Capítulo 14

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- Você não está chateado comigo mesmo?

- Não, não estou.

- E por que você ainda está estranho comigo?

- Eu não estou estranho com você, eu só estou com raiva do Diego. MUITA raiva!

- Me lembra de nunca te fazer nada – ele disse rindo – Ah, vamos lá! Sorri para mim, eu só vou ter certeza que você me perdoou se eu vir um sorriso daqueles que eu amo – eu não sorri

Eu realmente estava com muita raiva. Apesar de eu ter vivido a vida inteira, até meus XVI anos, com pessoas assim, naquela época eu descobri que eu odeio pessoas "entronas", abusadas, inconvenientes e que fazem o mal gratuitamente. O Diego foi a primeira pessoa, após minha antiga família, a mostrar o quão baixo o ser humano pode ser.

- Você não vai sorrir para mim? Tem certeza? – eu olhei para ele e ele estava igual a uma criança peralta, os olhos dele brilhavam, mas não sorri – Você vai sorrir para mim! – ele disse se aproximando, nós estávamos andando na rua, estávamos voltando à pensão

Ele começou a cutucar meu lado mais sensível e o sorriso foi inevitável.

- Agora, sim! Esse é o Cadu que eu amo! – ele disse sorrindo para mim, era um daqueles sorrisos que me davam frio na barriga

Na verdade, eu fui refletir mais tarde naquela noite: eu realmente não estava com raiva dele, a minha raiva era toda direcionada ao Diego por ele ter tentado estragar aquilo que era mais valioso para mim naquela cidade: o Edu. Eu não conseguia aceitar o fato dele ter me beijado e de ter levado um sonoro e doloroso não, resolveu manchar a imagem que eu tinha do Edu.

- Oi, meninos! – dona Carmem nos cumprimentou ao entrarmos na pensão

- Oi, dona Carmem! – falamos juntos

- Guardei o jantar de vocês lá na cozinha, vocês demoraram muito aí para fora.

- Ah, obrigado, dona Carmem! Não – eu disse quando ela ia se levantando do sofá – não se levante. Nós pegamos o nosso jantar.

- Mas tem que esquentar, Cadu.

- Nós também podemos fazer isso, continue aí na sua novela.

- Você é lindo, sabia – ele disse vindo atrás de mim até a cozinha – eu nada disse

Nós fomos para a sala de jantar com nosso jantar quentinho e jantamos em silêncio.

- E aí rapaziada? – Diego disse chegando – tudo tranquilo? – Nem o Edu e nem eu respondemos.

Percebendo que não iríamos recebê-lo com o sorriso no rosto após o que ele tinha feito, ele subiu as escadas e foi direto ao seu quarto. Eu tratei de comer rápido, lavar a louça com a ajuda do Edu e fui direto para o meu quarto.

- Vamos? – ele me chamava para ir ao quarto dele

- Não, Edu. Hoje eu irei dormir aqui.

- Cadu...

- Não, hoje eu realmente irei dormir aqui- eu falei sério

- Você está com raiva de mim! – ele disse tristinho

- Não, não estou! – eu me aproximei e o beijei – eu só não quero acordar de madrugada e dar de cara com aquele idiota. Eu acho que ele fica esperando eu sair do seu quarto, hoje não foi a primeira vez.

- Não foi a primeira vez e só agora você me fala isso?

- Bom, é normal a gente se ver pelos corredores morando na mesma casa, então, não vi nenhum motivo para te falar.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora