Descobri que o homem que usava máscara se chamava Tobi e que ele era bem engraçado na frente dos demais moradores daquela casa, mas que quando estávamos sozinhos ele era outra pessoa, um homem incrivelmente paciente, preocupado, que fazia de tudo para que eu me sentisse bem, e mesmo com todo esse cuidado, eu ainda me sentia estranha aqui.
A mulher que também mora na casa se chama Konan, ela é linda, e mesmo que me olhe com ternura, seus atos são quase agressivos, como se ela sentisse ódio de si mesma por sentir essa tal ternura comigo.
O dono da casa Pain quando me viu acordada pela primeira vez me tratou com indiferença, mas quando agradeci a ele por me hospedar em sua casa e o abracei ele retribuiu o abraço, dizendo que sentiu falta de mim.
Kisame nem preciso dizer, de fato ele era um companheiro de alma, já que cuidava de mim como uma irmã, ou algo parecido, só que ele sempre me dizia que eu não devia me aproximar muito de Tobi, muito menos de Zetsu.
Hoje é o quinto dia que estou com eles, e neste exato momento eu estou sentada na torre mais alta da vila vendo o horizonte, tentando me recordar de quem eu era enquanto Pain e Konan saíram para resolver alguns problemas.
- Esta se escondendo de mim ? - Tobi questionou enquanto se aproximava. O olhei de soslaio e dei de ombros.
- Tenho motivos para me esconder de você ?
Vi ele me olhar por longos minutos até desviar o olhar para o horizonte, admirando a chuva em silêncio. Tentei me levantar mas ele segurou a minha mão.
- Iki, eu te amo, eu te amo mas fiz algumas coisas que nos afastaram.
- Quando Kisame me trouxe pra cá ele disse que eu recuperaria minha memória, mas nao é isso que está acontecendo, eu só quero entender o porque me sinto segura com algumas pessoas e tenho receio com outras, o porque eu sinto que os amo mas que nao somos próximos.
- É difícil explicar - suspirou.
- É difícil porque vocês nao sabem como devolver as minhas memórias ou o motivo é porque vocês nao querem que eu as recupere ?
Ele se calou, sentia que a verdade era que eles nao queriam que eu recuperasse a minha memória e isso me deixava com raiva. Afastei minhas mãos dele e desci a torre, procurando um lugar calmo para pensar.
Foi então que eu comecei a andar por algumas ruas desertas ate parar perto de um outro prédio, só que eu sentia uma enorme concentração de chakra vindo la de dentro. Curiosa eu entrei naquele lugar que parecia um labirinto.
Aquele lugar na verdade foi o palco de uma grande luta. Por um lado seis homens lutaram contra um senhor de idade que estava prestes a morrer. Assim que o senhor me viu ele estendeu a mão em minha direção.
- Ma - ele nao conseguiria terminar sua frase, apenas concentrou chakra na ponta dos dedos enquanto escrevia algo nas costas de um sapo.
Olhei pros seis homens semelhantes ao Pain e fiquei em choque, eles queriam ver o senhor morrer e mesmo nao sabendo o motivo algo dentro de mim gritou "salve aquele homem".
Quando dei por mim minhas pernas se moviam sozinhas, correndo em alta velocidade ate o senhor. O meu coração batia freneticamente, e a cada passo minha mente se abria pra uma lembrança. Um homem lindo, correndo com um menino de cabelos brancos. Era como se eu observasse a cena, como se eu estivesse la.
Pain grita meu nome, me impedindo de aproximar do senhor, mas eu nao presto atenção, minha mente se abre em uma nova memória. Eu estou deitada, com dores e cansada, ao meu lado o mesmo homem lindo chora enquanto coloca um bebê em meus braços : - Ele nasceu, nosso Jiraya nasceu.
-JIRAYA ! - Meus olhos observam o senhor tentando dar seu último suspiro.
Antes que meus joelhos tocassem o chão senti meu pulso se rasgar e uma agulha sair do meu braço, fazendo um buraco de onde emanava sangue. Segurei seu rosto em meus braços e sem demora deixei que ele o tomasse.
- Meu filho, fique comigo, eu te amo.
Ele nao respondeu mas senti seu pulso ficar pouca coisa mais forte. Olhei para o sapo que estava com ele pedi para que ele me ajudasse a tirar Jiraya dali enquanto arrancava as estacas que estavam em suas costas. O sapo por sua vez notando que Pain e seus seguidores se aproximavam nos engoliu, e depois sumiu pelo córrego da cidade.
Quando conseguimos sair dali guiei o sapo ate a cabana que havia ficado com Itachi. Chegando lá coloquei com dificuldade Jiraya sobre a cama, com panos velhos e água eu o limpava, cuidava dele e de seus machucados que ao meu ver eram bem sérios.
Admirei meu filho dormir, enquanto me sentia culpada por ter sido enganada por Hemy, por perder Itachi e por ter ido para a Akatsuki nesta última semana. Resolvi que cuidaria de Jiraya ate ele estar estavel para uma viagem até Konoha.
Com a perda de sangue eu me deitei sob Jiraya e adormeci ali, sonhando com os felizes momentos que tive com ele e com Sakumo em minha outra vida. Agradeci aos céus e a Tobirama por ter me dado a oportunidade de estar ao lado do meu filho no momento tão importante como esse, caso contrário ele estaria morto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A sem clã
FanfictionDepois de se livrar das garras de Orochimaru a garota que fora criada em um laboratório se vê diante de um mundo completamente novo. Ela terá que descobrir mais sobre si mesma e sobre este imenso mundo de oportunidades, mas a pergunta é: No final el...