Despedida

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Erick

Aguardamos alguns minutos na portão, até que os avôs e a Sophia aparecem com algumas malas. Eu estava muito emociado por estar vendo minha filha depois de tanto, ainda mais por saber que agora ela vai morar comigo. Os avôs se despendem dela em meio as lágrimas, a Sophia parecia não entender muito bem a situação, mas então eles se aproximam, a Edilene se abaixa e se dirige a Sophia:

- Esse daqui é seu papai, lembra? Agora você vai morar com ele, mas nós vamos continuar sendo seu avôs tudo bem, minha princesa?

Ela estava com lágrimas nos olhos, elas se abraçam e Edilene diz:

- Te amamos muito, princesa.

Sei que apesar deles serem como são, eles amam a Sophia e que esse momento não deve estar sendo fácil para ambas as partes. Mas as coisas não precisavam ter sido dessa maneira, eles que escolheram esse caminho ao me proibir de ver minha própria filha e olha que não foi por falta de conversa. Muitas vezes eu cheguei a fazer diversas propostas, até de guarda compartilhada, mas eles não quiseram, então tive que procurar meus direitos comi pai. 

Juliana me ajuda a colocar as coisas da Sophia no porta mala, enquanto os avôs conversavam com ela tentando explicar a situação. Então Ediline me entrega a Sophia, pego ela no colo que só chora e diz que quer ir com a avô.

- Obedece o papai princesa, beijos. Cuida bem dela, Erick.

- Pode deixar Edilene.

Balançava a Sophia no colo, tentando acalmar ela.

- O papai está aqui meu amor, vamos para a casa.

Beijo a testa dela, que só chorava. Juliana tenta sorrir para me encorajar, respiro fundo e coloco a Sophia na cadeirinho no banco de trás. Juliana entra no carro, agradeço os guardas e entro no carro. Durante todo o caminho até em casa, Sophia só chorava, eu tentava acalmar ela, Juliana também, mas nada resolvia. Então chegamos em casa, eu chamo os empregados para me ajudarem com as malas da Sophia, pego ela no colo que acabou pegando no sono depois de tanto chorar. Juliana coloca uma das mãos no meu ombro e diz:

- Ela só precisa de tempo para se adaptar.

- Espero que você esteja certa.

Entramos em casa e eu levo a Sophia para o quarto dela. Peço para uma das empregadas ficarem de olho nela, caso ela acorde. Eu tenho uma longa missão pela frente porque as coisas com a Sophia não serão nada fáceis. 

Vou até o quarto da Juliana, bato na porta, ela abre e eu entro. Deito na cama dela, olhando para o teto e suspiro fundo. Juliana fecha á porta e de senta na beira da cama.

- Juliana, se ela não se adaptar?

- Ela vai Erick, você é o pai dela.

- Você acha mesmo?

Ela sorri.

- Sim, ela só precisa de tempo, apenas isso.

- Você é muito sábia mesmo.

Ela sorri e joga um travesseiro em mim.

- Não sou.

Me sento na hora, com o travesseiro na mão.

- Sério que você jogou um travesseiro em mim?

Ela dá de ombros.

- Agora você vai ver.

Ela levanta uma das sobrancelhas em um gesto desafiador.

- O que?

Quando notei, estávamos parecendo duas crianças correndo pelo quarto. Até que finalmente eu alcanço ela, a seguro pela cintura, mas ela tenta fugir, eu puxo ela, o que nos faz cair no chão, Juliana acaba caindo em cima de mim rindo.

- Nós estávamos correndo parecendo crianças.

Coloco uma mecha de cabelo que estava tampando um dos olhos dela e coloco atrás da orelha. Nesse momento nós ficamos em silêncio, apenas nos encarando. Então senti algo, que na verdade mais parecia uma necessidade de beijar a Juliana, deito ela delicadamente ao meu lado no chão e fico por cima dela. Apoio meu peso nos meus braços que estavam ao redor dela no chão, então a beijo de uma forma que nunca beijei, com desejo, desespero, a princípio ela não corresponde, mas então ela coloca a mão na minha nuca e me beija com a mesma ou com mais intensidade. Eu parava os beijos por algums instantes, ia descendo e beijando o pescoço dela,  o que fazia com que ela mordesse o lábio inferior de prazer, então do nada ela me empurra e senta. Eu olho pra ela sem entender absolutamente nada.

- Erick, isso não faz parte do contrato.

Ela estava séria, tentando se recompor.

- Eu sei Juliana, mas também não vejo nada demais nisso. É só sexo sem compromisso e é algo que nós dois queremos. 

Ela se levanta na hora como se tivesse escutado o maior absurdo de todos.

- Eu não sou o tipo de mulher que gosta de sexo sem compromisso Erick, acho melhor separar as coisas.

Me levanto, me aproxima dela, coloca uma das mãos no rosto dela, olho nos seus olhos e falo:

- Vai dizer que não quer? 

Ela se afasta.

- Não, não quero. Você pode estar acostumada com relações assim, só que comigo isso não funciona e nunca vou funcionar.

- Ok.

Não falo mais nada e saio do quarto dela. Claro que seria só uma transa, o que ela esperava? Que eu dizesse que quero tentar que o casamento seja real e que as coisas dê certo. Isso é um pouco demais. 



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