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Um de meus corvos voou pelos céus de Konoha a procura de sua localização. Não demorou muito para que a encontrasse escorada em uma das janelas de um apartamento do prédio dos Anbu.

Ela parecia triste, vi lágrimas em seu rosto e me perguntei se fiz a escolha certa ao procurá-la. Antes que me arrependesse seus olhos pousaram no corvo e ela sorriu. Via tudo o que meu corvo via, e ver aquele sorriso me deu forças para fazer o que deveria ser feito.

Ele pousou nas mãos dela e a olhou, quando os olhos dela encontraram os dele, ela foi atingida por um genjutsu. : Estava de pé em sua frente e sorrindo implorei - me encontre no distrito Uchiha, siga meu corvo, estarei te esperando.

Ela assentiu. Vi quando ela passou a trinca na porta da casa e saiu pelas ruas, sendo guiada pelo corvo. Enquanto andava percebi seu estusiasmo, como se estivesse decorando aquele caminho.

Não demorou muito para que ela estivesse no portão do distrito Uchiha, saber que ela estava próxima me fez tremer, algo recorrente quando ela estava relacionada. Seus olhos sondaram as casas abandonadas até parar na única casa com a luz acesa.

Ela não esperou para vir em minha direção, em direção a casa que eu estava e a cada passo meu coração batia mais rápido. Quando finalmente ela bateu na porta tomei coragem.

- entre - tentei não transparecer meu entusiasmo mas nenhum ninja, por melhor que fosse resistiria a ela.

Esperei por seu costumeiro oi mas ela não o deu, apenas correu eu minha direção e se jogou em meus braços. Seus braços rodearam meu corpo e escondeu seu rosto em minha capa, mas não precisava olha-la para saber que ela chorava.

- Perdão - foi a única coisa sensata que ousei dizer.

- Está se desculpando por se achar um cretino ou por se arrepender do beijo ? - sua pergunta me deixou em transe, apavorado com a possibilidade de que ela pensasse asneiras.

- Peço perdão por te desejar tanto a ponto de morrer por você.  Em nenhuma hipótese pense que me arrependi, pois o momento em que te beijei se tornou o melhor momento de toda a minha vida.

- Então porque ? - ela finalmente me olhou - porque se manteve longe ? Porque não deixa a organização e fica ao meu lado ?

- Estou morrendo - seus olhos perderam aquele brilho - Não posso deixar que sofra mais por mim se nos envolvermos.

- Não é justo - na ponta do pé ela ficou na minha altura, olhando em meus olhos.

- Disse a mesma coisa quando você se tornou importante , disse que não era justo me apaixonar logo quando já havia aceitado minha morte, meu destino.

- Itachi - suas mãos deslizaram  pelo meu rosto e eu me permiti desfrutar deste toque.

- Se eu morrer pelo menos morrerei feliz por ter te conhecido, te amado.

Ela se inclinou e me beijou. Imediatamente me afastei mas quando vi tristeza em seus olhos me arrependi instantaneamente.

- Não posso deixar que sofra por mim, que me odeie quando morrer porque no momento eu já me odeio o suficiente para uma vida toda.

Ela voltou a me beijar com a mesma intensidade que havia beijado ela naquela nossa viagem.

- Então deixe-me te amar, deixe que eu cuide de você até que este dia chegue .

Seus lábios voltaram para os meus e eu não podia negar seu beijo, mesmo sabendo de que provavelmente me odiaria depois.

- Ainda sou um renegado.

- eu não ligo para seu status no mundo shinobi, você é Itachi Uchiha e eu te amo e se ficar com você significa me tornar uma renegada então serei uma renegada novamente.

- Não é isso que eu desejo pra sua vida.

- Então pare de fazer planos por mim, deixe que eu mesma me responsabilize por minhas escolhas.

- Você pode se arrepender.

- Não irei gastar meu tempo com sentimentos desnecessários, gastarei cada minuto cuidando de você e quando chegar a hora me sentirei triste mas não arrependida ... Pois terei a certeza que fiz tudo por você, que te amei e que fui amada da mesma maneira.

Com suas palavras fui eu quem a beijei. Era um beijo urgente, carregado de amor. A boca dela por um momento deixou meus lábios e desceu para meu queixo. Sua respiração denunciava seu desejo e a imagem dela nua voltou a me atingir.

- Quero que pense um pouco antes de decidir se entregar a mim. - disse angustiado.

- Pelo jeito que fala me passa a impressão que não me quer - sua fala foi encerrada com um beijo em meu pescoço. A interrompi e a fiz olhar pra mim.

- Não há nada no mundo que eu deseje mais que ser seu por completo mas não quero que faça as coisas por piedade, por saber que eu estou morrendo.

- antes de saber de sua morte eu já o desejava, o desejei durante os dois anos que esteve fora, desejei ainda mais quando recuperei minha memória. - um sorriso tímido cruzou seus lábios - E não pensarei nada referente a piedade quando estiver em seus braços.

Se isso iria mesmo acontecer seria da maneira como ela merecia. A peguei no colo e subi as escadas com ela, parando de frente para a porta do meu antigo quarto. Abri a porta com ela ainda nos meus braços e a coloquei gentilmente sobre a cama.

Recordei de cada coisa minha naquele quarto, coisas que eu havia deixado para trás. Olhei novamente para ela que estava sentada sobre minha cama.

- este era seu quarto ? - perguntou saindo da cama e olhando um quadro antigo da minha equipe.

- Sim.

- Tem certeza que quer fazer isto aqui ? - sabia que ela se referia ao massacre.

- Meu sonho antes do golpe sempre foi arranjar uma boa namorada, apresentar ela aos meus pais e ter a liberdade de vezes ou outra trazê-la para passar a noite ao meu lado. Nada melhor que estrear minha cama com a única mulher que chegou a tal ponto comigo.

- Então você também .... ? - assenti.

- Sou, mas não me preocupo com estas  coisas, ouvi bastante sobre o assunto para não ter dúvidas de como se fazer.




A sem clãOnde histórias criam vida. Descubra agora