na Akatsuki e sinto medo, medo de ferir as pessoas que eu amo, medo de causar  mais sofrimento pra pessoas importantes para mim.

Naquele momento  sinto uma brisa suave tocar meu  rosto, como se pudesse me acalmar e tirar de mim todo sentimento  ruim. O bem que eu sinto me lembra do toque de Tobirama em meu rosto, como se ele tentasse me consolar através  dessa brisa.

"Iludida" - não podia acreditar  que estava cogitando  tais coisas, ele se foi, deixou bem claro que iria. Para tentar não pensar mais nisso segui a viagem e cruzei os limites do país até entrar na Vila do Arroz.

Mal pisei na cidade e todos me olhavam desconfiados. Vezes ou outra ouvia os cochichos e isso não me agradava mas se estava a procura de Jiraya, teria que  perguntar  por ele.

Encontrei  uma hospedaria bem pacata no centro  da cidade  e resolvi  me instalar ali.

- Boa noite - A senhora sorriu pra mim - Gostaria de um quarto.

Nao demorou muito pra  senhora me entregar a chave do quarto. Me instalei nele e depois fui ver se conseguia alguma informação útil. Deixei a pousada e fui em direção  ao bar da cidade, um lugar cheio de pessoas distintas,  muitas mulheres  lindas e bebidas aos montes.

- Uma dose de saque por favor - Ouvi uma linda mulher se aproximar do balcão  e pedir a bebida ao homem que atendia.

- O mesmo para mim - A mulher me olhou  rapidamente e sorriu.

- Você é nova aqui? - ela perguntou.

- Estou de passagem,  você é daqui ?

- Sim - disse ajeitando o cabelo, deixando os ombros a mostra - O que te trouxe a nossa pequena aldeia ?

- Estou a procura de um amigo, acho que ele ja tenha passado por aqui.

- Me diga como ele é, talvez  eu possa ajudar.

- Ele é um senhor bem excêntrico, cabelos brancos, duas manchas vermelhas no rosto, escritor.

- Jiraya ? - disse levantando as sobrancelhas

- Ele mesmo, o conhece ?

- Tsc - ela virou a dose de saque em um único gole e depois se levantou - Se o encontrar diga a ele que ele não  precisava partir sem  se despedir.

- Qual  seu nome ? - Perguntei ao vê-la se afastar.

- Hemy e o seu ?

- Ikimono - achei  mais seguro nao espalhar para todos meu  verdadeiro nome.

Ela se aproximou  novamente, e depois sussurrou em meu ouvido.

- Diga ao Ero-sannin que quero minha calcinha de volta.

Corei diante  da fala dela, realmente  Jiraya era um pervertido. Assenti, me levantei do balcão e voltei para o hotel. Saber que ele havia passado por aqui era bom, significava que ele tinha saído  de Konoha  por este lado da fronteira.

Pela manhã sai da cidade quando o sol nasceu e continuei minha viagem. Por cada lugar que eu passava mais admirada eu ficava, cada aldeia tinha um bioma lindo. Cheguei ao limite de uma selva, o lugar era escuro e nao tinha  muita entrada de luz pela copa das árvores.

Vi uma neblina estranha se formar no ar, a cada  passo que eu dava mais fundo na mata. Meu corpo me alertou  que aquilo nao era normal e eu tentei voltar, mas a medida que eu tentava sair eu sentia meu corpo ficando pesado, como se meu corpo nao respondesse  aos estímulos que meu cérebro  enviava. Comecei a me desesperar, mas senti  minha visão  ficar mais e mais turva, então eu desmaiei.

Não sei quanto  tempo havia ficado apagada, só sei que quando abri os olhos não sabia o que havia acontecido.
Me levantei  da cama e tentei encontrar  algo que me indicasse o que havia acontecido, então  notei que eu estava em um quarto. A cama era de madeira, confortável,  tinha um pequeno guarda roupa com alguns vestidos e uma penteadeira.

Me aproximei do espelho e vi meu reflexo no espelho. Sorri ao perceber que eu tinha boa aparência, a pele bronzeada, olhos verdes, cabelos escuros.

Me assustei  quando ouvi a porta do quarto se abrir, uma linda mulher passou por ela e veio em minha direção.

- Que bom que você acordou, irmãzinha, venha, eu preparei o desjejum.

- Quem é você, ou melhor, quem sou eu ?

Vi seus olhos demonstrarem preocupação,  como se não  entendesse ao que eu me referia, mas notei seus lábios  se esticarem num imperceptível  sorriso antes dela se aproximar  e me abraçar.

- Você  não  se lembra de mim, ou de você?

Neguei, não me lembrava de nada, nem quem eu  era,  nem de onde vim e muito menos da mulher a minha frente.

- Não se preocupe querida - ela se aproximou do meu ouvido - eu irei cuidar muito bem de você.

- E qual seu nome, ou melhor,  qual meu nome?

- Você é Ikimono e eu sou sua irmã  Hemy.

Depois  dela dizer isso ela saiu do quarto me prometendo voltar com a comida, enquanto isso eu me olhei  novamente  no espelho tentando lembrar de algo mas a única coisa que eu percebia era minha boa aparência e algumas manchas de sangue  em minha roupa.

A sem clãOnde histórias criam vida. Descubra agora