Capítulo 127

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- Culpa da Becca que me deu aquela caipirinha e culpa do Caio que me fez gostar de vinho.

- Becca tá só furo, não participa de mais nada com a gente.

- É verdade! Eu quase não tenho conseguido falar direito com ela, até por telefone tá difícil. Hoje ela deu mais um furo na gente...

- Você tá puto com o Filete?

- Eu?!

- É, por causa do videogame.

- Claro que não.

- Do jeito que você chegou lá no quarto, eu jurava que tinha dado ruim para o Filete.

- Naquela hora eu estava puto mesmo com ele - eu ri

- Eu vi na sua cara.

- Culpa sua que fica chamando ele para aquele trambolho, mano.

- É legal.

- Pode até ser legal, mas vocês estão exagerando. Todo mundo na sala e só vocês jogando igual três doidos. Seria legal se vocês pegassem leve no vício.

- Foi mal, mano! Você tá legal?

- Mais ou menos...

- Por que mais ou menos?

- Se eu te contar, você promete não fazer confusão?

- Por que eu faria confusão?

- Você promete?

- Prometo!

- Se você fizer confusão, eu não falo mais nada para você.

- Não vou fazer confusão.

- Eu acho que o José deu em cima de mim.

- Ah, não! Sério?

- Eu acho!

- Por que você acha isso?

- Ele fica falando que eu sou lindo e mais cedo a gente estava sentado no sofá e ele passou a mão de leve na minha perna. Até o Iago percebeu e chamou a atenção dele.

- Mas que filho da puta!

- Você prometeu! - eu disse ao vê-lo começando a ferver

- Eu sei, não vou fazer confusão. O Filete sabe?

- Ainda não!

- Você vai contar?

- Mano, eu quero contar. Mas eu estava pensando aqui... depois da minha experiência com o Diego eu não sei o que fazer, de verdade. Não sei se conto, se não conto... tenho medo de contar e eu ter um José-Diego, mas tenho medo de não contar, a coisa ficar mais feia e o Caio entender tudo errado.

- Eu posso dizer o que eu acho?

- Claro que sim, por isso falei para você.

- Conta para o Filete. Ele não merece ter um amigo da onça desse. Meu... o cara deu em cima de você. Tipo, seu marido está bem ali. Esse José é tudo, menos amigo do Filete.

- Pois é, foi isso que eu pensei quando eu disse para o José que eu iria falar para o Caio.

- Você falou para ele isso?

- Eu pedi para ele parar.

- Cara, que filho da puta!

- Ei! Por que vocês estão pra cá? - Caio entrou na varanda falando com a gente

- Cadu estava sozinho, aí vim pra cá com ele.

Caio veio até a minha cadeira e sentou entre minhas pernas. Era uma daquelas cadeiras longas, tipo as de piscina. A diferença é que as cadeiras da nossa varanda eram de ferro e bem acolchoadas.

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora