O Contrato

Garçonete

Erick
- Me casar Bastos?
- Sim, se o senhor se casar as coisas vão mudar e ficar a seu favor. Eu poderia lhe assegurar que a causa seria praticamente ganha. Mas claro que com todo respeito não poderia ser qualquer mulher.
- Disso eu sei.
- E o ideal seria o senhor ficar com ela por no mínimo dois anos.
- Entendi, tudo o quê você disse faz todo sentido, mas onde eu vou achar uma mulher disposta a casar comigo? Ainda mais uma mulher que seja de caráter porque eu com certeza não vou colocar minha filha pra conviver com qualquer uma.
Bastos faz uma cara de pensativo e diz:
- Ai eu já não sei senhor, só sei que no máximo em um mês a decisão do juiz deve sair, inclusive os avós da menina fizeram uma proposta.
- E qual a proposta?
- Se o senhor desistir da causa, poderá ver a menina aos finais de semana a cada 15 dias.
- Não, eu não vou aceitar isso. Ela é minha filha, eu quero cria-lá.
Bastos começa a organizar as coisas dele para ir embora e fala:
- Então eu vou fazer de tudo para que isso não aconteça, se a guarda da criança for dada pra eles, nós podemos recorrer, mas pra ser honesto com o senhor as chances seriam poucas.
- Entendi, vou pensar no que posso fazer.
Me levanto, aperto a mão dele, me despeço e vou trabalhar.
Durante o dia, não consegui parar de pensar no Bastos me disse. Claro que eu não quero me casar, mas se esse é o preço que eu tenho que pagar para ter minha filha, eu pagarei. Mas aonde eu iriei achar uma mulher disposta a casar comigo? Claro que existem inúmeras mulheres disppstas a isso, mas nenhuma delas presta, eu não quero pessoas assim perto da minha filha.
Estava perdido em meus pensamentos, quando Wesley, meu amigo e vice-presidente da minha empresa diz:
- E aí meu amigo, em quê ou quem você pensa?
- Em ninguém Wesley.
Ele me olha desconfiado e diz:
- Em alguma mulher aposto.
Jogo um lápis nele que desvia e falo:
- Desde quando alguma mulher merece minha atenção assim? Se toca né Wesley.
Ele ri:
- Não está mais aqui quem falou. Mas enfim, vamos almoçar?
- Vamos, onde?
- Pode ser naquele restaurante perto daqui?
Dou de ombros:
- Por mim sim.
- Então vamos.
Fomos para o restaurante andando mesmo de tão perto que era ali da empresa.
Estávamos sentados na mesa, até que uma garçonete aparece e diz:
- Boa tarde, o que senhores vão querer?
Eu que nesse momento estava olhando para o cardápio, mesmo já tendo indo aquele restaurante diversas vezes. Na hora que olho pra moça, percebo que nunca a tinha visto ou a notado ali. Ela era bonita, nada extraordinário eu diria. Ela aparentava ter entre seus 20 anos, tinha a pele morena, os olhos cor de mel, um cabelo castanho escuro cacheado com as pontas em um castanho claro, eles estavam presos em um rabo de cavalo.
Wesley faz o pedido dele, a garçonete aponta pra mim e diz:
- E o senhor, o que vai querer?
Me desligo dos meus pensamentos e falo:
- Desculpa perguntar, mas você é nova aqui?
Deu pra ver no rosto dela que ela estranhou a pergunta, mas respondeu educamente:
- Não senhor, não sou.
- Nunca tinha te visto aqui e olha que eu venho com frequência.
- Talvez eu nunca tenha atendido o senhor.
Wesley me olha confuso e eu continuo:
- É, talvez seja isso. Eu vou querer um filé milon com purê de batata e um suco de uva para acompanhar por favor.
- Só isso senhor?
Penso um pouco, olho para o uniforme dela para ver se consigo achar seu nome, mas não tenho sucesso, então
- Sim.
- Ok, com licença.
Ela diz isso e saí. Wesley me dá um peteleco e diz:
- O que foi isso Erick?
- Nada demais, só estranhei o fato de nunca ter visto essa moça aqui.
- Você quase perguntou o RG da menina Erick.
- Não exagera Wesley.
- Sério.
- Será que podemos falar sobre outra coisa por favor?
- Claro, como andam as coisas com a Sophia.
Ficamos conversando até que a garçonete trás nossos pratos e nós almoçamos.
Então a tal garçonete trás a conta e eu falo:
- Com licença, mas qual o seu nome?
- Juliana, por que senhor?
- Por nada, eu só queria agradecer o seu ótimo serviço.
Ela força um sorriso e diz:
- Obrigada.
Pago a conta e deixo 100 reais de gorjeta pra ela. Assim que saímos do restaurante, Wesley diz:
- É assim que você chega nas mulheres agora meu amigo? Porque se for assim deixa eu te dar uma dicas.
- Não enche vai.
Wesley passou o caminho inteiro fazendo brincadeiras sobre isso, mas eu não sei porquê, assim que vi aquela moça, tive uma sensação estranha, não foi atração nem nada, apesar dela ser bonita, senti como se eu fosse ver ela outra vez, não sei explicar essa sensação.
Volto para o escritório e o trabalho normalmente o restante do dia.