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Depois de comer e me vestir Hemy me mostrou a casa que é aparentemente bem estranha,  ela morava no meio de uma floresta, um lugar escuro e úmido. Ela também me disse que era uma kunoichi, que saia muito para missões e que eu tinha uma condição  especial, por este motivo eu nao saia de casa e me escondia de todos.

Achei o fato estranho, pois eu me sentia  muito bem, mas nao iria falar nada sobre isso, ela realmente  parecia alguém  legal, talvez teatral demais, mas não podia julgar a mulher só  por seu jeito ser diferente mim.

Ela contou que eu havia caído  de uma árvore e que havia me machucado  e batido a cabeça, causando minha amnésia. Era estranho nao reconhecer  minha casa nem a minha própria irmã.

Horas depois  ela disse ter que  sair para uma missão, me fazendo prometer que  eu ficaria em casa para evitar me perder pelo bosque. Concordei, afinal, sair por ai sem rumo me assustava.

Os dias foram bem chatos na ausência  dela, organizei a casa que estava um lixo, li quase todos os livros que minha irmã  tinha e acabei encontrando  uma coleção bem peculiar no meio de seu acervo, a coleção de Icha-icha, livros de conotação sexual.

Confesso ter recusado a ler aquelas baixarias, mas com a ausência da minha irmã  eu resolvi ceder e ler todos  os livros da coleção. Me sentia uma pervertida por ler coisas assim, mas tenho que reconhecer que tirando a parte da baixaria, o livro era bom, historias de amor de um homem que sempre foi apaixonado  pela mesma mulher, desde a infância.

"Talvez ela tenha te rejeitado por voce ser tarado" - sorri com a hipótese.

Voltei a ler coisas mais produtivas, os dias passavam tão  rápidos e nada da Hemy voltar.

Uma semana já havia se passado desde que  ela saiu para essa tal missão,  então  entediada eu resolvi sair de casa, pois precisava espairecer um pouco  e queria gravar o caminho de casa, afinal, quanto mais cedo eu conhecesse  o trajeto, mais poderia andar livremente  pelas redondezas. Tomo um banho caprichado, escolho uma roupa menos reveladora, uma calça e uma blusa de moletom e noto que ele esconde o lindo colar que eu carrego.

Escondo a joia por debaixo da blusa e fecho a casa, deixando um bilhete caso Hemy volte. Levei comigo una faca e sai marcando todas as arvores que via no caminho, para mais tarde saber me localizar. Adorei ver depois de um bom tempo um vasto campo de flores, o lugar  era de fato muito lindo.

Sentei-me um pouco  na grama fresca e fiquei  ali admirando  a paisagem. O Sol  estava fraco, deixando o dia agradável. Senti vontade de me deitar ali e admirar o céu,  as nuvens, até que vejo um corvo voar por perto, como se ele procurasse algo.

Não demorou muito  para ele se aproximar de mim e pousar numa pedra próxima  de onde eu estava. Achei o comportamento  da ave estranho, já que os corvos não  são  tão dóceis. Com cautela eu tentei acariciá-lo e ele não  fugiu. Quando minha mão finalmente alcançou o animal, ele some  da minha vista  como  fumaça.

Senti meu coração se acelerar, como se aquilo não fosse algo bom. Algo parecia fora do eixo e eu pela primeira vez senti medo, talvez por conta disso eu não  tenha conseguido fugir, pois meus pés estavam cravados no chão, meu coração  batia cada vez mais rápido e quando eu comecei a sentir o ar me faltar, um toque nada comum me tira do momento de surto.

Me viro lentamente e me deparo com um homem estranho, ele me olha com compaixão.

- Estávamos preocupados - ele da um passo em minha direção mas eu com medo me afasto.

- Que-quem é você ? - O homem estranho me observa atentamente  até  suspirar fundo e andar novamente em minha direção.

- Seu parceiro de vida  e alma - ele apoia suas mãos  em meus ombros e me puxa pra um abraço  - Nao se lembra, neeeh ?

Mesmo não  sabendo quem é aquele homem eu não  sinto  que ele seja alguém  ruim, ele nota que eu não me recordo dele, então ele gentilmente se afasta, acaricia meu rosto enxugando algumas lágrimas que eu nem sabiam que caíam e ele diz algo que me deixa perplexa.

- Ao que parece  você ainda não  se lembra de mim, mas eu sei que você  ama abraços,  é apaixonada por leitura e que carrega em seu pescoço o colar de Itachi.

Sem perceber levo minha mão  em direção ao meu pescoço e toco a jóia. Ele sente compaixão e sorrindo ele toca minha testa com dois dedos, confesso  que mesmo sendo estranho,  eu amei o gesto.

- Itachi queria muito  ter feito isso pessoalmente, mas acho que ele não  terá mais oportunidade de fazê-lo,  por isso ele me mandou vir atrás de você,  pois prometi a ele que iria te proteger.

Sinto a voz dele embargar, como se o choro estivesse preso em sua garganta, então para fugir de meus olhos ele se põe  de pé,  ajeita a capa que usa e estendendo a mão  em minha direção  ele me diz:

- Venha, vamos recuperar sua memória.

Mesmo sem saber quem ele é meus instinto me alertam que eu deveria segui-lo e é isso que eu faço,  seguro nas mãos dele e juntos seguimos a uma direção  totalmente diferente do que eu havia marcado.

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Depois de quase um dia todo andando com o cara estranho chamado Kisame, nós cruzamos a fronteira do pais e chegamos ate um novo povoado.

Assim que cruzamos os portões  todos  na vila se curvam perante kisame e isso me deixa assustada, ele por sua vez parece não ligar muito para o ato em si e me conduz ate uma torre, uma casa pra ser mais exata.

Assim que entramos três homens e uma mulher me olham assustados e antes que alguém  fale algo, Kisame pede para falar a sós com o pequeno grupo.

Me sento em um sofá e aguardo pacientemente eles retornarem, mas o cansaço me atinge e acabo aproveitando o sofá  confortável para descansar um pouco. Nossa, que delícia  poder descansar,  meus pés estavam me matando por conta das horas e horas de caminhada.

Não sei por quanto tempo eu dormi, só sei que sinto alguém acariciar meu rosto e quando  abro os olhos lentamente vejo um homem de máscara ao meu lado, num lugar diferente da sala, nós estávamos num quarto.

A sem clãOnde histórias criam vida. Descubra agora