54

252 36 7
                                    

Descobri que o homem que usava máscara  se chamava Tobi e que ele era bem engraçado  na frente dos demais moradores daquela casa, mas que quando estávamos  sozinhos ele era outra pessoa, um homem incrivelmente  paciente, preocupado,  que fazia de tudo para que eu me sentisse  bem, e mesmo com todo esse cuidado, eu ainda me sentia estranha aqui.

A mulher que também  mora na casa se chama Konan, ela é linda, e mesmo que me olhe  com ternura, seus atos são  quase agressivos, como se ela sentisse ódio  de si mesma por sentir essa tal ternura comigo.

O dono da casa Pain quando me viu acordada pela primeira  vez  me tratou com indiferença, mas quando agradeci a ele por me hospedar  em sua casa e o abracei ele retribuiu o abraço,  dizendo que sentiu falta de mim.

Kisame nem preciso dizer, de fato ele era um companheiro  de alma, já que cuidava de mim como uma irmã, ou algo parecido, só  que ele sempre me dizia que eu não  devia me aproximar muito de Tobi, muito menos de Zetsu.

Hoje é o quinto dia que estou  com eles, e neste exato  momento eu estou  sentada na torre mais alta da vila vendo o horizonte,  tentando me recordar de quem eu era enquanto  Pain e Konan saíram  para resolver alguns problemas.

- Esta se escondendo  de mim ? - Tobi questionou  enquanto se aproximava. O olhei de soslaio e dei de ombros.

- Tenho motivos  para me esconder  de você ?

Vi ele me olhar por longos minutos  até  desviar o olhar para o horizonte, admirando  a chuva em silêncio. Tentei me levantar  mas ele segurou a minha  mão.

- Iki, eu te amo, eu te amo mas fiz algumas coisas que nos afastaram.

- Quando Kisame me trouxe  pra cá  ele disse  que eu recuperaria minha memória, mas nao é isso que está acontecendo,  eu só  quero  entender o porque me sinto segura com algumas pessoas  e tenho receio com outras, o porque eu sinto que os amo mas que nao somos próximos.

- É difícil  explicar - suspirou.

- É difícil porque  vocês  nao sabem como devolver as minhas memórias  ou o motivo é porque vocês  nao querem  que eu as recupere ?

Ele se calou, sentia que a verdade era que eles nao queriam que eu recuperasse a minha memória  e isso me deixava com raiva. Afastei minhas mãos  dele e desci a torre, procurando um lugar calmo para pensar.

Foi  então que eu comecei a andar por algumas ruas desertas ate parar perto de um outro prédio, só que eu sentia uma enorme concentração  de chakra vindo la de dentro. Curiosa eu entrei naquele lugar que parecia um labirinto.

Aquele lugar na verdade  foi o palco de uma grande  luta. Por um lado seis homens lutaram contra um senhor de idade que estava  prestes a morrer. Assim que o senhor me viu ele estendeu a mão  em minha direção.

- Ma - ele nao conseguiria terminar  sua frase, apenas concentrou chakra na ponta dos dedos enquanto  escrevia  algo nas costas de um sapo.

Olhei pros seis homens semelhantes ao Pain e fiquei em choque, eles queriam ver o senhor morrer e mesmo nao sabendo o motivo  algo dentro de mim gritou "salve aquele homem".

Quando  dei por mim  minhas pernas se moviam sozinhas, correndo em alta velocidade  ate o senhor. O meu coração  batia freneticamente, e a cada passo minha mente se abria pra uma lembrança.  Um homem lindo, correndo com um menino  de cabelos brancos. Era como se eu observasse a cena, como  se eu estivesse la.

Pain grita meu nome, me impedindo  de aproximar  do senhor, mas eu nao presto atenção, minha mente se abre em uma nova memória. Eu estou deitada, com dores e cansada, ao meu lado o mesmo  homem lindo chora enquanto coloca um bebê  em meus braços : - Ele nasceu, nosso Jiraya nasceu.

-JIRAYA ! - Meus olhos  observam o senhor tentando dar seu último  suspiro.

Antes que meus joelhos tocassem o chão  senti  meu pulso se rasgar e uma agulha sair do meu braço,  fazendo um buraco de onde emanava sangue. Segurei seu rosto em meus braços e sem demora deixei que ele o tomasse.

- Meu filho, fique comigo,  eu te amo.

Ele nao respondeu mas senti seu pulso ficar pouca coisa mais forte. Olhei para o sapo que estava com ele pedi para que ele me ajudasse a tirar Jiraya  dali enquanto  arrancava as estacas que estavam em suas costas. O sapo por sua vez notando que Pain e seus seguidores  se aproximavam nos engoliu, e depois  sumiu pelo córrego da cidade.

Quando conseguimos  sair dali guiei o sapo ate a cabana que havia ficado com  Itachi. Chegando lá  coloquei com dificuldade Jiraya sobre a cama, com panos velhos e água  eu o limpava, cuidava dele e de seus machucados que ao meu ver eram  bem sérios.

Admirei meu filho dormir, enquanto  me sentia culpada por ter sido enganada por Hemy,  por perder Itachi e por ter ido para a Akatsuki nesta última semana. Resolvi que cuidaria de Jiraya ate ele estar estavel para uma viagem até Konoha.

Com a perda de sangue  eu me deitei sob Jiraya e adormeci ali, sonhando com os felizes momentos que tive com ele e com Sakumo em minha outra vida. Agradeci  aos céus  e a Tobirama por ter me dado a oportunidade  de estar ao lado do meu filho no momento tão importante  como  esse, caso contrário  ele estaria morto.

A sem clãOnde histórias criam vida. Descubra agora