O Contrato

Última tentativa

Erick

Eu decidi ir naquele jantar porque achei talvez isso fosse agradar a Juliana, mostrar que eu me importo com as coisas dela, mas percebi que logo quando eu disse que iria ela apresentou uma certa resistência da parte dela, me deu inúmera razões para não ir, mas eu achei que ela só disse essas coisas porque ainda está magoada comigo e com razão é claro. Ao chegar na festa, eu enxerguei aquela resistência toda de outra perspectiva ao dar de cara com o Iago. Ela sabia que ele estaria aqui, é claro e não queria que eu viesse por isso.

Eu sei que no outro dia que ela saiu foi com ele, que eles estão sempre próximos, principalmente por ele ser o professor na faculdade dela, eu não gosto do Iago, muito menos dessa aproximação, mas na minha atual posição, não me encontro no direito de cobrar nada, por mais que eu queira e como eu quero viu. Uma parte de mim, sabe que por mais idiota que o Iago seja, ele gosta realmente dela. No início eu achei que era apenas para me irritar ou para ter um furo sobre nosso casamento repentino, mas eu conheço o Iago, o suficiente pra saber que não é mais isso. O meu medo é que talvez as minhas atitudes tenham empurrado ela para o ele, na verdade outro dia estava pensando e ela nunca disse com palavras o que sente por mim. Será que as minhas atitudes acabaram com os sentimentos dela por mim de vez? Ou ela sempre sentiu algo pelo Iago?

Notei que depois que ela se afastou da sala com a amiga dela, ela voltou meio estranha e pediu para ir embora. Eu queria perguntar sobre, mas achei melhor não, fiz a vontade dela e fomos embora. Durante o caminho ela estava totalmente distraída, então mantive o silêncio. Quando chegamos em casa, cada um foi para seu quarto e assim terminou a noite.

Dias Depois.

Eu pensei bastante durante esses dias e tive uma ideia que pode ser a solução para o meu relacionamento com a Juliana. Nesses dias, eu fiz de tudo, tentei conversar, trouxe flores, fiz elogios, tentei passar mais tempo ao lado dela, mas nada disso foi o suficiente, ela continuou indiferente. Então, chego do trabalho, estava indo para meu quarto, quando vejo uma das empregadas, falo:

- Boa noite, você sabe se minha esposa está em casa?

- Boa noite senhor, a senhora está sim.

- Você pode pedir pra ela ir ao meu quarto assim que possível por favor.

- Claro senhor, posso sim.

- Obrigado.

- De nada, com licença.

Ela se retira e eu vou direto para o quarto. Coloco minha roupa limpa, coloco sob a cama e vou para o chuveiro. Coloco minha cueca, quando alguém bate na porta. Como meu cabelo estava molhado, coloca a toalha sob meus ombros para a água não ficar escorrendo em mim, vou e abro a porta. Dou de cara com a Juliana que me olha dos pés a cabeça e diz:

- Eu volto depois, parece que agora você está ocupada.

Seco meu cabelo com a toalha rapidamente.

- Não, pode entrar.

- Tem certeza?

- Sim.

Ela entra e fecha a porta. Enquanto isso eu fico de costas e coloco minha calça pois sabia que ela estava desconfortável de me ver assim mesmo já tendo me visto em um estado muito pior. Me viro pra ela e falo:

- Eu te chamei aqui porque quero te fazer uma proposta.

Ela ergue uma das sobrancelhas.

- Qual? A última vez que você me disse isso, eu acabei me casando com você.

- Pois é. Eu estava pensando que nós poderíamos fazer uma viagem juntos, uma espécie de lua de mel/ reconciliação como a última forma de tentativa. Se não der certo, eu desisto completamente de você, cada um segue sua vida, ainda casados é claro por conta do contrato, mas seria o fim mesmo. O que acha?