Suzane ficara abismada com aquele encontro. De onde aquele homemhavia surgido, não sabia, mas ele fora audacioso o bastante para lhe causarmedo. Ela não era mulher de se deixar intimidar, contudo, sentia no ar operigo daquela abordagem intempestiva. E se o homem, realmente, falassealguma coisa com Leandro? Ele podia não acreditar, mas veria despertar asombra atroz da desconfiança.
E quem seria a garota misteriosa que tinha tanto interesse em Leandroa ponto de pagar alguém para intimidá-la e fazê-la sair do país? Que mulherseria aquela que surgira do nada e de repente?
Suzane chegou ao trabalho maistarde, tentando não demonstrar o medo e a preocupação, e Leandro foi logoao seu encontro:
- Por onde foi que você andou? Fiquei preocupado. Liguei para vocêa manhã inteira, mas o seu celular estava desligado.
- Deixei recado para você. Avisei que ia chegar mais tarde.
-Tudo bem, mas por quê?
- Precisei resolver uns assuntos.
- Que assuntos?
- Coisas minhas. Não interessam a você.
- Está me escondendo algo?
- Está me vigiando?
- Eu apenas me preocupo com você - defendeu-se ele, em tommagoado. - Não tenho a menor intenção de tomar conta da sua vida. Se forisso o que pareceu, perdoe-me.
Imediatamente, ela se arrependeu e puxou-o pela mão.
- Não. Sou eu que lhe peço desculpas. Estou sendo rude e mal agradecida. É que ando muito triste. Sinto falta dos meus pais...
Não era mentira, e ela se sentiu à vontade para dar aquela desculpa.
- Quer conversar? - retrucou ele, interessado e compadecido.
- Podemos ir almoçar.
Foram ao shopping, mas Suzane não falou nada a respeito, e ele nãolhe fez perguntas.
- Minha mãe vai dar outro daqueles almoços no sábado - anunciouele, tentando fazer com que ela se animasse. - E dessa vez não teremosdesculpas para faltar.
- Por que não?
- Porque é o aniversário dela. Laerte está viajando e não vai poder ir,e ela faz questão da sua presença.
- Está bem. Nós iremos.
O convite lhe causou certo medo, mas não teve como recusar. E se aex-namorada fosse filha de uma das amigas de Amélia e estivesse presente aoalmoço? Ela, sem dúvida, estaria em desvantagem, pois não a conhecia, aopasso que a outra parecia saber muita coisa sobre ela.No dia do almoço, Graziela foi uma das primeiras a chegar.
Navéspera, havia telefonado para Carminha, que dera uma desculpa para não ir.O almoço, como de costume, seria servido à beira da piscina, após os drinquese coquetéis. Havia muitas pessoas presentes, e Graziela conversava com um ecom outro, sem saber o que estava prestes a acontecer.Quando Leandro e Suzane chegaram, o almoço estava para serservido. Havia garçons por toda parte, carregando bandejas e servindo aspessoas, e ele entrou trazendo a namorada pela mão.
Graziela estava sentada auma das mesas, com o prato de comida à frente, quando Suzane surgiu diantedela. Sim, efetivamente, tratava-se de gêmeas. Suzane e Beatriz, sem sombrade dúvida, eram irmãs, o que não significava, em absoluto, que eram suasfilhas. Mas então, por que aquela voz incoerente soprava em seu coração queas meninas eram justamente quem ela queria que fossem? Não. Eraimpossível.
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Gêmeas - Não se separa o que a vida juntou
SpiritualLivro escrito pela autora Mônica de Castro, apegada ao espiritismo e foi nesse mundo onde conhece Leonel, um espírito que mostra a ela história que teve com seu amor ainda em vida. Acreditando ou não em espiritismo eu peço que se permita ler essa n...