O casamento de Vítor e Beatriz realizou-se sem nenhuma pompa. Diante das circunstâncias, os dois preferiram se casar apenas no cartório e não convidaram ninguém. Vítor ainda estava triste com a morte do pai, e Beatriz não queria se ver na difícil situação de ter que escolher a quem convidar, pois o pai não se sentiria à vontade na presença de Graziela e Suzane, e ela não pretendia desgostar Carminha.
Após a conversa com Graziela, Carminha esperou até que Vítor e Beatriz comprassem um apartamento para voltar para casa com Nícolas.
Renato estava sozinho, respondendo a processo criminal, e tornara-se um homem amargo e recluso, arrependido por ter-se permitido envolver em tantos crimes que lhe roubaram a família. Quando a viu entrar com o carro em companhia de Nícolas, pensou que estivesse sonhando. Abraçou a mulher e o filho, pedindo repetidamente que o perdoassem. Para o menino não foi difícil.Preparado pela mãe, conseguiu lidar bem com o fato de ter sido adotado e com os erros do pai.
Para Carminha, contudo, a reaproximação foi lenta e pontilhada de ressentimentos. Aos pouquinhos, porém, ela foi ficando mais senhora de si. Renato, ao contrário, tornara-se inseguro, temendo pela liberdade e pela família. Podia perder tudo, mas o que não poderia suportar era a ausência da mulher e dos filhos.
- E Beatriz? - ele chegou a perguntar.
- Dê-lhe tempo - respondeu Carminha com compreensão. Para ela é mais difícil, mas tenho certeza de que também vai perdoá-lo.
O bebê de Beatriz nasceu poucos meses depois. Era um menino lindo e muito parecido com Vítor. A princípio, ela recusou-se a receber a visita dopai. Contudo, por insistência de Nícolas, acabou cedendo.
Renato foi ver o neto, mas permaneceu quieto, falando pouco e evitando ficar a sós com a filha e o genro. Graziela também foi visitá-la, e Suzane aparecia várias vezes com Leandro para ver o sobrinho e afilhado.
As duas estabeleceram uma forte amizade, estimando-se como verdadeiras irmãs.
- Como estão as coisas entre vocês? - indagou Beatriz a Suzane, enquanto trocava a fralda do neném.
- Muito bem.
- Já se decidiu?
- Estou pensando. Sabe, Beatriz, desde a última vez que conversamos, venho sentindo necessidade de conversar com René.
- O que vai lhe dizer?
- Está tudo aqui - ela bateu com o dedo no coração e prosseguiu: - Já me defini.
- Sério? E quem vai ser o felizardo?
Os rapazes entraram no quarto, e Suzane não conseguiu responder.
- Vamos, meu bem? - chamou Leandro. - Fiquei de passar em casa de meu pai hoje. - As duas se despediram, e Suzane saiu acompanhando Leandro. Aquele seria um dia decisivo em sua vida. - Não quer ir comigo? - sugeriu Leandro, que não queria se afastar de Suzane.
- Hoje, não. Estou cansada e quero ir para a cama cedo.
- Meu pai tem reclamado que você não foi mais vê-lo. Acha que está zangada com ele.
- Besteira, Leandro. Diga a ele que irei na próxima semana.
- Está bem. Vou deixá-la em casa, então.
Depois que ele se foi, Suzane foi ter com Graziela, que já a esperava, sabendo o dilema que a acometia. Além de Beatriz, Graziela era a única que conhecia aquela parte de sua vida.
- E então, minha filha? Já decidiu o que vai fazer?
- Vou dar um basta nessa situação. Nem René, nem Leandro merecem ser enganados.
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Gêmeas - Não se separa o que a vida juntou
SpiritualLivro escrito pela autora Mônica de Castro, apegada ao espiritismo e foi nesse mundo onde conhece Leonel, um espírito que mostra a ela história que teve com seu amor ainda em vida. Acreditando ou não em espiritismo eu peço que se permita ler essa n...