O Contrato

Anel

Juliana 

A atendente nos mostrou algumas alianças bonitas, eu achei ela absurdamente cara, mas não vou discutir com Erick sobre como ele deve gastar o dinheiro, muito menos vou brigar com ele em público. Ele olha pra, olha para as alianças e diz:

- Eu gostei dessas, mas será que você não tem algo mais exclusivo?

- Na verdade tenho sim, um minuto que eu vou buscar. O casal quer alguma coisa, um suco, uma água?

- Não, obrigada.(Eu falo)

Ela saí, depois volta com uma pequena maleta,  assim que ela abre eu vejo as alianças mais bonitas que eu já tinha visto em toda minha vida. Depois de analisar muito, Erick finalmente escolhe minha aliança de noivado e as alianças do casamento. Ele até pediu pra eu escolher, mas eu prefiri não escolher aquilo era luxo demais para o meu gosto. Nós deixamos as alianças lá para serem ajustadas. Ele coloca o anel de noivado no meu dedo e, por incrível que pareça ficou certinho.

- Gostou?

Olho para o meu dedo que estava com um anel de diamante, penso "Seia impossível não gostar" e falo:

- Amei meu amor.

Ele sorri e do nada me dá um selinho. Foi bem leve, rápido, mas eu consegui sentir seu hálito de hortelã mesmo sendo pega de surpresa.

- Que bom que gostou meu amor. Eu vou levar o anel hoje e passo pra buscar as alianças semana que vem, ok?

A vendedora diz:

- Sim senhor.

Erick paga as alianças e nós vamos para o carro.

- Está com fome? Podemos parar pra comer antes de irmos para a clínica.

- Na verdade estou com fome sim e você?

- Estou também. O quê você quer comer?

- Pode ser um lanche.

- Fast food? Faz cerca de uns 10 anos que eu não vou a nenhum, acredita?

Olho para ele como se fosse o maior absurdo que já ouvi.

- Fla sério Erick, você só pode estar de brincadeira.

- Não, juro pra você. Acho que nem lembro mais o gosto.

- Então hoje você vai comer, nada de comidas chiques por um dia.

Ele ri e diz:

- Sim senhora.

Rimos. Ele dirige até um drive-thru de um fast food e faz o nosso pedido. Depois paramos o carro no estacionamento para conseguirmos comer. Eu tiro um lanche da sacola e entrego pra ele.

- Aqui está o seu hambúrguer senhor, agora aproveite.

Ele dá uma mordida no lanche.

- E aí, o gosto é como você lembrava?

- É até melhor, não sei como fiquei todos esse anos sem.

Sorrio vitoriosa.

- Eu te disse. 

Olho que ele estava com o canto da boca sujo de molho, vejo que as mãos dele estavam ocupada, então pego um guardanapo na sacola e, limpo, ficamos no encarando por alguns segundo em silêncio, quando ele diz:

- Obrigado!

- De nada.

Eu sorrio e me afasto sem graça. Comemos nosso lanche e fomos visitar a clínica. A clínica era ótima, cheia de atividades e de profissionais muito bem capacitados. Então eu decidi que aquela seria a clínica que meu pai iria ficar, já fizemos todo o processo de documentação e, o Erick já pagou o primeiro mês, no sábado pela manhã iríamos internar ele.

Estavámos no caminho de casa, eu estava perdida em meus pensamentos pensando no momento do molho, cara, que loucura, eu achei que nós iríamos nos beijar, onde já se viu uma coisa dessas. 

- Juliana?

Olho pra ele.

- Oi?

- Esses dias serão de pura correria, eu vou tirar esse mês de férias para ajudar com os preparativos do casamento. Vai ser algo simples, uma festa pequena com 80 convidados no máximo, já pedi para a minha secretária me ajudar com uns detalhes, mas nós teremos que fazer a maior parte. Como eu sei que esse casamento vai gerar muitos rumores, principalemnete negativos, quero estar bem presente para tentar amenizá-los.

- Ok, é qual a data do casamento?

- Vamos casar no cívil no dia 05(sexta-feira) e a festa será no dia 06.

- Caramba, isso é daqui á 2 semanas.

- Sim, por isso se prepare que será cansativo.

- Tudo bem.

Noto que ele parou o carro, isso significa que já chegamos em casa. Como o dia passou rápido e, devo admitir que foi divertido, Erick é um cara muito legal, tenho que certeza que seremos ótimos amigos.

- Boa noite, gostei do dia de hoje noivo de mentira.

Erick sorri.

- Eu também noiva de mentira, tenha uma boa noite, se precisar de qualquer coisa me ligue e até sábado.

- Até.

Desço do carro, olho para o meu dedo e, guardo a aliança dentro da bolsa porque amanhã eu tenho que contar para meu pai que vou casar, claro que eu não vou contar a verdade, então tenho que começar a trabalhar minha imaginação...