Pagamento

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Juliana

O trabalho ocorreu normalmente, como ali é um centro comercial, nos finais de semana o movimento caí bastante porque a metade das pessoas não trabalham. Lá estava eu sozinha, contando o dinheiro para pagar o agiota. Fecho o restaurante, mas fico esperando na porta o cara que iria receber o pagamento, se passam 15 minutos, até que 3 homens aparecem, o que me assustou muito, eu achei que iria vir apenas um receber,  o mais alto fala:

- Você é a Juliana, filha do Osvaldo?

Com muito medo, eu respondo:

- Sim.

Claro que eu não deveria estar sozinha, mas infelizmente eu não tenho ninguém e fora que eu também não quero que as pessoas saibam que eu estou envolvida com esse tipo de gente.

- Cadê o dinheiro?

 Eu entrego eles, o mais alto conta e diz:

- Aqui só tem 6 mil, cadê o resto?

- Foi tudo o que eu consegui juntar em uma semana, se você me der um prazo maior, eu prometo que pago tudo moço.

Então, ele se aproxima de mim, me coloca contra parede, aperta com força o meu rosto e diz:

- Você está achando que nós somos um banco? Ou pior ainda, uma obra de caridade?

Eu apenas consegui dizer que "não" com a cabeça, eu estava muito assustada e me segurava pra não chorar.

- Eu vou te mostrar o que acontece quando tentam me passar pra trás.

Nessa hora ele levantou a mão, eu só consegui fechar os olhos, mas na mesma hora eu escuto uma voz familiar:

- Abaixa essa mão agora.

Então abro os olhos e vejo que era o Erick cliente do restaurante. Mas que raios ele está fazendo aqui? 

- Não se mete playboy que isso não é da sua conta, entra no seu carro, antes que acabe sobrando pra você.

- Eu me meto sim, ela é minha namorada.

Quê? Ele perdeu completamente o juízo, só pode. Nessa hora o cara me solta, vira para o Erick e diz:

- Então por que você não paga a dívida da sua namorada?

Eu não sei de onde reunir forças pra dizer:

- Ele não é meu namorado.

Os dois me ignoraram e o Erick disse:

- Quanto ela deve?

- 18 mil

Eu falo:

- Não eram 15?

- Juros minha princesa.

O Erick disse:

- Eu pago tudo, transfiro 20 mil agora mesmo pra esse assunto morrer aqui e vocês deixam ela em paz.

Eu digo:

- Erick, não precisa, você não tem nada a ver com essa história.

Ele me ignora, o cara passa os dados de uma conta pra ele, Erick transfere o dinheiro e um dos agiotas diz:

- Foi um prazer fazer negócios com vocês.

Ele sussura no meu ouvido:

- Salvo pelo namorado playboyzinho, princesa. (Me arrepio)

Eles vão embora e, eu que parecia estar segurando o ar, finalmente consigo respirar. O Erick se aproxima e diz:

- Você está bem?

- Estou sim, obrigada. Mas por quê você fez isso? Você nem ao menos me conhece.

Na hora que ele ia responder minha pergunta, meu celular toca:

Ligação on

- Alô, é a senhora Juliana Martins?

- Sim, quem é?

- Aqui é do Hospital Geral Santo Antonio, estamos ligando pra avisar que seu pai tevê uma overdose.( Nessa começo a chorar)

- Como ele está?

- Não posso passar essas informações por telefone, senhora.

- Ok, já estou a caminho.

Ligação off

Erick ao ver meu estado, pergunta:

- O que aconteceu?

- Meu pai tevê uma overdose, ele está no hospital Santo Antonio, eu preciso ir pra lá agora.

Na hora que eu ia me virar pra ir embora, ele segura me braço e diz:

- Vem que eu te levo, olha o seu estado, está muito tarde e é perigoso. De repente aqueles caras ainda estejam por perto.

- Se você tentar qualquer coisa, eu vou te atacar.

- Pode ficar tranquila.

Sei que pode ter sido meio louco, mas eu deixei ele me conduzir para dentro do carro. Acho que foi a única vez na vida que eu peguei carona com um estranho, mas eu não estava racicionando direito, primeiro os agiotas e agora meu pai. Definitivamente eu não estava bem.

...

O que acharam desse capítulo?


O ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora