A sem clã

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Porque aquela expressão de fúria ao ouvir o nome de Itachi ? Ele era sem sombras de dúvidas a principal pessoa a quem confiaria minha vida, meu futuro então o que há de errado ? Por que parece que o nome dele é proibido ? Poderia estar enganada sobre ele também ?

Suspirei. Cogitar tais coisas me deixava de péssimo humor. Encostei minha cabeça no tronco da árvore em que eu estava sentada e me permiti fechar os olhos. Como minha vida ficou tão complicada ?

Fitei o horizonte e fui invadida pelas boas  lembranças de ver o dia nascer ao lado de Kisame e Itachi. Meu coração doía só de imaginar que nunca mais disfrutaria de momentos como aqueles.

Suspirei, olhei para baixo e vi o mascarado lutar contra o sono. Ele estava realmente acabado e mesmo assim se fazia de forte. Quando vi seus olhos se fecharam desci da árvore e me aproximei dele.

Sabendo que ele estava cansado usei o estilo madeira e fiz alguns cipós prenderem seu corpo contra a árvore mas o susto foi grande quando o cara de verde colocou uma kunai em minha garganta.

- O que está fazendo ? - sua desconfiança me feriu. Ele sussurrava mais seu tom frio me cortou mais que aquela lâmina. Sem muito esforço me livrei da arma gelada e me endireitei.

- Seu amigo está cansado, mesmo assim quis ficar de vigia. Ele acabou dormindo e eu apenas usei meu jutsu para manter sua coluna reta, caso contrário ele sentiria dores durante o retorno. - me afastei - Estarei de vigia na árvore.

Subi novamente sem olhar para trás. Aquela desconfiança me fez pensar se estaria disposta a ser mal interpretada assim por muito tempo. Tentei não dar ouvidos aos meus medos e fiquei atenta a segurança do nosso grupo. Não demorou para amanhecer, depois de umas quarto horas o sol finalmente irradiou vida pelo céu a fora.

Desci da árvore e encontrei o cara verde dormindo ao lado do amigo, encostado no mesmo tronco de árvore. O mascarado começou a se mexer e eu o soltei do meu jutsu, ele por sua vez me olhou intrigado até que  pareceu compreender minhas intenções.

- Obrigado.

Não respondi, apenas ajudei os demais a desfazerem o acampamento, depois sai com Sakura e Tenten a procura de comida. Finalmente continuamos nossa viagem de retorno. Vezes ou outra o cara estranho tentava uma aproximação mas eu não queria, se tinha que provar algo provaria na sala da Hokage.

Sem paradas avançamos bastante e quando fui alertada pelo mascarado que só faltava mais quatro horas de viagem para chegar em Konoha a equipe toda se animou a continuar o retorno mesmo na madrugada. Não havia o que questionar, assim seguimos e quatro horas e meia depois avistamos os portões da vila.

No mesmo instante me senti feliz e emocionada, se estava aqui fora porque Itachi me fez considerar essa hipótese e então percebi que tudo em minha vida estava ligada a ele. Já sentia falta dele, de seu jeito inexpressivo e da sua costumeira presença acolhedora.

- Você não vem ? - Naruto perguntou, como se só faltasse eu para entrar por aqueles portões e de fato só faltava eu mesmo.

Entrei. Mesmo com o horário eu pude avaliar a vila, de fato era linda. O clima dela era algo que eu nunca havia experimentado. Naruto segurou em minha mão e fez menção de me puxar pela vila a fora mas fomos impedidos.

- Eu sei que o horário não é proprício mas a Hokage nos espera.

Meu olhar recaiu sobre o mascarado e ele passou por nós, como se esperasse que eu o seguisse. Sabia que estava prestes a ter minha intimidade exposta e isso me deixou incomodada, Naruto percebendo minha hesitação segurou minha mão novamente.

- Eu estarei com você lá, prometo que vai ser rápido. - Assenti.

- Eu também irei - Sakura deu de ombros - Sou mulher e entendo sua frustração, talvez minha presença ajude de alguma Maneira.

- Obrigada.

Seguimos pelas ruas escuras até um prédio enorme, o maior da vila. Uma equipe Anbu apareceu e nos escoltou até a sala Kage.  Prendi minha respiração quando entrei na sala, havia algumas pessoas ali e, a  equipe toda que estava em Suna nos seguiu.

- Vovó Tsunade, essa é a Iki, foi ela que nos ajudou na missão, imploro que pegue leve com ela, tô certo, dattebayo.

Vi a mulher muito bonita revirar os olhos antes de colocá-los sobre mim.

- Aproxime-se - obedeci - Qual seu nome e seu clã ?

- Senhora - me curvei diante dela da mesma forma com que o povo de Amegakure fazia com a organização. - Quando sugeri falar sobre mim quis que isto fosse feito em sua presença, pois evitaria ter que repetir as coisas depois.

Os olhos dela me sondaram, assim como os de meus amigos. No canto da sala havia um homem loiro e um careca, que suponho ser do setor de inteligência e tortura pelas vestimentas.

- Não sei meu verdadeiro nome, fui criada em um laboratório por Orochimaru. - senti todos naquela sala se espantaram com minha confissão - Não tenho um clã e suspeito que não tenha nome também, fui criada do zero por ele e por seu braço direito Kabuto.

Naruto trincou os dentes, a maioria parecia chocada por Orochimaru ter me criado do zero e a líder da vila apenas me encarava.

- Consegui fugir dele quando eles aplicaram em meu código genético o DNA dos Uchiha. Por burrice ou por teste me soltaram e eu escapei. Naquela noite depois de ficar esgotada fui encontrada por Itachi Uchiha e Kisame Hoshigaki , que viriam a se tornar meus companheiros na Akatsuki e meus amigos de vida e alma.

- Então você é uma Uchiha ? - Naruto perguntou.

- De certa forma sim, mas não carrego somente o DNA dos Uchiha, carrego em mim vários códigos genéticos.

- Como assim ? - Sakura perguntou

- Eu possuo Vinte e oito kekkei genkai, além de usufruir de vários outros dons hereditários de clãs menores.

- Isto é possível ? - Naruto perguntou.

- Não sei, apenas aprendi tudo o que sei com meus parceiros da organização, e o líder, Pain me deixou ficar, pois sabia que eu era valiosa demais para Orochimaru e cogitou me usar como moeda de troca, mas com o passar do tempo acho que ele mudou de ideia. Aquelas pessoas mesmos que sejam renegados são minha família.

- Se os considera tanto porque nos ajudou ? - A Hokage perguntou.

- A organização prega a paz mas tudo o que os vi fazer neste três anos de permanência eram crimes. - suspirei. - A dois anos a organização se espalhou pelas aldeias shinobis afim de juntar dinheiro com serviços sujos e caçando shinobis listados no livro bingo. Sabia quem em dois anos a missão passaria para uma nova etapa, etapa essa que eu só descobri em Suna.

- O que eles querem com as bestas de caudas ? - a pergunta dela foi direta.

- Não há o muito o que explicar, eles faziam um jutsu de extração e usava uma estátua enorme que eu nunca tinha visto. Seja lá o que querem eu não conheço tudo sobre jutsus e selos para explicar, mas ofereço minha mente para que possam traduzir tudo o que acharem suspeito ou relevante.

Vi a Hokage acenar para um dos homens, um loiro. Ele pediu para que eu me sentasse confortávelmente antes de vascular minhas memórias.

- Senhor, só há uma coisa que eu peço que respeite - Ele me olhou intrigado - Na organização tem um homem que usa uma máscara, seu nome é Tobi e nós nos envolvemos, então peço para que minhas memórias com ele sejam preservadas.

- Tudo bem - a Hokage concordou com meu pedido.