Capítulo 154

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- Sim, Caio me falou.

- Então, por serem pessoas muito antiquadas, muito presas a preceitos tradicionais, eles podem não ser muito receptivos com o fato de vocês serem um casal.

- Eles são preconceituosos?

- Dizem que não são, mas possuem algumas falas bem preconceituosas. Então, eu queria que você se preparasse e preparasse o Caio para isso. Nós passaremos muito rápido por lá, é só para eles verem o Caio. Há muitos anos eles não o veem.

- Tudo bem! Pode deixar que eu converso com ele, eu já percebi que ele é um pouquinho resistente ao fato de passarmos por lá.

- Pois é, eu o entendo perfeitamente, mas o pai dele ficaria muito feliz em ver o Caio indo lá ver a avó dele e o tio. Claro que eu detesto ouvir o que eles falam, mas eu engulo já que eles não fazem parte da nossa rotina.

- Eles sabem que nós somos um casal?

- Sabem!

- Eles são agressivos?

- Não, isso não. Eles só falam algumas coisas que nós compreendemos de outra maneira.

- Não seria melhor se eu não fosse, então? Assim o Caio ficaria menos na defensiva.

- Não, claro que não. Você está casado com o Caio, é a vida de vocês. Não tem porque você se esconder no hotel enquanto estamos lá com a família do Caio. Você vai, a gente vai ouvir umas besteirinhas, depois a gente fala um bocadinho mal deles e pronto. - ela disse rindo

Eu fiquei em silêncio porque com família problemática eu tinha uma longa experiência.

- Não quero que você se sinta mal, tá bem? Eles não são más pessoas!

- Tá bem! - eu disse "tá bem", mas fiquei nervoso.

- Agora, falando em família... seus sobrinhos são as coisas mais lindas.

- Verdade!

- O Gabriel se apaixonou por você, né?

- E eu por ele!

- Eu vi você e o Caio brincando com ele lá na praia, aí eu só pensava nos meus netinhos. - ela disse toda boba

- A senhora quer muito ter netinhos, né?

- Ai, eu quero! É tão gostoso ter criança em casa.

- Mas a senhora sabe que isso vai demorar, né?

- Sei sim - ela riu - Mas não vejo a hora.

- Bom dia! - tia Júlia sentou à mesa

- Bom dia! - minha mãe e eu falamos

- Eu me sinto uma preguiçosa perto de vocês...

- Eu já lhe disse que a gente acorda cedo por causa da universidade, né?

- Gente, ainda não são nem 8h e vocês estão acordados há muito tempo.

- Força do hábito, tia.

- Amor, você viu a chave do carro? - Caio veio até a mesa

- Não, mas você deve ter deixado na gaveta da mesa do quarto.

- Ah, é!

- Você vai sair?

- Vou! Vou comprar protetor solar - ele foi se afastando e entrou no nosso quarto

- Aí, caramba... Deixa eu ir lá com ele, senão ele vai trazer protetor para durar o ano inteiro.

- Vai que o filho é seu! - minha mãe disse rindo

Amor que nunca acabará - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora