Capítulo 145

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- É gostoso, tia. A senhora precisa provar a comida vegetariana, não é só capim.

- Ai que orgulho da mamãe! - nossa mãe ficou toda boba com o Caio falando daquele jeito, ela ainda não o tinha visto falar assim.

- Pra não fazer tortura com a tia Júlia, eu estava falando daquele restaurante que você descobriu, amor, e que nós fomos naquele dia do hotel. Lá tem pratos vegetarianos e pratos "normais".

- Que restaurante é esse?

- Fica aqui pertinho, a senhora ainda não foi. - eu disse a nossa mãe - Mas a senhora vai adorar também.

- Como vocês descobrem esses lugares?

- O Caio! É ele quem descobre.

- E nossa viagem? - tia Júlia perguntou. Não tinha uma vez que nós estivéssemos juntos e que essa pergunta não surgisse.

Foi o Caio ouvir a palavra "viagem" e os olhinhos dele brilharam. Ele era louco por viagens, por conhecer o mundo, por novas culturas e novas experiências. Todo dia (sem nenhum exagero de minha parte!) ele fazia planos pra gente conhecer um lugar diferente.

- Tá tudo certo, tia! Já reservei os hotéis, a mamãe tá me ajudando com o roteiro e a programação.

- Você tá ajudando? - ela perguntou para mim

- Não, tia. Só eles dois.

- Ah, não! Esse roteiro tem que passar pelo lado divertido da família. Cadu e eu precisamos ver.

- Apoiada! - eu falei na sacanagem

- Você não dá corda pra ela! - minha mãe me deu mais um tapinha

Nosso final de tarde foi simplesmente incrível. Fazia tempo que eu não ria tanto e fazia muito tempo que a gente não via a tia Júlia. Ao sair da livraria, nós passamos no hotel, pegamos as coisas da tia Júlia e depois, como ninguém queria cozinhar, fomos jantar.

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Era sexta-feira e nós iríamos à boate. No final das contas, todo mundo se animou para ir, menos o Bento que ficou traumatizado depois da última vez que fomos lá, a Luh também não foi. Então, fomos Becca, Edu, Rui, Amanda, Gabi, Carol, Caio, tia Júlia, Iago, Pedro, nossa mãe e eu... todos em uma boate gay. Justo na boate que todos falavam que era boate do capeta já que coisas sinistras aconteciam quando a gente ia lá.

Tia Júlia estava animadíssima para "cair na gandaia", como ela dizia. Eu achava que a Becca ainda não estava no clima para ir, mas a Amanda a convenceu a sair um pouco de casa. Tia Júlia, Becca e minha mãe se enfiaram no quarto da mamãe para se arrumarem.

Rui, Caio e eu ficamos no nosso quarto e o Edu ficou na casa dele já que ele não se sentia confortável em se arrumar entre mim e o Caio, o que era totalmente compreensível.

- Mano, a tia e a mãe de vocês são incríveis! - Rui disse

- Tia Ruth bem que poderia ir com a gente também.

- Sua mãe a convidou, mas a mamãe não sai de casa para uma boate nem amarrada. - ele disse rindo - agora, se fosse um pagode, ela iria com certeza.

Nós nos arrumamos e claro que ficamos prontos antes das meninas.

- Ai meu Deus, Becca, o que você fez com nossa mãe e nossa tia? - Caio falou ao vê-las saindo do quarto

Sem brincadeira, nossa mãe e nossa tia tinham rejuvenescido uns dez anos com a produção da Becca.

- E aí? Como a gente tá? - Tia Júlia era animação em pessoa

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora